Ibovespa sofre, mas consegue 8ª alta consecutiva graças a ata do Fomc; dólar e DIs caem

Mercado volta a ter alta ganhando força com Fed; dólar fecha abaixo dos R$ 3,80 após EUA e fala de Tombini

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa fecha no azul nesta quinta-feira (8), fazendo sua oitava alta consecutiva. Já é a maior sequência de ganhos do índice desde agosto de 2013, quando o índice subiu 9 vezes entre os dias 7 e 19. Depois de operar entre perdas e ganhos durante a maior parte do pregão com investidores digerindo a decisão do TCU (Tribunal de Contas da União) de rejeitar as contas da presidente Dilma Rousseff de 2014, o benchmark firmou alta com a ata do Fomc (Federal Open Market Committee) mostrando preocupação dos membros do Federal Reserve com com o baixo crescimento global.

O Ibovespa subiu 0,39%, a 49.106 pontos, sendo que desde o início do rali na terça passada o benchmark já acumula ganhos de 11,72%. O volume negociado na Bovespa foi de R$ 6,765 bilhões. Movimento parecido com o do Ibovespa foi o dos índices Dow Jones e S&P 500, que fizeram uma sequência de 5 altas consecutivas, ganhando bastante força a partir da divulgação do Fed.

Já o dólar comercial fechou em queda de 2,17% a R$ 3,7931 na venda, enquanto o dólar futuro para novembro cai 2,45% a R$ 3,820. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 vira para queda de 23 pontos-base a 15,25% ao passo que o DI para janeiro de 2021 tem baixa de 16 pontos-base a 15,33%.

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No comunicado divulgado hoje, os representantes do Fed explicaram que a manutenção dos juros inalterados deve-se ao nível atual de inflação no país, que está abaixo da meta de 2%. O banco central americano disse que aguarda por uma inflação ainda baixa este ano, em 2016 e 2017, e não vê a inflação alcançar a meta de 2% até 2018. Além disso, os representantes do Fed comentaram que os recentes eventos financeiros e econômicos globais podem limitar de alguma forma a atividade econômica. 

Ainda no radar, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que as expectativas de inflação no Brasil a longo prazo foram reancoradas e que há consenso de que o ajuste fiscal no país deve ser mais rápido. Tombini, que participa da reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial em Lima, Peru, disse ainda que é preciso uma estrutura de política macroeconômica forte para lidar com a nova realidade, e que o Brasil é relativamente flexível.

Cenário político
Ontem, após 3 horas do início da sessão, o TCU decidiu, por unanimidade, rejeitar as contas do governo Dilma Rousseff em 2014. O relator do caso, Augusto Nardes, fez a leitura das conclusões do relatório recomendando a rejeição das contas, sendo seguido pelos outros ministros. Com isso, Dilma torna-se a primeira presidente desde 1937, época do governo de Getúlio Vargas, a ter suas contas rejeitadas pelo TCU.

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Com isso, só nesta quarta, o governo acumulou 4 derrotas seguidas. A primeira com o adiamento da análise dos vetos de Dilma a pautas bomba no Congresso. A segunda foi o STF (Supremo Tribunal Federal) rejeitando o pedido do governo contra o relator do processo das “pedaladas fiscais” no TCU, Augusto Nardes. A terceira foi a própria rejeição das contas de Dilma no TCU. E a quarta, por fim, foi o aumento da possibilidade de impeachment com o a aprovação da ação do PSDB no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que pede a impugnação da chapa Dilma-Temer por irregularidades na campanha de 2014.

Em entrevista à Bloomberg, o analista político, David Fleische disse: “Dilma foi derrotada no TSE, está sendo derrotada no Congresso com a falta de quorum para votar os vetos, foi derrotada no STF e agora perdeu no TCU. É a semana Waterloo da Dilma”. Ele ainda falou que, sem dúvida, Brasília vai respirar bastante o clima de impeachment na próxima semana.

Destaques de ações
As ações da Petrobras (PETR3, R$ 10,75, +3,37%; PETR4, R$ 8,75, +3,31%) voltaram a subir depois de passarem boa parte do pregão em queda. Os papéis da petroleira seguiram de perto o desempenho do petróleo, com o barril do WTI (West Texas Intermediate) disparando 4,58% a US$ 50,00, ao passo que o barril do Brent para dezembro tem alta de 3,44% a US$ 53,55. 

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
 RUMO3 RUMO LOG ON 7,90 +14,49 -54,76
 USIM5 USIMINAS PNA 3,67 +8,26 -26,92
 CSNA3 SID NACIONAL ON 5,00 +6,38 -3,25
 ESTC3 ESTACIO PART ON 16,20 +5,74 -30,78
 MULT3 MULTIPLAN ON N2 45,49 +4,91 -2,98

Já as ações da Vale (VALE3, R$ 20,06, -0,45%VALE5, R$ 15,94, +0,57%) ficaram entre perdas e ganhos apesar da forte alta dos preços do minério de ferro na China, enquanto os papéis das siderúrgicas dão continuidade à forte disparada dos últimos dias. No mercado, há expectativa de que as siderúrgicas, a começar pela CSN (CSNA3, R$ 5,03, +6,02%), anunciem vendas de ativos como forma de aliviar o elevado endividamento.

No setor, subiram ainda nesta sessão a Gerdau (GGBR4, R$ 6,67, +3,73%) e a Usiminas (USIM5, R$ 3,67, +8,26%). 

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
 FIBR3 FIBRIA ON 52,24 -4,15 +61,70
 OIBR4 OI PN 3,52 -4,09 -59,12
 KLBN11 KLABIN S/A UNT N2 22,62 -3,42 +56,03
 SMLE3 SMILES ON 29,67 -3,26 -33,10
 CSAN3 COSAN ON 22,55 -2,63 -19,47

Também entre os destaques, as ações da Ambev (ABEV3, R$ 19,68, -1,60%) fecharam em queda. No radar da companhia, o presidente-executivo Carlos Brito, da Anheuser-Busch InBev, controladora da Ambev, pediu a acionistas da SABMiller que reconheçam o valor de sua oferta de compra de 68 bilhões de libras (US$ 104 bilhões) e não deixem o Conselho da rival britânica frustrar que ela vá em frente. Em uma resposta formal à SABMiller, e ecoando comentários feitos na quarta-feira, a ABInBev disse que a visão do Conselho da SABMiller de que a proposta “subvaloriza substancialmente” a cervejaria não tinha credibilidade.

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1
 PETR4 PETROBRAS PN 8,75 +3,31 588,85M
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN ED 29,75 +0,37 527,38M
 ABEV3 AMBEV S/A ON 19,68 -1,60 310,00M
 BBDC4 BRADESCO PN EJ 24,25 +0,08 309,65M
 VALE5 VALE PNA 15,94 +0,57 239,50M
 BRFS3 BRF SA ON 66,00 -0,71 201,64M
 PETR3 PETROBRAS ON 10,75 +3,37 196,44M
 BBAS3 BRASIL ON 17,67 -1,45 191,38M
 ITSA4 ITAUSA PN 7,97 +0,25 191,32M
 CIEL3 CIELO ON 39,04 +0,57 181,19M

* – Lote de mil ações 
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
 

Bolsas chinesas reabrem
As bolsas chinesas subiram nesta quinta após um feriado de uma semana acompanhando a recuperação com as altas globais, embora a maioria dos mercados regionais tenha recuado com as ações japonesas afetadas por dados fracos. O mercado ficou de olho também na ata do Fomc e nas falas dos presidentes do Federal Reserve de St. Louis – James Bullard -, de Mineapólis – Narayana Kocherlakota – e de São Francisco – John Williams.

Os mercados acionários chineses, que foram muito afetados por fortes oscilações nos últimos meses devido às preocupações com o crescimento e com a política monetária, avançaram após reabrirem depois de um feriado prolongado nacional que começou no fim de setembro. O índice de Xangai subiu 3%.

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