Os 5 motivos que explicam as 5 altas do Ibovespa nos últimos 5 pregões

A Bolsa teve a sua quinta alta e o clima de tempestade no mercado parece ter mudado completamente; mas o que mudou para haver uma guinada tão drástica?

Equipe InfoMoney

Publicidade

SÃO PAULO – O Ibovespa subiu pela quinta vez consecutiva nesta segunda-feira (5) e já atinge 8,29% de alta desde que começou um impressionante rali na terça-feira (29). É já a maior sequência positiva do índice desde agosto do ano passado, quando o benchmark só fez subir entre os dias 14 e 21. Se o cenário estava tão negativo antes, com todo o mercado preocupado com um possível rebaixamento de rating do Brasil pela Fitch ou pela Moody’s, então por que tamanho otimismo agora?

Separamos 5 motivos que explicam as 5 altas consecutivas da Bolsa, que se completam neste dia 5:

1. Reforma ministerial 
O principal motivo para as recentes altas foi a reforma ministerial anunciada na sexta. Com isso, o Ibovespa disparou nos últimos dois dias com a expectativa de que a reforma deixe o PMDB mais aberto a aceitar medidas do ajuste fiscal. Cláudio Gonçalves, economista da Trevisan e Planning Consulting disse que o PMDB deve aceitar os vetos, já que houve muitas concessões. Enquanto isso, Lucas de Aragão, da Arko Advice avalia que a grande boa notícia na reforma ministerial é a mudança de postura do governo, mostrando-se menos teimoso e mais adaptável aos anseios do mundo político e empresarial. “Dilma foi esperta em criar fatos novos, como corte de 3.000 cargos comissionados, quando se esperava redução de 1.000; além do corte de 30 secretarias, de ministérios e de 10% dos salários de ministros”, explica. 

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

2. Juros nos EUA mais distantes
Além dos ministérios, na sexta foram divulgados os indicadores que constituem o relatório de emprego dos Estados Unidos. Os famosos nonfarm payrolls (pesquisa realizada em cerca de 375 mil empresas que produz um índice que mostra o número de empregos gerados na economia, excetuando-se agricultura e pecuária) mostraram a criação de 142 mil novas vagas em setembro, ante 201 mil esperadas e 173 mil que foram geradas em agosto. O número bem abaixo do esperado fez com que as expectativas do mercado saíssem de uma alta dos juros nos EUA pelo Federal Reserve este ano para uma elevação apenas no ano que vem. De acordo com o Barclays, o mercado já precifica o primeiro aumento de juros como ocorrendo apenas em junho de 2016, com as taxas chegando só a 0,6% ao ano. 

3. Rajuste da gasolina
Na quarta-feira (30) o anúncio do reajuste da gasolina em 6% e do diesel em 4% fez com que as ações da Petrobras (PETR3; PETR4) disparassem e puxassem a alta da Bolsa. O aumento veio em um momento em que a estatal se confronta com dívida crescente, a queda dos preços do petróleo e um escândalo de corrupção de grandes proporções. Alinhar os preços domésticos aos níveis internacionais é considerado por analistas como vital para as finanças da Petrobras e permite que a companhia venda ativos de refinarias. Não podia ser diferente, a Bolsa subiu 2% neste dia com uma disparada de 10% da petroleira. 

4. Fiscal melhor do que o esperado
Toda a caminhada tem um primeiro passo e todo rali da Bolsa tem um começo. No caso deste último, o pontapé para o que veio depois foi o resultado um pouco menos pior do que o esperado do Governo Central (composto por Banco Central, Previdência e Tesouro Nacional) em agosto. A entidade registrou um déficit primário de R$ 5,081 bilhões em agosto, segundo informou o Tesouro Nacional. A mediana das expectativas da pesquisa Bloomberg era de que o déficit aumentaria de R$ 7,2 bilhões para R$ 10,7 bilhões. No dia da divulgação, o Ibovespa subiu 0,4%, pavimentando o caminho para as fortes altas que viriam depois. 

Continua depois da publicidade

5. Retomada das commodities
Com as bolsas chinesas fechadas e a estabilidade dos dados da maior economia da Ásia no PMI (Índice Gerente de Compras), as commodities tiveram fortes recuperações nos últimos dias. Destaque para o petróleo, que sobe 2,3% desde o dia 29. Além da força da China, a commodity tem se valorizado em meio a bombardeios russos contra o grupo terrorista Estado Islâmico na Síria, o que eleva a tensão no Oriente Médio. O investidor Jim Rogers, co-fundador do Quantum Fund, disse que o fato de petróleo vir resistindo a cair abaixo de US$ 45, mesmo com notícias econômicas ruins, é sinal de que uma alta dos preços está perto.


Deixe seu melhor email e receba a planilha com o preço das ações do Ibovespa em dólar: