Ibovespa Futuro sobe com exterior ofuscando derrota no Congresso e Lava Jato

Ganhos nos mercados internacionais fazem Bolsa estender desempenho positivo da véspera, mas o cenário político volta a ficar conturbado

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em alta nesta quinta-feira (1) seguindo o desempenho das bolsas internacionais, que têm um dia de rali após fechar um de seus piores trimestres dos últimos anos. Dados da China mostraram estabilidade na situação econômica do país e animaram os mercados. Por aqui, no entanto, as notícias são preocupantes, com derrota do ajuste fiscal no Congresso e adiamento da votação de vetos mesmo depois da presidente Dilma Rousseff sinalizar uma reforma ministerial com amplas concessões ao PMDB. Investigações de que houve dinheiro do “petrolão” na campanha de Dilma também geram instabilidade. 

Às 9h08 (horário de Brasília), o contrato futuro do índice para outubro subia 0,82%, a 45.500 pontos. Já o dólar futuro para novembro cai 0,13% a R$ 3,988. 

No cenário político, o governo sofre hoje com novas derrotas no Congresso, devido ao adiamento da análise dos vetos e emendas que desfiguram ainda mais a proposta original de mudança na Previdência. Houve a inclusão de duas emendas ao texto base da MP que estabeleceu a norma 85/95 para aposentadorias: uma autoriza a reaposentadoria e outra disciplina o seguro-desemprego rural. A reaposentadoria, que permite recálculo com aumento do valor para quem se aposentou antes e continuou trabalhando, pode gerar custo extra de R$ 70 bilhões em 20 anos, segundo a Folha de S. Paulo. 

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Também fica no radar a espera pela reforma ministerial. O anúncio das mudanças ainda não tem data e hora marcados, mas vários movimentos já foram antecipados, como a troca de Aloizio Mercadante por Jaques Wagner na Casa Civil e a demissão de Arthur Chioro na Saúde. Apesar de toda a expectativa de que as mudanças sejam divulgadas hoje, o vice-presidente Michel Temer admitiu que o anúncio pode acabar sendo adiado para sexta.

Por fim, a Operação Lava Jato ganhou mais dramaticidade com duas notícias exclusivas do Estado de S. Paulo. A primeira diz que a Polícia Federal suspeita (e investiga), com base em mensagens trocadas em julho de 2014 nos celulares entre o dono da UTC e delator premiado, Ricardo Pessoa, e um executivo do grupo, que as doações da empreiteira para a campanha de Dilma estavam relacionadas ao recebimento de valores de contratos da Petrobrás.

A segunda reportagem, segundo indicações de documentos obtidos pelo próprio “Estadão”, diz que medida provisória editada por Lula em 2009 teria sido “comprada” por meio de esquema de lobby e corrupção para favorecer as montadoras. Teriam sido negociados pagamentos de até R$ 36 milhões para garantir a prorrogação de incentivos fiscais de até R$ 1,3 bilhão por ano ao setor.

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Cenário externo
Os futuros dos índices Dow Jones e S&P 500 têm alta, estendendo os ganhos da véspera antes de fala do Fed que vem na véspera do tão aguardado relatório de emprego dos EUA. O presidente do Fed de São Francisco, John Williams, irá discursar às 15h30. Na segunda-feira (28), Williams disse que o Fed deve iniciar a elevação de juros em outubro ou dezembro. “Dado o progresso que fizemos e continuamos a fazer nos nossos objetivos, eu vejo o próximo passo como gradualmente aumentar as taxas de juros, de preferência começando em algum momento mais tarde este ano”, disse Williams. 

O dia também é de ganhos para as bolsas europeias, começando o quarto trimestre com ganhos em meio ao rali asiático e de Wall Street. Entre os dados econômicos, o PMI Markit de manufatura da zona do euro ficou em 52 em setembro, de 52,3 em agosto e atingiu o menor nível em cinco meses. Este resultado veio em linha com as expectativas dos analistas.

Já as bolsas asiáticas subiram nesta quinta-feira, extraindo força dos ganhos em mercados acionários globais após o trimestre mais fraco em quatro anos, embora pesquisas tenham destacado a persistente fraqueza do setor industrial da China.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Caixin/Markit sobre o setor industrial da China em setembro ficou ligeiramente acima da preliminar. Já o PMI oficial da China, divulgado separadamente, avançou para 49,8 em setembro ante a leitura de agosto de 49,7, apesar de esses números ainda mostrarem contração para o setor pelo segundo mês consecutivo.

O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura.