Vale desaba 7%, Petrobras afunda 5% e empresa de Eike dispara 34%

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira (28), sendo negociado próximo a 44 mil pontos, em meio a notícias ruins para os mercados emergentes, o que contribui para a queda das commodities. O movimento de baixa atinge em cheio as principais blue chips do índice ligadas à matéria-prima: Vale e Petrobras.

Os bancos também caíram forte hoje em meio ao cenário de maior aversão ao risco para o Brasil. Um relatório do Credit Suisse hoje mostra que, mesmo depois da underperform, o País segue negociando com um prêmio de 8% em relação à média de 10 anos. Excluindo Vale e Petrobras, o prêmio é de 18% em relação aos emergentes.

Entre os bancos, Itaú e Bradesco chegaram a esboçar uma reação, junto com papéis como Ambev (ABEV3, R$ 19,28, -0,10%) e BRF (BRFS3, R$ 69,68, +0,17%), passando a subir e ajudando o Ibovespa a amenizar as perdas. Porém, no leilão de fechamento estas ações voltaram a perder força.

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Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 7,67, -5,07%; PETR4, R$ 6,44, -5,57%)
As ações da Petrobras caíram forte hoje em dia de mau humor no mercado e queda dos preços do petróleo lá fora. O petróleo Brent, usado como referência pela estatal, caía 1,95%, a US$ 47,65, refletindo as preocupações dos investidores com o excesso de oferta do insumo em meio às perspectivas de crescimento mundial mais fraco.  

Vale (VALE3, R$ 16,59, -7,47%VALE5, R$ 13,19, -7,37%)
As ações da Vale intensificaram as perdas nesta sessão, acompanhando a queda das demais mineradoras internacionais, que foram influenciadas negativamente por dados ruins da China e baixa do minério de ferro. Acompanharam o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 8,16, -5,66%), holding que detém participação na Vale. 

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Na China, os investidores permanecem cautelosos enquanto dados mostraram que os lucros das companhias industriais chinesas tiveram queda mais forte em quatro anos. A queda foi de 8,8% em agosto ante igual mês do ano passado, após recuar em ritmo mais moderado em julho, de 2,9%. 

Entre as mineradoras, mas por conta de notícias específicas sobre a empresa, a gigante do setor Glencore vê suas ações desabarem mais de 25% nesta sessão, com investidores temendo que a empresa não consiga reduzir seu elevada endividamento em meio aos preços fracos das commodities.

O Credit Suisse disse, em nota a clientes de hoje, que um relatório do banco de investimentos Investec alertou para a dramática situação das empresas ligadas a commodities na Europa. Segundo o relatório, a Glencore e Anglo American podem perder quase totalmente o seu valor caso o preço das commodities permaneçam pressionados. 

Bancos
Os bancos seguiram o mau humor do mercado e caíram forte nesta sessão, sendo usado como porta de saída por alguns investidores, em função de sua liquidez. O mercado segue apreensivo sobre um possível rebaixamento por mais uma agência de classificação de risco do rating do Brasil. Em um cenário como esse, os bancos são os primeiros a ser rebaixados.

Na Bolsa, todos os bancos fecharam em queda, apesar de amenizarem no fim do pregão: Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 26,03, -0,08%), que fechou em alta. Enquanto isso, Bradesco (BBDC3, R$ 23,24, -2,96%; BBDC4, R$ 21,14, -2,49%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 14,49, -4,98%) e Santander (SANB11, R$ 12,79, -2,14%).

Cielo (CIEL3, R$ 34,69, -3,48%
As ações da Cielo recuaram em meio à notícia de que o Safra vai concorrer com a Cielo e Rede no segmento chamado de adquirência, mas conhecido popularmente como das maquininhas de cartão, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. Com a queda, os papéis voltam para a mínima desde fevereiro deste ano. Da máxima histórica (alcançada em 21 de julho), quando era negociada a R$ 45,93, as ações já caíram 23,5% até hoje. 

Cemig (CMIG4, R$ 6,69, -1,62%)
Na sexta-feira depois do fechamento do pregão, o Estado de São Paulo publicou que a Cemig pediu uma nova liminar em relação à disputa das três grandes usinas (manutenção da operação de Jaguara, São Simão e Miranda) para o STF (Supremo Tribunal Federal) – a disputa anterior foi no STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Neste caso, a Cemig não está contestando o resultado do STJ, mas o interesse do governo federal em mover para Jaguara a receita da usina para o sistema de cotas antes do STJ publicar sua decisão final (a decisão do colegiado de julho ainda não foi publicada). Com isso, a Cemig pretende continuar reconhecendo as receitas de Jaguara no mercado spot até que a decisão final saia. Além disso, a Cemig também contesta o pedido de operação de São Simão no sistema de cotas até que a re-licitação da usinas seja definida.

Para o Credit Suisse, a ação da Cemig poderia reagir positivamente, pois mostra que a companhia ainda não desistiu completamente dessa causa e que, potencialmente, pode conseguir alguma receita extra com isso (ainda mais por conta da recente desvalorização do papel). Vale lembrar, contudo, que os papéis caem neste pregão, figurando como a maior queda do setor elétrico. 

Os analistas do Credit argumento que, por mais que a notícia tenha um caráter positivo, a chance da Cemig ficar com as três usinas no regime antigo por mais 20 anos é extremamente baixa, não achando que o potencial máximo de ganho de valor de R$ 8,00 por ação esteja de volta na mesa. 

Estácio (ESTC3, R$ 12,63, +0,24%)
O conselho de administração da Estácio alterou o valor da terceira emissão de debêntures simples, tal como a quantidade e os juros da operação, anunciada no final de agosto. Em fato relevante divulgado ao mercado, a instituição informou que serão emitidas 18.700 debêntures simples, não conversíveis em ações, em série única, com valor unitário de R$ 10 mil, totalizando um montante de R$ 187 milhões, em oferta restrita. No comunicado anterior, o colegiado da Estácio tinha aprovado uma emissão de R$ 250 milhões, com 25 mil debêntures. 

CCX Carvão (CCXC3, R$ 6,70, +34,00%)
As ações da CCX, empresa de Eike Batista, dispararam após agências colombianas aprovarem transferências de projetos da companhia. Na máxima do dia, os papéis da companhia chegaram a subir 57,6%. A companhia informou que a ANM (Agência Nacional de Mineria), da Colômbia, aprovou a transferência da concessão minerária GDI-081 da companhia para a YCCX Colombia, controlada pela Yildirim Holding. A empresa acrescentou que a agência aprovou a transferência da concessão portuária referente ao porto de Dibulla, da CCX Colômbia para a Puerto Bello Horizonte. 

A companhia acrescentou, em comunicado enviado ao mercado, que a CCX Colômbia tem direito de recebimento de US$ 90 milhões a serem pagos pela YCCX, que somados aos US$ 35 milhões já recebidos, compõem o valor total da operação, de US$ 125 milhões.  

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