Petrobras “volta” para 2004 e Gol renova mínima histórica; veja as 28 ações no abismo

Na medida em que a confiança no Brasil se esvai, recursos estrangeiros também abandonam posições em busca de mercados mais favoráveis

Marcos Mortari

Publicidade

SÃO PAULO – A falta de sinalizações claras da luz no fim do túnel para uma crise política que se instalou no país e se agravou nos últimos meses e as perspectivas negativas para a economia nacional, além de uma conjuntura externa menos favorável, têm pesado sobre o apetite por risco dos investidores. Entre os movimentos que tem se intensificado no mercado recentemente, destacam-se uma clara preferência por investimentos de renda fixa, tendo em vista o elevado patamar dos juros e da inflação, ao passo que a renda variável exige mais habilidade para encontrar preciosidades em meio a tantos papéis penalizados pelo cenário desfavorável. Na medida em que a confiança no Brasil se esvai, recursos estrangeiros também abandonam posições em busca de mercados mais favoráveis. O reflexo disso está no dólar, que fechou acima dos R$ 4,00 pela primeira vez em toda a história do real.

No cenário corporativo, as ações da Bovespa mostram movimento claro de maiores dificuldades em sua maioria. Bom exemplo é o caso da Petrobras (PETR3; PETR4), que, além de seus problemas internos advindos da eclosão das descobertas da Operação Lava Jato, sofre com a alta da moeda americana – que encarece as importações e gera problemas ao nível de endividamento da companhia – e com as fortes quedas dos preços do petróleo. Nesta terça-feira (22), os papéis preferenciais da estatal fecharam cotados a R$ 6,97, renovando o menor patamar desde 14 de setembro de 2004. Drama maior vive a Gol (GOLL4), cujas ações fecharam na mínima histórica, cotadas a R$ 3,76, após a queda de 8,06% deste pregão. O movimento passou a ser acompanhado com maior proximidade pela Smiles (SMILE3), que viu suas ações despencarem 9,53% apenas nesta terça, fechando cotadas a R$ 30,75 – o menor patamar desde abril do ano passado. No acumulado do ano, as perdas já são de 30,66%.

Observando esse cenário preocupante para muitos investidores da Bovespa, o InfoMoney compilou uma lista com 28 empresas que se aproximaram do abismo do mercado recentemente. A maioria delas renovou importantes mínimas, sendo algumas os menores patamares em suas histórias. Outras, alcançaram patamares preocupantes no intraday, mas conseguiram leve recuperação antes do fechamento – mas nada que ofuscasse o momento de vacas magras. Veja a lista completa:

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Ação Mínima desde
Smiles (SMLE3) 11/04/2014
Kroton (KROT3) 30/10/2013
Gol (GOLL4) histórica
Petrobras (PETR4) 14/09/2004
Qualicorp (QUAL3)*

13/08/2013

CPFL Energia (CPFE3) 19/02/2014
Ecorodovias (ECOR3)* histórica
Rumo Logística (RUMO3) histórica
Cemig (CMIG4)* 29/10/2010
Natura (NATU3) 19/07/2009
CCR (CCRO3) 13/02/2012
Banco do Brasil (BBAS3)* 26/07/2012
Pão de Açúcar (PCAR4) 26/05/2010
Ser Educacional (SEER3) histórica
Restoque (LLIS3) 17/09/2010
Via Varejo (VVAR11) histórica
Fertilizantes Heringer (FHER3) histórica
Magazine Luiza (MGLU3) histórica
Grazziotin (CGRA3) 25/06/2012
Log-in (LOGN3) histórica
Cosan Logística (RLOG3)* histórica
Tegma (TGMA3) 04/03/2009
Helbor (HBOR3) 03/09/2009
Multiplus (MPLU3) 13/02/2015
Marcopolo (POMO4) 31/05/2010
Sierra Brasil (SSBR3)* histórica
JHSF (JHSF3) 28/05/2009
M. Dias Branco (MDIA3) 30/08/2012
Mills (MILS3)* histórica
Eternit (ETER3) 08/04/2009
IMC (MEAL3) histórica
Banrisul (BRSR6)* 21/08/2009

* Patamar atingido somente no intraday.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.