Petrobras afunda 8,5% e ETF brasileiro cai 6,6% após S&P rebaixar Brasil para “junk”

Agência de classificação de risco cortou a nota de crédito soberana brasileira para BB+, com perspectiva negativa

Thiago Salomão

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SÃO PAULO – Os ADRs (American Depositary Receipts) brasileiros negociados em Nova York já começam a digerir o anúncio de que a S&P rebaixou o rating do Brasil de BBB- para BB+, tirando o status de “grau de investimento” do País.

O ETF “iShares MSCI Brazil Capped”, que representa uma carteira com as principais ações brasileiras negociadas na NYSE (Bolsa de Valores de Nova York), despencou 6,60% no after hours, ficando em US$ 21,94. No pregão regular, o ETF havia caído apenas 0,34% nesta quarta-feira.

O principal destaque negativo foi a Petrobras (PETR3), cujos ADRs recuaram 8,84% no after hours da NYSE, para US$ 4,64, após caírem recuado 3,78% no pregão regular. Os recibos de ações da Vale (VALE3) negociados em NY caíam 3,41%, para US$ 4,82. Já os do Bradesco (BBDC3) caíam 1,15%, para US$ 6,01.

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A agência de classificação de risco cortou o rating do Brasil, que entra assim na categoria “junk” (lixo, na tradução literal). Além do corte, a perspectiva da nota é negativa. No dia 28 de julho, a S&P já havia rebaixado a perspectiva da nota para negativa, indicando que o corte poderia vir em breve. O Brasil ainda mantém o “grau de investimento” para as outras duas principais agências de classificação de risco do mundo: Fitch e Moody’s.

Em relatório, a agência disse que a situação do crédito do Brasil piorou desde 28 de julho, quando ela havia rebaixado a perspectiva da nota. Além disso, a S&P disse que não esperava ver superávit primário do País neste e no próximo ano, além de projetar uma contração do PIB de 2,5% em 2015, de 0,5% em 2016 e uma leve expansão em 2017. Para a S&P, os desafios políticos do Brasil continuaram crescendo, mas ela não trabalha com chance de impeachment de Dilma Rousseff no cenário base.

O que é um ADR?
ADR é a sigla em inglês para “American Depositary Receipt”, que na prática seria como um “recibo de ação” negociado nas bolsas dos Estados Unidos. Esse recibo representa um ativo da empresa emissora, que fica em custódia em um banco contratado pela mesma empresa. Dessa forma, o recibo da ação precisa replicar o valor desta mesma ação em seu respectivo mercado de origem, com a única diferença de que os ADRs são negociados em dólares.

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Como o ADR de uma empresa precisa replicar o desempenho da ação desta mesma empresa, um movimento do ADR enquanto a Bovespa está fechada tende a refletir na ação aqui no Brasil no dia seguinte, como forma de manter a relação de preço dos dois ativos alinhada.

Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers