Bolsa de Xangai cai 2,5% após feriado prolongado; bolsas europeias têm leve alta

Banco do Povo chinês diz que queda abrupta das ações está perto do fim, mas comentário traz alívio passageiro e Bolsa cai acompanhando queda das ações americanas na última sexta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – As ações asiáticas caíram em sua maioria nesta segunda-feira (7), depois de feriado prolongado na China, que manteve o mercado fechado na quinta e sexta-feira por lá. Já na Europa, as ações amenizam os ganhos registrados mais cedo, mas ainda operam em alta, em uma sessão marcada pela ausência de investidores devido ao feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos, que deixa as bolsas fechadas em Wall Street.

No velho continente, os mercados reagiram mais cedo aos dados da produção industrial na Alemanha, que subiu 0,7% em julho, depois de ter caído 0,9% no mês anterior, em um contexto de deterioração das perspectivas de crescimento global. Apesar do resultado melhor quando comparado ao mês anterior, o resultado veio abaixo das expectativas do mercado. Analistas consultados pelo Wall Street Journal previam aumento de 1,0%. Além disso, os investidores repercutiram a divulgação da confiança dos investidores na zona do euro, que mostrou queda em setembro, contribuindo para o sentimento de cautela. O indicador caiu de 18,4 pontos para 13,6 pontos no mês passado, no menor patamar registrado desde fevereiro. 

Por lá, o índice alemão DAX operava com alta de 0,4% e o francês CAC 40 avançava 0,3%. O índice FTSE, de Londres, subia 0,6%. 

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Já na Ásia, o destaque ficava com o índice Xangai – o que mais caiu nesta sessão -, que fechou com baixa de 2,55%, a 3.079 pontos, acompanhando a queda de sexta-feira das bolsas americanas e após as garantias das autoridades chinesas falharem em não conseguirem aliviar as fortes oscilações no mercado de ações do país.

Na sexta-feira, os principais índices acionários americanos caíram mais de 1%, após divulgação do Relatório de Emprego mostrar a criação de 173 mil vagas em agosto, abaixo das expectativas de 220 mil vagas, o que gerou incertezas sobre quando o Federal Reserve irá elevar os juros. Apesar do dado ruim de criação de emprego, a taxa de desemprego veio melhor do que o esperado no período. 

Em Hong Kong, o Hang Seng caiu 1,23%, a 20.583 pontos. Em Seul, o Kospi recuou 0,15%, a 1.883 pontos. Enquanto isso, o índice Nikkei, referente à Bolsa de Tóquio, fechou a sessão em alta de 0,38%, a 17.860 pontos. 

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Um alívio passageiro
Na China, a Bolsa chegou a subir 1,8% nesta sessão, ajudada por comentários do fim de semana que tiveram como objetivo acalmar os mercados, mas o alívio teve vida curta. 

No final de semana, o governador do Banco Popular da China, Zhou Xiaochuan, assegurou, em uma declaração enviada ao G-20, que a queda abrupta das ações chinesas está perto do fim e que a intervenção do Estado travou o risco sistêmico bem como a continuação da queda.

Para o diretor da área de research para Ásia da Morningstar, Lorraine Tan, em entrevista à CNBC, os comentários alimentaram expectativas por novas medidas de estímulo na China. “A maioria dos governos ao redor do mundo não conseguem prever o mercado de ações, então eu não esperaria por isso. Eu vou encontrar confiança é na expectativa por mais estímulos. A desaceleração na China é real e está começando a afetar o setor de consumo, de modo que se isso acontecer, podemos esperar por novos movimentos políticos daqui para frente”, disse.

Hoje, a China cortou o dado de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2014 de 7,4% para 7,3%, segundo o principal órgão de estatísticas do País. A China disse que o valor pode sofrer nova revisão. Para 2015, o País estabeleceu taxa de crescimento em cerca de 7%. No primeiro semestre deste ano, a segunda maior economia do mundo cresceu 7% ante um ano antes, a expansão mais lenta em seis anos.