Ibovespa Futuro zera perdas após cair 430 pontos em 10 minutos; dólar e DIs sobem

Índice tem nova queda e se descola da recuperação das bolsas internacionais

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro zera perdas depois de cair 430 pontos em 10 minutos nesta quarta-feira (2), dia de reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), para a qual a esmagadora maioria dos economistas espera uma manutenção da taxa de juros no atual patamar de 14,25% ao ano. No cenário externo as bolsas europeias e os futuros dos índices Dow Jones e S&P 500 tentam uma recuperação depois da forte queda de ontem. O pregão também é marcado por uma série de indicadores macroeconômicos como o relatório de emprego do setor privado dos Estados Unidos (ADP Employment), os estoques de petróleo (que sairão às 11h30) e a produção industrial por aqui. 

Às 9h28 (horário de Brasília), o contrato futuro do índice para outubro subia 0,15%, a 46.160 pontos. Já o dólar futuro para o mesmo mês tem alta de 0,20% a R$ 3,739. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 sobe 12 pontos-base a 14,60%, enquanto o DI para janeiro de 2021 tem alta de 14 pbs também a 14,60%. 

De todos o setor mais afetado pela crise econômica atual, a indústria teve mais um mês de retração em julho. Divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a produção industrial do mês de julho teve uma queda de 1,5%, contra 0,3% de recuo em junho e estimativas do mercado de 0,1% de queda. 

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Com isso, a indústria encontra-se 14,1% abaixo do nível recorde alcançado em junho de 2013. Na série sem ajuste sazonal, no confronto com igual mês do ano anterior, a indústria apontou queda de 8,9% em julho de 2015, ante expectativa de 6,3% de retração, 17ª taxa negativa consecutiva e mais acentuada do que as observadas em março (-3,3%), abril (-7,7%), maio (-8,8%) e junho (-2,8%). Assim, o setor industrial acumulou redução de 6,6% nos sete meses de 2015. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos 12 meses, com o recuo de 5,3% em julho de 2015, assinalou perda mais intensa do que a verificada em junho último (-4,9%) e manteve a trajetória descendente iniciada em março de 2014 (2,1%).

Ainda no radar por aqui está o aumento dos riscos de perda do grau de investimento pelo Brasil depois do governo entregar Orçamento de 2016 prevendo um déficit de R$ 30,5 bilhões. A notícia também aumentou os temores de saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que teve um discurso mais agressivo ontem de espera por alta do dólar e não respondeu sobre se continuaria no cargo.

Por outro lado, segundo o Valor Econômico, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse que a parte mais crítica da crise já passou. Ele e o líder do governo na Câmara tentam manter vetos de Dilma a algumas medidas; entre as que mais preocupam o governo estão o aumento do judiciário, a extensão da correção do mínimo a todos os aposentados e fator previdenciário; impacto chegaria a R$ 75 bilhões em 10 anos.

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Nos EUA, o ADP mostrou a criação de 190 mil novas vagas em agosto, contra 201 mil esperadas e 177 mil criadas no mês de julho. 

Ásia cai, Europa tenta recuperação
As bolsas asiáticas caíram pelo terceiro dia consecutivo nesta quarta-feira após relatórios fracos sobre atividade industrial na China, Estados Unidos e Europa alimentarem preocupações sobre a desaceleração do crescimento global. Embora sinais de uma desaceleração de mercados emergentes estejam evidentes há um tempo na forma dos preços de commodities em queda e crescimento fraco do comércio, investidores estavam de modo geral otimistas com esperanças de que as demandas forte dos EUA e da China manteriam o motor de crescimento mundial em movimento.

No entanto, os dados fracos de PMIs divulgados nesta semana acabaram com estas perspectivas. “Essa é a crise dos mercados emergentes de 2015”, disse o vice-presidente de investimentos de ações globais da Fidelity Worldwide Management.

“Apesar dos mercados emergentes estarem muito melhores do que estavam há alguns anos, pode haver mais dores aguardando eles no futuro”, disse ele. Em Tóquio, Nikkei caiu 0,39% e Xangai teve baixa de 0,37%. Cabe lembrar ainda que, em documento, o BC da China determinou compulsório para todos os derivativos cambiais.

Em destaque ainda, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou que a recente volatilidade nos mercados financeiros globais mostra como os riscos podem se espalhar rapidamente de uma economia para outra. “O que tem sido demonstrado nas últimas semanas é quanto a Ásia está no centro da economia global, e quanto problemas em um mercado na Ásia pode de fato se espalhar para o resto do mundo”, disse Lagarde em conferência na capital da Indonésia.

O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura.