Marcelo Odebrecht: “provavelmente tratei com Lula e Dilma”

Sobre o futuro da empresa, o empresário mostrou segurança e disse que sairão dessa ainda mais mais fortalecidos; o presidente da Odebrecht falou hoje na CPI da Petrobras

Paula Barra

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SÃO PAULO – O presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, disse na manhã desta terça-feira (1) a integrantes da CPI da Petrobras (PETR3; PETR4), em Curitiba, que provavelmente tratou com Lula e Dilma sobre relação da empreiteira com a Petrobras, mas que não se lembra de conversa específica.

“Provavelmente tratei com Lula e Dilma relação entre Petrobras e Odebrecht”, disse presidente da empreiteira. “É provável que se eu encontrar com um amigo, empresário, político, é natural que venha à tona o tema da Petrobras”. 

Ele comentou ainda que jamais tentou obstruir ou dificultar as investigações. “Temos que ter cuidado com especulações. Desde que detido, nunca passei orientações específica sobre que as diversas empresas deveriam estar fazendo”, disse. Segundo Odebrecht, ele está impedido de falar sobre a relação Braskem (BRKM5) e Petrobras. 

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Ele foi questionado diversas vezes sobre se tem interesse em fazer delação premiada. Em sua resposta, ele comparou o instrumento com o ato de dedurar. “Quando lá em casa as minhas meninas tinham uma discussão, uma briga, eu talvez brigasse mais com que dedurou do que aquele que fez o ato”, afirmou. “Para dedurar, precisa ter o que dedurar. Esse é o primeiro fato. Isso eu acho que não ocorre aqui. Segundo, tem o valor moral”, disse.

Em depoimento, ele comentou ainda que a “família Odebrecht é pobre, empresa que é rica”. A companhia não gera muitos dividendos para acionistas, gera riqueza para a sociedade, disse. Quando a companhia perde, “quem perde é a sociedade”. 

Sobre o futuro da empresa, o empresário mostrou segurança e disse que “sairemos dessa ainda mais fortalecidos. Espero que não só nós, mas também as outras empresas que levam o nome do País lá fora, sejamos o orgulho do País”. 

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“Quem nos conhece, reconhece: temos recebido muito apoio. Essa não é a primeira crise nem a última, e a cada impacto, a companhia tem saído mais forte”, afirmou.

Em seu depoimento, diante dos primeiros questionamentos dos parlamentares sobre o processo, Odebrecht disse que não poderia fazer comentários públicos por estar “engessado”. 

Os demais executivos da Odebrecht ficaram em silêncio durante a audiência da CPI da Petrobras nesta terça-feira. O presidente da companhia é o último dos cinco executivos da empresa a prestar depoimento aos parlamentares. Já foram ouvidos Márcio Faria, Rogério Santos de Araújo, César Ramos Rocha e Alexandrino de Alencar. 

O presidente da Odebrecht foi preso em 19 de junho, na 14ª fase da Operação Lava Jato. Ele foi denunciado em ação penal que investiga a participação da empresa em cartel que fraudou licitações em estatais.