Temor de alta da Selic derruba 12 ações na Bolsa; Petrobras e Vale sobem forte

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa amenizou as perdas na tarde desta segunda-feira (31) com a recuperação das ações da Petrobras e Vale. A petrolífera ganhou força após a virada do preço do petróleo no mercado internacional, que passou a subir quase 8%, em meio a dados de produção e preocupações da Opep com a queda dos preços.

Na Bolsa, as ações das empresas com perfil exportador também subiram forte hoje em meio à escalada do dólar, com a Fibria figurando entre as maiores altas do índice. Do outro lado, ficaram os papéis dos bancos, que contribuíram para a queda do Ibovespa hoje, além das concessionárias, que recuaram forte enquanto sobem as apostas de que o ciclo de alta dos juros não acabou.

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira:  

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Petrobras e Vale
As ações da Petrobras (PETR3, R$ 10,62, +3,31%; PETR4, R$ 9,19, +2,11%) e Vale (VALE3, R$ 17,92, +3,52%; VALE5, R$ 14,15, +3,21%) ganharam força a partir de 12h (horário de Brasília). Os papéis da estatal, que chegaram a cair mais de 3%, viraram para alta e subiram quase 6%. Já a Vale subiu 3% em menos de uma hora.

A virada das ações da Petrobras acompanharam a cotação do petróleo no mercado internacional, que também virou para alta e registrou ganhos de mais de 2%. O petróleo WTI, negociado no Texas, subiu 7,10%, a US$ 48,44. 

A commodity ganhou força após dados de produção, que mostraram nesta segunda-feira queda para 9,296 milhões de barris por dia em junho, contra 9,4 milhões em maio. Além disso, há notícias de que membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) mostraram preocupação sobre a queda dos preços da commodity e que iriam proteger seus próprios interesses. 

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Efeito “alta de juros”
As empresas altamente endividadas e as varejistas sofreram hoje com rumores de que o Banco Central terá que dar continuidade na alta da Selic em meio à escalada do dólar. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 subiu 27 pontos-base a 14,22%, ao passo que o DI para janeiro de 2021 subia 43 pontos-base para 14,14%. 

Na Bolsa, caíam forte as ações das empresas de concessão de rodovia, como CCR (CCRO3, R$ 14,88, -3,13%) e Ecorodovias (ECOR3, R$ 6,73, -4,67%), as administradoras de shoppings center BR Malls (BRML3, R$ 11,20, -4,03%), Multiplan (MULT3, R$ 41,18, -4,50%) e Iguatemi (IGTA3, R$ 20,60, -4,19%), além da locadora de veículos Localiza (RENT3, R$ 22,41, -6,63%). 

No setor de consumo sofreram hoje na Bolsa os papéis da Via Varejo (VVAR11, R$ 6,81, -6,71%), B2W (BTOW3, R$ 15,60, -7,31%), Lojas Renner (LREN3, R$ 98,52, -2,46%), Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 63,50, -1,12%), Hypermarcas (HYPE3, R$ 16,47, -3,23%) e Magazine Luiza (MGLU3, R$ 2,55, -3,41%) – todas com queda superior a 2%. A atividade sente na pele qualquer aumento de taxa de juros, que, aliado a uma inflação elevada, tem roubado o poder de compra da população e provocado queda nas vendas do setor.

No caso das concessionárias e empresas do setor de shoppings center, que operam altamente alavancadas, elas sentem porque o custo de suas dívidas fica praticamente em linha com a taxa de retorno de seus investimentos. Normalmente, essas empresas têm uma TIR (Taxa Interna de Retorno) elevada – acima dos juros -, ou seja, essa diferença trabalha a seu favor, mas quando os juros sobem essa diferença diminui, impactando negativamente essas empresas.

Outra penaliza nesse sentido é a Localiza, que precisa captar crédito para financiar a compra de seus automóveis e uma taxa mais alta, consequentemente, aumenta o custo de sua dívida. Além disso, a alta de juros impacta no seu segmento de aluguel de veículos, explica o estrategista-chefe da XP, Celson Placido.

O mercado teme hoje que o BC precise elevar ainda mais a Selic. Segundo o economista-chefe da Kinea, Luis Fernando Horta, o ciclo de alta de juros tende a continuar, dado que o dólar deve ultrapassar os R$ 3,80. Ele, no entanto, não projeta uma elevação da Selic já na próxima reunião do Copom. 

Bancos
As ações dos bancos afundaram nesta sessão em meio à tensão com o cenário político e econômico em meio à maior probabilidade de perda de grau de investimento. O governo enviará ao Congresso o Orçamento de 2016, com déficit de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto), sem levar adiante a volta da CPMF. Na Bolsa, todos os grandes bancos fecharam no negativo: Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 26,55, -3,56%), Bradesco (BBDC3, R$ 25,17, -4,70%; BBDC4, R$ 23,05, -4,08%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 17,83, -5,06%).

MMX Mineração (MMXM3, R$ 0,43, +22,86%)
A companhia de negociação de commodities Trafigura pretende comprar ativos de minério de ferro de Eike Batista com início de embarques no Porto Sudeste, após os credores da MMX terem aprovado a oferta como parte do plano de recuperação judicial da mineradora, segundo comunicado da Trafigura por email no último sábado.  

Exportadoras
As ações com perfil exportador, como as empresas de papel e celulose Fibria (FIBR3, R$ 51,22, +3,27%) e Suzano (SUZB5, R$ 17,58, +3,59%), além da fabricante de aeronaves Embraer (EMBR3, R$ 22,98, +0,13%) subiram hoje com a disparada do dólar, que chegou a atingir na máxima do dia seu maior patamar desde dezembro de 2002. Essas empresas são beneficiadas pela alta da moeda já que suas receitas são em dólar. 

Smiles (SMLE3, R$ 46,84, -3,74%)
As ações da Smiles ficaram entre as maiores quedas do Ibovespa hoje em meio à alta do dólar e cenário desafiador de sua controladora Gol (GOLL4, R$ 4,16, -4,59%), que vem de forte derrocada na Bolsa, diante do quadro de recessão econômica, alta do dólar e petróleo, encarecendo seu custo e dívida.
No caso específico da Smiles, a alta do dólar é negativa dado que a relação de troca de pontos, atrelada ao dólar, fica menor. 

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