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SÃO PAULO – O Ibovespa opera em baixa nesta segunda-feira (31) com a piora nas perspectivas para o quadro fiscal depois do governo desistir de recriar a CPMF e com notícias de que o Orçamento de 2016 irá ao Congresso mostrando déficit. Diante disso, as possibilidades da perda do grau de investimento e da saída do ministro Joaquim Levy do Ministério da Fazenda ficam mais próximas. Do lado internacional as bolsas caem antes de dados dos PMIs (Índices Gerentes de Compras) de serviços e da indústria da China que sairão à noite, além das expectativas conflitantes sobre aumento dos juros pelo Federal Reserve.
Às 12h45 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira caía 2,43%, a 46.009 pontos. Já o dólar comercial sobe 1,27% a R$ 3,6310 na venda, ao passo que o futuro para setembro tem alta de 1,79% a R$ 3,646. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 sobe 23 pontos-base para 14,18% enquanto o DI para janeiro de 2021 dispara 38 pbs para 14,09%.
Uma fonte da área econômica ouvida pela Bloomberg disse que os ministérios da Fazenda e do Planejamento travam embate para fechar o Orçamento. Levy estaria preocupado com o sinal negativo mostrado ao mercado. Para o ministro, haveria pouco espaço para elevação da carga tributária e sua proposta seria um corte “duro” agora, reduzindo despesas com programas ineficientes e despesas obrigatórias, segundo informações do Estado de S. Paulo. Já Nelson Barbosa, do Planejamento, defenderia o gradualismo no corte de gastos devido à necessidade de negociação com o Congresso e representantes dos trabalhadores.
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Além das notícias negativas no fiscal, uma nova instabilidade surge dos rumores de que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, estaria com planos de deixar o cargo.
Também tinha algum peso por aqui o Relatório Focus, com a mediana das projeções de diversos economistas, casas de análise e instituições financeiras para os principais indicadores macroeconômicos. A previsão para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2015 foi reduzida de uma retração de 2,06% para uma de 2,26%, sendo também derrubada em 2016 de uma queda de 0,24% para 0,40%. Já no caso do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é o medidor oficial de inflação utilizado pelo governo, as projeções são de que haja um avanço de 9,28% este ano.
Mais pessimistas estão o Credit Suisse e o BTG Pactual. O primeiro cortou a sua previsão do PIB de 2015 de 2,4% de retração para 2,6%. Já o segundo cortou de 1,4% para 2,7% de recuo da economia este ano.
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Destaques de ações
As ações da Petrobras (PETR3, R$ 10,37, +0,88%; PETR4, R$ 8,94, -0,67%) operavam entre perdas e ganhos depois de chegar a cair forte. No radar da estatal, o senador José Serra (PSDB-SP) espera que até o final do ano o projeto de alteração nas regras de exploração do pré-sal seja aprovado no Congresso Nacional. Segundo ele, o projeto conta com apoio do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que deve colocá-lo em pauta no plenário. “Na Câmara aprova, acho que em um ou dois meses. Cunha já se manifestou a favor, ele é o presidente da Câmara. Ao entrar na pauta, é provável que aprove logo”, afirmou o senador, em palestra no Rio.
As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
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No setor siderúrgico, CSN (CSNA3, R$ 3,29, -2,08%), Usiminas (USIM5, R$ 2,87, -3,37%), Gerdau (GGBR4, R$ 5,13, -2,29%) caem.
Junto com ela, as ações de bancos recuam também em meio a piora do cenário macroeconômico brasileiro. Recuam os papéis de Bradesco (BBDC3, R$ 25,22, -4,51%; BBDC4, R$ 22,98, -4,37%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 26,43, -4,00%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 17,70, -5,75%). Juntas, as três ações respondem por mais de 20% da participação da carteira teórica do Ibovespa.
As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
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Do lado das altas ficavam apenas as ações de companhias exportadoras de papel e celulose que são beneficiadas pela alta do dólar por possuírem suas receitas na divisa norte-americana. Sobem Fibria (FIBR3, R$ 51,25, +3,33%) e Suzano (SUZB5, R$ 17,40, +2,53%).
Também caem Vale (VALE3, R$ 17,56, +1,44%; VALE5, R$ 13,90, +1,39%) e siderúrgicas nesta segunda-feira com dia negativo no mercado e recuo dos preços das commodities.
Cenário externo
Os mercados financeiros globais deram sinais nesta segunda-feira de que caminham para outra semana difícil, com as ações e commodities caindo antes de dados que podem dar pistas sobre quando os Estados Unidos vão elevar a taxa de juros e pesquisas que devem apontar mais fraqueza na China.
A confusão sobre a direção da política nas duas maiores economias do mundo causaram turbulências nos mercados no começo da semana passada, com as variações mais fortes de preços levando investidores a buscarem portas de saída.
Chama atenção ainda a notícia de que o governo da China decidiu abandonar a estratégia de sustentar as bolsas locais por meio de compras de ações em larga escala e, em vez disso, vai intensificar os esforços para localizar e punir os suspeitos de “desestabilizarem o mercado”, informou hoje o jornal britânico Financial Times em sua página na internet, citando autoridades seniores de Pequim.
Com relação aos EUA, o mercado ainda repercute a fala do vice-presidente do Federal Reserve Stanley Fischer indicando que o Federal Reserve ainda poderá elevar os juros em setembro.
As vendas se intensificaram conforme os mercados chineses ampliaram suas perdas. A bolsa em Xangai, o epicentro do terremoto deste mês, chegou a cair mais de 3% durante a sessão, mas diminuiu as perdas, fechando com baixa de 0,78%. O índice acumula perdas de mais de 40% desde meados de junho. O índice japonês Nikkei e a bolsa australiana chegaram a cair 2% antes de reduzir um pouco as perdas. O primkeiro recuou 1,28% e o segundo, 1,07%.
O dia também é de leves quedas para os principais índices europeus, de olho na China. A bolsa de Londres, por sua vez, está fechada por conta de um feriado local. Entre os dados econômicos europeus, destaque para os dados de inflação. O CPI da zona do euro sobe 0,2% na comparação anual de agosto, assim como o da Itália.