China continua ditando humor do mercado; mais 7 eventos prometem agitar a semana

Próximos dias serão recheados de indicadores e poderão trazer o velho fantasma da tensão política

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A palavra da vez nos mercados esta semana foi volatilidade. De um pânico generalizado à melhor sequência de altas desde dezembro de 2014, o Ibovespa refletiu o clima de instabilidade no mundo, em meio à desaceleração da economia chinesa e as expectativas de que o Federal Reserve só vai subir juros em 2016, além dos pontuais rumores de um novo Quantitative Easing nos EUA. Para quem esperava um descanso, a semana que vem deve desapontar, já que uma bateria de indicadores importantes está prevista para sair. 

Para começar, a China continuará a dar o tom dos mercados, sendo que já na segunda-feira (31) às 22h (horário de Brasília) saem os PMIs (Índices Gerentes de Compras) de serviços e indústria do gigante asiático. Vai ser o fiel da balança. A média das perspectivas para a semana que vem é boa pelas expectativas em relação às economias centrais, mas a China pode dar mais um susto”, afirma o economista da Infinity Asset, Jason Vieira. Para ele, a volatilidade voltará a ser a única certeza no mercado, já que o cenário continua indefinido. 

Além disso, ainda terá a decisão de juros do Copom (Comitê de Política Monetária), para a qual é praticamente consenso que não haverá mudança na taxa Selic. Essa projeção ocorre principalmente depois dos dados fracos do PIB (Produto Interno Bruto), que caiu 2,6%, e do resultado do poder público consolidado em julho, com um déficit de R$ 10 bilhões nas contas do governo. “Se ainda temos a necessidade de bons superávits até o fim do ano para pelo menos zerar o resultado em 12 meses, mais uma elevação de juros seria um contrasenso porque aumentaria ainda mais os juros a pagar na dívida”, explica.

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Por fim, o cenário político, que andou longe dos holofotes nos últimos dias, poderá voltar com força diante dos julgamentos no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre impugnação da presidente Dilma Rousseff (PT) por conta de irregularidades na campanha de 2014. Isso sem contar as crescentes discussões dobre o retorno da CPMF, que, apesar de apoiado pelo Planalto e por governadores do Nordeste, é malvisto pelos presidentes das duas casas do Congresso. Caso o imposto volte a vigorar, a arrecadação da União aumentará em R$ 70 bilhões. 

Confira os principais destaques da agenda da próxima semana:

Relatório de Emprego dos EUA
A semana termina com o relatório de emprego dos Estados Unidos, que é o indicador mais observado pelo Federal Reserve antes de elevar as taxas de juros. Apesar de toda a importância da questão, Jason acredita que somente dados muito acima do esperado farão com que o Fed passe a buscar elevações de juros mais cedo. “Eu mantenho a minha perspectiva para novembro por conta da volatilidade que a China trouxe ao mercado, que compensa os indicadores positivos”, explica o economista. O indicador será divulgado na sexta-feira (4) às 09h30. As expectativas do consenso de mercado são de que os EUA tenham criado 217 mil novas vagas em agosto e que a taxa de desemprego caia para 5,2%. 

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Nova carteira do Ibovespa
A BM&FBovespa divulgará a sua sua nova carteira na próxima sexta-feira (4). Na segunda prévia do Ibovespa, divulgada no dia 17, a novidade foi a entrada da Equatorial (EQTL3) com uma participação de 0,873%, enquanto as ações da Gafisa (GFSA3), das preferenciais da Marcopolo (POMO4) e as units do Santander (SANB11) seguem fora do índice, seguindo a primeira prévia. Além disso, assim como na primeira prévia, a Raia Drogasil (RADL3) segue cotada para entrar no Ibovespa. 

Livro Bege do Fed
Os indicadores de atividade econômica regional dos EUA são compilados neste indicador, que ganha importância diante do cenário de incerteza acerca da política monetária que será implementada pelo banco central da maior economia do mundo. O Livro Bege sai às 15h da quarta-feira (2). 

Outros indicadores:

IC-Br
Em meio à derrocada das commodities, o Índice de Commodities – Brasil de agosto deve trazer dados negativos sobre os produtos de baixo valor agregado na quarta (2) às 12h30. Em julho, o indicador mostrou avanço de 2,77%. 

Reunião do BCE
O Banco Central Europeu faz sua reunião para definir a taxa de juros na quinta-feira (3) às 6h. As expectativas são de que a autoridade monetária mantenha as taxas em 0,05%.  

PIB da zona do euro
Na sexta-feira (4), será divulgado o PIB da zona do euro no segundo trimestre de 2015 às 6h. No trimestre anterior houve um avanço de 0,3% das economias da região. 

Para conferir todos os eventos da semana, veja a agenda InfoMoney clicando aqui.