Smiles repica e dispara 5%; Petrobras sobe, Vale cai 2% e bancos têm correção

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão

Paula Barra

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SÃO PAULO – Após forte volatilidade desde o início do pregão, o Ibovespa acelerou as perdas na tarde desta sexta-feira (28), após cravar ontem o melhor pregão desde 2014, em linha com as bolsas americanas e europeias. A alta da véspera foi alimentada pelo repique das commodities, com o petróleo tendo subido 10% e puxando o desempenho da Petrobras.

Mesmo as commodities dando continuidade aos ganhos de ontem, as ações não acompanham e perderam força, com destaque para a Petrobras, que chegou a virar para queda após subir quase 7% mais cedo. Os papéis de outras empresas ligadas a commodities, como Vale e siderúrgicas, seguiram o mesmo movimento e passaram a cair.

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

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Petrobras, Vale e siderúrgicas
O mercado opera volátil nesta sexta-feira. Depois de abertura negativa dos papéis ligados a commodities depois de disparada nos últimos dias, as ações chegaram a subir forte, mas voltaram a perder força. Após subir 10% ontem, as ações da Petrobras (PETR3, R$ 10,28, +1,18%; PETR4, R$ 9,00, +1,24%) perderam força, mas conseguiram ficar no positivo. Na máxima do dia, as ações preferenciais da estatal chegaram a acumula ganhos de 17%. Lá fora, o preço do petróleo Brent, negociado em Londres, subia 3,53%, a US$ 49,24.  

No mesmo sentido, as ações da Vale (VALE3, R$ 17,31, -2,15%; VALE5, R$ 13,71, -0,07%), viraram para o negativo mesmo com a alta dos preços do minério de ferro. Acompanharam o movimento os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 9,16, -0,22%), holding que detém participação na mineradora, opera estável. Hoje, o preço do minério subiu 3,91%, a US$ 56,04 a tonelada, negociado no porto de Qingdao, na China.

As siderúrgicas também viraram para queda: Usiminas (USIM5, R$ 2,97, 2,94%), CSN (CSNA3, R$ 3,36, -2,61%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 3,11, -0,64%) e Gerdau (GGBR4, R$ 5,25, -2,78%). Ontem, os papéis GOAU4 e GGBR4 dispararam 17% e 11%, respectivamente, figurando como as maiores altas do Ibovespa.

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Bancos
Os bancos corrigiram a disparada recente, em meio à euforia que ditou os últimos três pregões da Bovespa, aliada ao alívio gerado com o novo texto da CSLL (Contribuição Social do Lucro Líquido), que propõe um aumento de 15% para 20% (contra 23% anteriormente) e com prazo de validade até o fim de 2018. Hoje, todos os papéis dos grandes bancos tiveram quedas: Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 27,53, -2,86%), Bradesco (BBDC3, R$ 26,41, -2,19%; BBDC4, R$ 24,03, -2,59%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 18,78, -2,34%) e Santander (SANB11, R$ 14,65, -3,30%). 

Educacionais
As ações das educacionais destoaram do movimento de boa parte das ações do Ibovespa e operam entre ganhos e perdas: Estácio (ESTC3, R$ 12,95, +1,65%) e Kroton (KROT3, R$ 8,81, -3,72%), além dos papéis negociados fora do índice Ser Educacional (SEER3, R$ 9,90, -3,41%) e Anima (ANIM3, R$ 12,17, -4,47%) – renovando seu menor patamar histórico. 

No radar, o Ministério da Educação analisa reajustar em 8,5% os contratos do Fies (programa de financiamento estudantil do governo) no ano que vem, segundo o Valor. Esse foi o aumento autorizado às instituições de ensino que entraram com ações judiciais contra reajuste de 6,41% estipulado pelo governo.

Embora não tenha agradado o Semesp, sindicato das instituições de ensino superior, citando que o aumento não cobre a inflação, analistas do BTG Pactual comentaram que a notícia é marginalmente positiva, mas que pesa o ponto contra que o orçamento do Fies agora é limitado. 

Cielo (CIEL3, R$ 39,17, -1,95%) e Valid (VLID3, R$ 47,77, +0,89%)
A Cielo anunciou na quinta-feira investimento de R$ 82,7 milhões para ampliar sua participação na Multidisplay. Com o investimento, a participação da Cielo na Multidisplay passará de 50,1% para 91,44% do capital total. 
Em outro comunicado, a Valid informou que vendeu toda a participação de 30% que tinha na Multidisplay por R$ 60 milhões. 

Segundo o BTG, a venda parece interessante para a Valid, que deve usar o dinheiro para reinvestimentos em projetos e mercados que tenham um melhor potential de crescimento e mais oportunidades de negócios, como o mercado americano. O banco reiterou compra no papel. Na mesma linha, o Citi destacou que a operação é positiva, já que a Multidisplay não fazia parte do core business da companhia.

Smiles (SMLE3, R$ 49,70, +4,96%)
O Bank of America destacou o movimento de forte queda das últimas semanas dos papéis da Smiles, que segundo a equipe do banco ocorreu por conta de preocupações com a Gol por conta da alta do dólar e da crise econômica. “Nós acreditamos que a preocupação é legítima, mas não vemos qualquer risco de insolvência para a Gol”. Segundo os analistas, apesar de todos os problemas, a Smiles deve registrar mais um sólido trimestre.

Marcopolo (POMO4, R$ 2,08, -3,26%)
Os funcionários da Marcopolo aprovaram ampliar a redução da jornada de trabalho por
mais 3 mesesa como forma de conter a crise econômica. Essa é a segunda vez que a companhia propõe redução de jornada de trabalho. Em novembro, a companhia vai completar nove meses consecutivos de carga horária de trabalho reduzida. 

Minerva (BEEF3, R$ 11,48, +3,24%)
A Minerva anunciou o arrendamento do frigorífico paraguaio Expacar, que pertence à empresa Digna. A companhia não divulgou o valor e o prazo do arrendamento da unidade. De acordo com comunicado, o frigorífico Expacar tem capacidade para abater 600 bovinos por dia e atende os mercados interno e externo, possuindo habilitação para vender para Rússia, Brasil e os países que compõem a chamada “lista geral”. 

Segundo o BTG Pactual, o negócio parece interessante para a empresa, uma vez que pela proximidade com a já existente planta da Minerva será possível ter ganhos de sinergia e aumentar participação do Paraguai nos números consolidados. O banco reiterou visão positiva para as ações da companhia, vendo um espaço bom para o desempenho do papel.