Bancos saltam 6% com novidade sobre a CSLL e siderúrgicas disparam até 13%

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa ganhou força na tarde desta quarta-feira (26) com as ações dos bancos, que acentuaram os ganhos após notícia da tributação do setor, que agora terá prazo de validade até 1° de janeiro de 2019. O índice foi puxado também pelas ações da Petrobras, que seguiram em alta apesar da virada para baixo dos preços do petróleo, além de Vale, que também ganhou força.

Na ponta positiva, destaque ainda para as ações das exportadoras, que foram puxadas pela alta do dólar mais cedo e se mantiveram com fortes ganhos mesmo com a virada da moeda.

Confira abaixo os principais destaques da Bovespa nesta sessão:

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Bancos
As ações dos bancos dispararam após a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmar que irá incluir em seu parecer sobre a medida provisória 675, que trata da elevação da CSLL(Contribuição Social sobre Lucro Líquido), prazo até 1º de janeiro de 2019 para a vigência da alíquota de 20% da CSLL para instituições financeiras. A partir de 1º de janeiro de 2019, a alíquota voltaria para 15%, disse a senadora.

A proposta original do governo não determinava um prazo para o aumento da alíquota. A inclusão do prazo, segundo ela, busca garantir apoio para que a MP seja aprovada na votação desta quarta-feira da comissão mista que analisa o tema. “Essa não é a minha vontade…, mas não posso deixar a medida cair”, disse Gleisi. A MP foi aprovada hoje, em votação simbólica, na comissão especial mista (Câmara e Senado). O texto ainda precisa passar pelas duas Casas até 18 de setembro, antes de perder sua validade. 

Na bolsa, todos os bancos grandes fecharam próximos a máxima do dia: Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 27,37, +6,04%), Itaúsa (ITSA4, R$ 7,54, +5,90%) – holding do Itaú -, Bradesco (BBDC3, R$ 26,00, +5,35%; BBDC4, R$ 24,08, +4,92%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 18,57, +4,92%) e Santander (SANB11, R$ 14,80, +5,56%).  

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Petrobras, Vale e siderúrgicas
As ações da Petrobras (PETR3, R$ 9,13, +2,82%; PETR4, R$ 8,11, +2,66%) e Vale (VALE3, R$ 15,90, +3,58%; VALE5, R$ 12,63, +2,93%) fecharam em alta, mesmo com a China pressionando os preços das commodities. Acompanharam o movimento os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 8,30, +3,62%), holding que detém participação na mineradora.

As ações do setor siderúrgico também chamaram atenção e subiram forte hoje depois de terem sido fortemente impactadas nos últimos dias: Usiminas (USIM5, R$ 2,89, +7,84%), CSN (CSNA3, R$ 3,14, +12,95%), Gerdau (GGBR4, R$ 4,87, +6,56%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 2,66, +6,40%).

Sobre a Vale, a empresa fechou a venda do complexo Integra (mina de carvão) na Austrália. A Glencore e Bloomfield serão os compradores. Em maio do ano passado, a companhia havia dito que a mina não era economicamente viável e desde junho de 2014 está paralisada para manutenção. Segundo a Elite Corretora, a notícia é marginalmente positiva, pois era um ativo onde a Vale enfrentava dificuldades. 

Exportadoras
As ações das exportadoras subiram puxadas pela alta do dólar, se mantendo no positivo mesmo com a virada da moeda no fim do pregão. Nos destaques, a fabricante de aeronaves Embraer (EMBR3, R$ 23,07, +5,34%) e o setor de papel e celulose, com Fibria (FIBR3, R$ 47,52, +1,00%), Suzano (SUZB5, R$ 16,78, +3,64%) e Klabin (KLBN11, R$ 20,03, +2,98%)

B2W (BTOW3, R$ 15,32, -4,73%)
A B2W informou na terça-feira que está em negociações para possível venda “de quotas” da sua controlada Ingresso.com. A empresa acrescentou em fato relevante que não há documento celebrado com eventuais proponentes. Nos últimos dois pregões, as ações da companhia subiram 15,6%. A companhia enviou o documento à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) depois que a autarquia pediu esclarecimentos sobre o desempenho dos papéis.

“Entendemos que não é possível afirmar que tal oscilação se deve a um fato específico, devendo tomar-se em conta o caráter absolutamente anormal do funcionamento dos mercados nacional e internacional no dia de ontem, que potencializou a alta volatilidade das ações da companhia”, ponderou a B2W. Em maio, a operadora e agência de viagens CVC fechou acordo de compra da B2W Viagens, que opera a marca Submarino Viagens, da B2W, por R$ 80 milhões.

O Credit Suisse destacou que tal evento poderia ser positivo para a companhia, pois além de destravar valor poderia trazer uma injeção de caixa na empresa que pode ser importante para continuar a financiar na estrategia de tentar dominar o mercado e também estancar o queima de caixa. Segundo cálculos do Credit, o negócio representaria menos de 1% do valor de mercado da B2W. Já o BTG Pactual comentou que isso não deveria trazer impacto para a ação, dado o baixo valor da operação. 

Smiles (SMLE3, R$ 47,76, +1,49%)
A Smiles informou nesta manhã que seus clientes poderão, a partir de hoje, utilizar a Korean Air para acúmulo e resgate de suas milhas. A companhia aérea coreana opera 128 destinos em 45 países.  

Triunfo (TPIS3, R$ 5,75, +5,31%)
As ações da Triunfo voltaram a subir após a companhia anunciar ontem que seu conselho de administração aprovou a venda de fatias de três controladas. Com a notícia, as ações da companhia subiram 18,7% ontem, mas chegaram a atingir alta de 30% na máxima do dia, voltando ao patamar de janeiro de 2015. 

Segundo o BB Investimentos, a venda pode implicar em um acréscimo de R$ 3,00 na ação, passando o preço-alvo da companhia de R$ 6,00 para R$ 9,00 por ação.  

Em teleconferência com o mercado sobre o anúncio da véspera, a companhia disse que os recursos da venda serão utilizados para reduzir a alavancagem da companhia. A dívida líquida passará de R$ 4,6 bilhões para R$ 2,9 bilhões, com um índice de dívida líquida sobre Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) caindo de 4,2 vezes para 3 vezes.

Além disso, a empresa informou que tem interesse em adquirir a participação da construtora UTC no consórcio que opera o aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP).

SLC (SLCE3, R$ 16,50, +1,60%)
A SLC atualizou o valuation do seu portfólio de terras. Em 31 de julho, as terras da empresa foram avaliadas em R$ 3,4 bilhões, alta de 7% sobre o ano passado. Para o Credit, a notícia é marginalmente positiva, reforçando que os papéis ainda não estão devidamente precificados. Eles reiteraram recomendação outperform (equivalente a compra), com preço-alvo de R$ 27,00 por ação, equivalente a uma potencial valorização de 66% em relação ao fechamento de ontem.