PDG desaba 20%, Vale bate mínima em 9 anos e Petrobras afunda 5%; veja mais

Confira os principais destaques do pregão desta sexta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – A sexta-feira foi marcada por “sell-off” no Ibovespa e nas bolsas internacionais, que despencaram por conta de dados mais fracos do que o esperado no PMI (Índice Gerente de Compras, na sigla em inglês) da indústria da China. O principal índice de ações da Bovespa encerrou o pregão com queda de 1,99%, acumulando na semana perdas de 3,7%, a 45.719 pontos, no menor fechamento desde 17 de março de 2014. 

Contribuiu para o desempenho negativo do índice as ações da Petrobras, que afundaram pelo sétimo pregão seguido, voltando para o patamar de R$ 8,00. O movimento seguiu a queda dos preços do petróleo no mercado internacional nesta sessão. Na semana passada, o Visão Técnica, programa de análise técnica do InfoMoney, já apontava como objetivo do papel essa região. Para conferir o “call”, clique aqui

Além dos papéis da estatal, as ações “pesos pesados” da Vale também caíram forte, seguindo o mau humor do mercado, assim como os papéis da Bradespar – holding que detém participação na mineradora – e as siderúrgicas. Outro papel que seguiu em baixa e ajudou a puxar o índice foi a Ambev, que recuou mais de 1% nesta sessão. 

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Por sua vez, os bancos, que operavam no negativo nesta manhã, viraram para alta com a notícia de que o texto da CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) não deve passar no Congresso, mas não conseguiram sustentar e alguns papéis encerraram em leves perdas. 

Confira abaixo os principais destaques da Bovespa nesta sexta-feira:

Bancos
As ações do setor mostraram alívio nesta manhã após notícia de que deputados e senadores se articulam para derrubar o texto da senadora Gleisi Hoffamnn que prevê aumentar a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) para 23%, segundo fonte informou à Bloomberg. As ações do Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 26,53, +0,23%) conseguiram sustentar os ganhos até o final do pregão, mas Bradesco (BBDC3, R$ 24,60, -2,38%BBDC4, R$ 24,60, -0,56%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 18,56, -0,22%) viraram para leves perdas, mas ainda assim destoando do forte movimento negativo da maior parte das ações do Ibovespa.

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As mudanças no texto da Medida Provisória 675 propostas pela relatora, Gleisi Hoffmann, com elevação da alíquota causaram polêmica. Em meio às divergências, deputados e senadores estariam se articulando na comissão mista para incluir emenda ao relatório. Segundo a fonte, a estratégia seria destacar essa emenda para votá-la separado na comissão mista, assim ela não iria para votação na Câmara com a alíquota original proposta pelo governo.

Mais cedo, pressionava o setor a notícia de que o Credit Suisse manteve sua recomendação “underweight” (abaixo da média) em relação ao Brasil, e acabou por rebaixar sua recomendação com bancos brasileiros também para underweight ao ver a qualidade dos ativos deteriorada após os resultados do segundo trimestre. Por outro lado, há mais otimismo para cinco setores: financeiro não-bancário, bens de capital, educação, telefonia e de alimentos e bebidas.

Petrobras (PETR3, R$ 9,26, -4,44%; PETR4, R$ 8,38, -4,01%)
A estatal voltaram a cair nesta sexta-feira, acompanhando o preço do petróleo, que caiu forte nos EUA. O petróleo WTI, negociado no Texas, registrou baixa de 2,44%, a US$ 40,31, depois de ter figurado durante o pregão abaixo dos US$ 40,00 o barril, no menor patamar desde março de 2009. Já o Brent, de Londres, recuou 2,75%, a US$ 45,34.

Ambos os benchmarks dos preços de petróleo estão nas mínimas em seis anos e meio, com o WTI caminhando para sua maior série de quedas semanais em 29 anos. 

Em sete pregões, as ações da Petrobras acumularam perdas de 16%, voltando hoje para o menor patamar desde 13 de março – no início do rali eleitoral. 

Vale (VALE3, R$ 16,70, -2,74%; VALE5, R$ 13,45, -2,61%)
As ações da Vale afundaram hoje, juntamente com o mau humor do mercado e destoando dos preços do minério de ferro, que tiveram leve alta nesta sessão. Seguiram o desempenho negativo os papéis da Bradespar, holding que detém forte participação na mineradora. Com essa queda, as ações da Vale renovam mínima de 2006. 

Elétricas
As ações das companhias elétricas aceleraram as perdas no início da tarde desta sexta-feira após o início do leilão de energia nova realizado pela CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica). Os papéis da Cemig (CMIG4, R$ 8,72, -3,96%), Copel (CPLE6, R$ 30,87, -2,65%), Cesp (CESP6, R$ 16,76, -6,84%), Light (LIGT3, R$ 11,50, -5,97%) e Eletropaulo (ELPL4, R$ 12,83, -5,45%) chegaram a bater as mínimas do dia logo após o leilão.

O leilão de energia elétrica A-3 contratou 669,5 megawatts em potência instalada, a um preço médio de 188,87 reais por megawatt-hora, segundo informações a CCEE. O certame realizado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), para entrega de energia a partir de 2018, foi dominado pelas usinas eólicas, com 538,8 megawatts, seguidas pelas pequenas centrais hidrelétricas, com 66,2 megawatts, e pelas térmicas a biomassa e gás natural, que somaram 64,5 megawatts em capacidade.

Do lado das distribuidoras de energia, que entram no certame como compradoras, os destaques foram Light, responsável por 16,6% da contratação no leilão, seguida por Copel, com 14,4%, e Celesc, com 9,2%. Já a AES Eletropaulo contratou apenas 1,6% do total demandado, e a Cemar, da Equatorial Energia, apenas 0,4%.

PDG Realty (PDGR3, R$ 0,12, -20,00%)
As ações da PDG Realty desabam nesta sessão, após a Moody’s ter rebaixado os ratings corporativos da companhia para Caa3 na escala global, com perspectiva negativa. A decisão cita “aumento no risco de crédito” e “alto risco de liquidez”. 

O rebaixamento foi motivado pela percepção da Moody’s de um crescente risco de crédito após a PDG ter anunciado que iniciou um processo de reestruturação de dívida, que incluirá a renegociação de vários de seus acordos contratuais. Esses eventos prenunciam mudanças substanciais na estrutura da dívida da companhia, que podem implicar em perdas elevadas para os atuais credores com e sem garantia”, disse a agência.

Educacionais
Após subirem fortes com os resultados do segundo trimestre, especialmente a Kroton, as companhias educacionais voltaram a cair na Bolsa nesta sexta-feira. Dentro do Ibovespa, Kroton (KROT3, R$ 9,34, -3,11%caiu forte, enquanto fora do índice a Anima (ANIM3, R$ 13,04, -3,18%) e Ser (SEER3, R$ 10,30, -2,92%) também recuam.

No noticiário da Ser, destaque ainda para o anúncio que a companhia substituirá seu Diretor Financeiro a partir da próxima segunda-feira (31). O conselho de administração elegeu interinamente Rodrigo Alves, atual Diretor de Relações com Investidores, para ocupar o cargo de Nazareno Habib Ouvidor Bichara.

Even (EVEN3, R$ 3,10, +1,31%)
A companhia foi informada de que alguns membros da administração da empresa foram procurados por fundos de investimento interessados na aquisição de participação acionária na companhia, no contexto da eventual formação de um bloco de acionistas vinculados por um acordo.

CSN (CSNA3, R$ 3,05, -3,48%)
A CSN nomeou Bradesco e Banco do Brasil para vender a Sepetiba Tecon, que opera um terminal de contêineres no porto de Sepetiba, no Rio de Janeiro, por cerca de R$ 1 bilhão, segundo fontes disseram à Bloomberg. Além disso, o Credit Suisse teria sido contratado para vender a participação da CSN na Usiminas por cerca de R$ 1,5 bilhão. Vale lembrar que Benjamin Steinbruch, presidente da CSN, disse no mês passado que a companhia quer vender ativos de menor retorno ainda neste ano.

Enquanto isso, os metalúrgicos da CSN em Volta Redonda decidiram, em votação durante assembleia, entrar em estado de greve. Mais de 71% dos trabalhadores aprovaram a proposta sugerida pelo Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense.

Participaram da votação 4.269 trabalhadores. Agora, o sindicato vai enviar à empresa um ofício comunicando oficialmente o resultado da assembleia. “O resultado da votação foi o que esperávamos. Os trabalhadores estão indignados com a postura da CSN no acordo coletivo. Queremos, no mínimo, a reposição da inflação. Se a empresa não apresentar uma proposta, a única maneira de pressionar é com a greve”, disse Silvio Campos, presidente do sindicato.

Ecorodovias (ECOR3, R$ 6,55, +6,16%)
A Ecorodovias disparou na Bolsa hoje, ignorando o mau humor do mercado e figurando como a maior alta do Ibovespa, após ter sido elevada de neutra para “overweight” (classificação para acima da média do mercado) pelo JP Morgan.

Suzano (SUZB5, R$ 16,86, -1,86%)
A Suzano comunicou que o departamento de comércio dos EUA proferiu decisão preliminar, em processo de investigação de dumping nas importações de alguns tipos de papel não revestido provenientes da Austrália, Brasil, China, Indonésia e Portugal.

A decisão fixou preliminarmente uma taxação antidumping de 33,09% contra a companhia, a ser aplicada a partir da publicação oficial da decisão nos EUA, impactando, assim, as exportações da Suzano para o país, exclusivamente de papel não revestido cortado. A decisão final somente será proferida após a conclusão das investigações e, em qualquer caso, sem prejuízo da Suzano solicitar as revisões previstas na legislação pertinente.

Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 62,02, -2,79%)
O Grupo Pão de Açúcar informou na noite de quinta-feira que deverá pagar, com sua holding controladora Wilkes Participações, R$ 212,46 milhões à Morzan Empreendimentos, na sentença final relativa ao procedimento arbitral que teve início em 2012. A Morzan é empresa que representava o Ponto Frio, adquirido pela varejista em 2009. O valor total será corrigido pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), mais juros de 12% ao ano.

O Pão de Açúcar informou em 2012 que o processo envolvia a compra de 86.962.965 ações ordinárias da Globex (Ponto Frio) – equivalentes a cerca de 70% da companhia de eletroeletrônicos, pela Mandala, subsidiária do Pão de Açúcar, em 8 de junho de 2009. O Grupo também não informou as motivações da Morzan para entrar com o pedido de arbitragem, acrescentando que os termos do contrato firmado em 2009 eram confidenciais.

TIM (TIMP3, R$ 8,85, -3,38%)
A operadora de telecomunicação inicia a sexta-feira com forte queda após ser rebaixada de compra para neutra pelo Bank of America.

Saraiva (SLED4, R$ 2,70, -12,90%)
Os papéis da Saraiva desabam nesta sessão, renovando menor patamar desde 2000. Desde o topo deste ano, registrado em junho, até hoje, as ações acumulam perdas de cerca de 50%. Segundo matéria do Valor, o Ministério da Educação ainda deve R$ 31 milhões para as editoras que venderam livros didáticos distribuídos em escolas públicas neste ano. Entre as editoras estão, por exemplo, a Saraiva, Moderna e Ibep. 

Agonia sem fim da Saraiva: o que fez a ação mergulhar 87% em dois anos na Bolsa?

Oi (OIBR4, R$ 3,00, -7,98%)
As ações da Oi voltam a desabar na Bolsa, figurando hoje como a maior queda do Ibovespa. No ano, os papéis da operadora de telefonia já desabam 60%.

Rumo (RUMO3, R$ 7,65, -6,25%
Outra que vem de fortes perdas na Bolsa é a Rumo, que renova nesta sessão sua mínima histórica na Bolsa, acompanhando hoje o mau humor do mercado.