Elétricas afundam e atingem mínima do dia após novo leilão de energia

Diversas companhias do setor passaram a cair forte logo após o início do leilão de energia elétrica A-3, que contratou 669,5 megawatts em potência instalada

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – As ações das companhias elétricas aceleraram as perdas no início da tarde desta sexta-feira (21) após o início do leilão de energia nova realizado pela CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica). Às 12h26 (horário de Brasília) os papéis da Cemig (CMIG4, R$ 8,81, -2,97%), Copel (CPLE6, R$ 31,10, -1,92%), Cesp (CESP6, R$ 17,03, -5,34%), Light (LIGT3, R$ 11,66, -4,66%) e Eletropaulo (ELPL4, R$ 13,02, -4,05%) operavam nas mínimas do dia.

O leilão de energia elétrica A-3 contratou 669,5 megawatts em potência instalada, a um preço médio de 188,87 reais por megawatt-hora, segundo informações a CCEE. O certame realizado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), para entrega de energia a partir de 2018, foi dominado pelas usinas eólicas, com 538,8 megawatts, seguidas pelas pequenas centrais hidrelétricas, com 66,2 megawatts, e pelas térmicas a biomassa e gás natural, que somaram 64,5 megawatts em capacidade.

Do lado das distribuidoras de energia, que entram no certame como compradoras, os destaques foram Light, responsável por 16,6% da contratação no leilão, seguida por Copel, com 14,4%, e Celesc, com 9,2%. Já a AES Eletropaulo contratou apenas 1,6% do total demandado, e a Cemar, da Equatorial Energia, apenas 0,4%.

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Nos últimos dias já pressiona as companhias do setor a notícia de que o governo se dispôs a reconhecer e compensar o atual rombo das geradoras de energia referente ao risco hidrológico, por meio da Medida Provisória 688 publicada na véspera. A questão é saber como se dará essa compensação e qual o peso das contrapartidas exigidas para travar o risco incorrido na geração de energia abaixo do previsto em contrato.

O BTG Pactual lembra, em relatório, que o governo não está (corretamente) dando um “almoço grátis” às geradoras, já que quem aceitar a proposta terá que pagar um “prêmio de risco”, espécie de seguro, para a conta de bandeira tarifárias, e contratar energia reserva – por meio de fonte solar, eólica ou térmica de baixo custo – para fazer um colchão para tempos de seca. O banco comenta, no entanto, que ainda aguarda uma nota técnica da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para começar a fazer as contas.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.