Crise? 3 ações “ignoram” economia, sobem 100% em um ano e viram queridinhas de banco

A economia está em crise, mas as novas "queridinhas" do Itaú BBA figuraram como as maiores altas do Ibovespa nesta quarta-feira, confira

Marília Kazmierczak

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SÃO PAULO – Enquanto o Ibovespa amarga uma sequência negativa, atingindo perdas de quase 7% no ano, três ações do índice se descolam do movimento e têm se tornado “queridinhas” do mercado. As companhias de papel e celulose Suzano (SUZB5), Fibria (FIBR3) e Klabin (KLBN11), são responsáveis por apenas 3,4% da carteira teórica do Ibovespa, mas estão longe de ser pequenas.

Nos últimos doze meses, o Ibovespa recuou 20,29% enquanto as três ações subiram 92%, 118% e 82%, respectivamente. Mas por quê elas têm subido se o cenário doméstico é ruim? A explicação está no dólar. Por terem um perfil exportador, acabam se beneficiando com a alta da moeda norte-americana, pelo menos no caso de Fibria e Suzano, que se tornaram as “queridinhas” do setor, como mostra relatório do Itaú BBA.

No documento, o banco, que revistou o câmbio para R$ 3,55 em 2015 e R$ 3,90 em 2016, mudou o preço-alvo de Suzano e Klabin para R$ 22 e R$ 24, respectivamente. “Gostamos do setor de papel e celulose porque ele se beneficia na desvalorização do real”, afirmou o economista Marcos Assumpção, que assina o relatório. O setor é preferido ante os de mineração e siderurgia.

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A preferência vem da capacidade de adaptação dos preços da celulose em curto prazo, cuja expectativa do banco é que se mantenha “saudável” durante este ano, principalmente após a Fibria anunciar o aumento dos preços nesta quarta. O enfraquecimento do real, que garante competitividade às empresas locais e a pouca exposição à economia doméstica também ajudam. A expectativa do banco é que o preço da celulose diminua em 2016 por conta de um aumento da oferta, mas o preço deve se manter alto quando colocado em real, devido à já esperada depreciação do câmbio.

Segundo o Itaú, para cada R$ 0,10 depreciados, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) aumenta R$ 250 milhões para a Fibria, R$ 215 milhões para Suzano e R$ 120 milhões para Klabin, o que representa um aumento de 5% nas projeções de 2016 para Fibria e Suzano e 4% para Klabin.

Segundo o banco, a Suzano agora é sua top pick do setor, com uma recomendação de outperform para 2016, graças a seu valuation atrativo, negociado a 6,1x EV/Ebitda; a expectativa de um crescimento de 9% no fluxo de caixa livre em 2016, mesmo com o crescimento do capex; e o potencial corte de custo a partir do início de 2017, com uma estimativa de economia de R$ 100 milhões. 

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Por fim, na opinião do banco, a Klabin é a ação mais defensiva em seu universo de cobertura “baseado na combinação de resultados previsíveis, flexibilidade operacional e projetos agregadores de crescimento”. Eles esperam uma boa geração de fluxo de caixa livre depois do lançamento do projeto Puma, o que deve permitir que a empresa invista em projetos de papel que gerem crescimento. Além disso, a companhia tem a maior relação caixa/ROE (Retorno sobre o patrimônio, na sigla em inglês) no setor, graças às menores exigências de capital em seu negócio, de 25% em 2016.