Ações vão de alta de 10% à queda de 13% após balanços; Vale afunda 5%

Confira os principais destaques do pregão desta terça-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa teve dia de forte queda, seguindo o movimento de outras bolsas pelo mundo depois que a China realizou a sua maior desvalorização do yuan em mais de duas décadas para conter a crise econômica e estimular as exportações. Nos minutos finais de pregão, a Moody’s anunciou o corte do rating do Brasil de “Baa2” para “Baa3”, mas a perspectiva é estável. 

Na ponta negativa, as blue chips contribuíram para o movimento negativo do índice, com as siderúrgicas e Vale caindo mais de 5% pressionadas pela decisão na China. Além delas, a Petrobras também caiu forte e ajudou a acelerar as perdas do Ibovespa

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta terça-feira:

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Vale (VALE3, R$ 18,60, -3,88%; VALE5, R$ 14,66, -5,11%)
As ações da Vale recuaram forte em meio ao noticiário chinês e após a alta de ontem. Acompanharam o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 9,69, -5,00%), holding que detém participação na mineradora, além das siderúrgicas Gerdau (GGBR4, R$ 5,86, -2,98%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 3,49, -6,68%), CSN (CSNA3, R$ 3,85, -3,75%) e Usiminas (USIM5, R$ 3,79, -3,32%). 

“A decisão do BC chinês de desvalorizar sua moeda em relação ao dólar em quase 1,9% causou apreensão nos mercados internacionais. A surpresa com decisão fez com que os investidores temessem que essa decisão tenha sido tomada pelas autoridades chinesas para fazer frente a uma desaceleração econômica mais forte”, destaca a LCA Consultores. Lembrando que a China respondeu por 37% da receita da Vale no segundo trimestre, ante 29% no primeiro trimestre. 

Petrobras (PETR3, R$ 10,97, -0,36%; PETR4, R$ 9,83, -1,21%)
As ações da Petrobras caíram forte em meio ao cenário externo mais negativo no exterior com a desvalorização inesperada da moeda chinesa para estimular o crescimento econômico e após o repique da véspera. O papel seguiu o desempenho do petróleo, cuja cotação do Brent caiu 1,98%, a US$ 49,41. 

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CCR (CCRO3, R$ 14,70, +2,58%)
A CCR teve queda de 33,4% no lucro líquido no segundo trimestre, para R$ 183,7 milhões. Já a receita líquida teve crescimento de 8,1%, para R$ 1,242 bilhão. 

Para o Credit Suisse, o resultado veio pior do que o esperado, com Ebitda ainda resiliente, mas queda no lucro líquido, abaixo do projetado pelo mercado. Segundo analistas, o destaque negativo continua sendo o resultado financeiro, que cresceu 86% na comparação anual, devido a evolução de novos projetos e aumento da Selic (lembrando que 62% da dívida da empresa é em CDI). Do lado positivo, eles destacaram os dividendos propostos de R$ 1,34 bilhão (ou R$ 0,76 por ação), 17% acima do ano passado. Os analistas acreditam que o anúncio deve dar um alívio nas preocupações de que o lucro menor poderia impactar as decisões sobre dividendos. 

Kroton (KROT3, R$ 8,83, -0,11%)
As ações da Kroton tiveram leve queda um dia antes do balanço do segundo trimestre. Os demais papéis do setor também recuaram hoje: Estácio (ESTC3, R$ 12,17, -1,54%), Anima (ANIM3, R$ 14,60, -2,60%) e Ser Educacional (SEER3, R$ 10,70, -2,73%). 

O mercado aguarda até um bom resultado da companhia no período, mas expectativas ruins com o segundo semestre por conta de projeções menores de alunos no Fies e custos maiores do programa, comentou o estrategista-chefe da XP Investimentos, Celson Plácido.  Além disso, há no radar notícias de que o governo pode reduzir o prazo para alunos amortizarem empréstimos com Fies, passando de um ano e meio para um ano. A medida visa ver o tamanho da inadimplência que pode gerar o programa. 

Sobre o balanço da Kroton, que será reportado na manhã de quarta-feira, o BTG Pactual espera que a companhia mostre um forte resultado, com a evasão devendo seguir se comportando bem e a base presencial de alunos crescendo 2,5%, levando a uma receita líquida de R$ 1,43 bilhão no trimestre. Para os analistas, a companhia deve reportar expansão das margens, em cima de um bom controle de custos, oriundo da integração com a Anhanguera, chegando a uma margem Ebitda (Ebitda/Receita Líquida) de 38,1% e um Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 547 milhões. 

Apesar do bom balanço esperado, os analistas do BTG Pactual também ressaltam que o foco pode ficar no processo de captação do segundo semestre (estimando queda de 15% na comparação anual na base presencial, com a captação do Fies recuando 73% na comparação anual no período). 

Sabesp (SBSP3, R$ 16,50, -0,90%)
A Sabesp comunicou a assinatura de um protocolo de intenções com o município de Santo André para avaliar suas relações comerciais e dívidas existentes. Apenas do município de Santo André, a Sabesp possui cerca de R$ 805 milhões de recebíveis de um total de aproximadamente R$ 2 bilhões de recebíveis dos municípios de venda por atacado. Segundo o Credit Suisse, o acerto de contas atrasadas com as prefeituras é a medida mais relevante das recentemente anunciadas para aliviar a pressão na caixa da companhia. 

Suzano e Fibria 
O Credit Suisse reforçou hoje a recomendação outperform (desempenho acima da média) para Suzano (SUZB5, R$ 16,90, -0,06%), enquanto elevou Fibria (FIBR3, R$ 48,14, +0,65%) também para outperform. Para os analistas do banco, os papéis ainda não estão precificando o cenário de dólar e preços de celulose mais altos para o segundo semestre deste ano. Eles estimam um dólar a US$ 3,60 nesta segunda metade do ano. 

Para Suzano, os analistas reforçaram a empresa como top pick do setor e aumentaram o preço-alvo para R$ 25,00 por ação, enquanto para Fibria o target foi elevado para R$ 67,00 por ação.  Vale mencionar que os papéis dessas companhias sobem hoje também com o movimento pontual de alta do dólar. Nesta terça-feira, a moeda registra alta de 2%, a R$ 3,5123 na venda.

BB Seguridade (BBSE3, R$ 32,50, +1,88%)
A BB Seguridade encerrou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 1,215 bilhão, alta de cerca de 44% sobre o resultado positivo obtido um ano antes. A previsão média de cinco analistas consultados pela Reuters apontava para lucro líquido de R$ 963 milhões no período. 

Segundo o Credit Suisse, os resultados da companhia foram sólidos no período, apesar de ter reduzido a expectativa de crescimento nos prêmios emitidos neste ano no segmento SH1, o mais importante da companhia, que reúne produtos de vida e para o agronegócio. A expectativa passou de alta de 15% a 21% para alta de 5% a 8%, após retração de 8% no primeiro semestre sobre o mesmo período do ano passado.

Os analistas do banco suíço, no entanto, elevaram hoje a recomendação dos papéis da companhia, de neutra para outperform (desempenho acima da média). “Certamente, o cenário macroeconômico segue desafiador e o nível de incerteza segue elevado. Neste tempo, exposição a negócios menos voláteis e mais resilientes são recomendados. Na nossa visão, BB Seguridade parece o case perfeito”, comentou a equipe de analistas do banco, liderada por Marcelo Telles.

Lojas Renner (LREN3, R$ 100,00, -0,66%)
As ações da Lojas Renner recuam neste pregão após o Deutsche Bank decidir reduzir em 9% seu preço-alvo para os papéis, para R$ 100,00, além de cortar a recomendação para venda. Em relatório, os analistas afirmaram que incorporaram o resultado do 2º trimestre em suas estimativas, reduzindo assim a contribuição dos serviços financeiros nos números da empresa. A equipe do banco disse que espera uma desaceleração no crescimento de receita, além da deterioração na dinâmica de margem.

Cemig (CMIG4, R$ 9,00, +2,04%)
O presidente da Cemig, Mauro Borges, disse que a estatal tem interesse em obras do Programa de Investimento em Energia Elétrica (PIEE), lançado nesta terça-feira pela presidente Dilma Rousseff, principalmente em linhas de transmissão que cortam o estado de Minas Gerais. “O plano é muito interessante, são investimentos substantivos. Só na parte de transmissão temos investimentos da ordem de R$ 15 bilhões. São investimentos já programados, mas agora colocados com data e cronograma”, afirmou.

Borges disse ainda que as contas de energia elétrica deverão continuar com bandeira vermelha por um período ainda significativo, pelo menos até o fim da seca. “Acreditamos que esse choque tarifário de energia vai ser dissipado ao longo do segundo semestre”, acrescentou.

Metalfrio (FRIO3, R$ 0,82, +6,49%)
As ações da microcap Metalfrio chegaram a saltar mais de 20% após balanço do segundo trimestre mostrar um lucro operacional 53% maior do no mesmo período do ano passado, para R$ 21 milhões. O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da empresa cresceu 44%, atingindo R$ 29 milhões no trimestre. Já a receita líquida avançou 20,4%, para R$ 303,4 milhões. 

IMC (MEAL3, R$ 6,75, -13,46%)
A IMC, dona das redes de restaurantes Viena e Frango Assado, reportou um prejuízo de R$ 18,5 milhões no segundo trimestre, revertendo lucro de R$ 300 mil um ano antes. Já a receita líquida teve crescimento de 18,4% no período, para R$ 490,1 milhões. 

Segundo o Credit Suisse, apesar do resultado operacional fraco, os resultados mostram que a companhia continua focada na geração de caixa e desalavancagem e se preparando para o processo de reestruturação. Já o Itaú BBA ressaltou que o balanço foi fraco, com baixo movimento nos aeroportos brasileiros, elevados aluguéis, queda no tráfego de veículos nas rodovias. Após balanço, eles revisaram para baixo as projeções para a companhia.  

Time For Fun (SHOW3, R$ 3,45, +10,22%)
A Time For Fun viu suas ações dispararem após a companhia divulgar o balanço do segundo trimestre, registrando lucro líquido de R$ 2,2 milhões, revertendo prejuízo de R$ 419 mil em comparação ao período de 2014. A receita líquida da companhia teve queda de 53% na comparação de trimestres, saindo de R$ 221,3 milhões em 2014 para R$ 103,7 milhões em 2015. 

Segundo o Bradesco BBI, a companhia teve bons resultados em trimestre “silencioso”. “Os resultados do primeiro semestre de 2015 confirmam que a companhia atingiu o ponto de inflexão, já que terminou contrato em que perdia dinheiro com o Cirque du Soleil, enquanto fez sua operação mais eficiente”, apontaram os analistas.

BR Properties (BRPR3, R$ 10,97, +4,18%)
As ações da BR Properties foram destaque de alta no Ibovespa após acordo bilionário. A empresa de gestão de ativos imobiliários disse que a companhia e/ou subsidiárias celebraram com a Brookfield quatro compromissos de compra e venda de imóveis e um contrato de compra e venda de ações para a venda de ativos imobiliários nas cidades de Rio de Janeiro e São Paulo e de participação societária por cerca de 2,079 bilhões de reais.

Serão deduzidas do valor dívidas de aproximadamente 800 milhões de reais, assumidas pelo comprador, além de outros ajustes previstos em contrato, disse a BR Properties em comunicado divulgado durante a madrugada desta terça-feira.