Petrobras e educacionais desabam, Braskem afunda 8% e elétricas avançam

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa caiu nesta segunda-feira (3) em meio à pressão das blue chips, ações de maior liquidez, sobretudo os papéis da Petrobras e Bradesco. O banco recuou após confirmar a compra da unidade brasileira do HSBC por R$ 17,6 bilhões, valor muito acima do previsto pelo mercado. Na maior queda do Ibovespa neste pregão, apareceram as ações da petroquímica Braskem (BRKM5), com desvalorização de 6,94%, a R$ 11,67.

Do outro lado, os papéis das elétricas subiram forte diante da expectativa da nova reunião entre governo e agentes do setor sobre o risco hidrológico. 

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

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Petrobras (PETR3, R$ 10,98, -5,18%; PETR4, R$ 10,02, -4,57%
Seguindo as perdas do petróleo, com o brent caindo 4,56%, a US$ 49,83, em meio às notícias de aumento da produção da commodity no Irã,  as ações da Petrobras tiveram um dia de baixa superior a 4%.

Ainda no radar, a BR Distribuidora foi avaliada entre R$ 35 bilhões e R$ 50 bilhões, de acordo com fontes a par do assunto disseram ao Valor. A expectativa é que a Petrobras poderia vender entre 25% e 40% da empresa. Ou seja, com base nessas avaliações preliminares, o dinheiro que poderia entrar no caixa da empresa varia entre R$ 8,75 bilhões e R$ 20 bilhões. 

Ainda sobre a estatal, a petrolífera informou na sexta-feira que iniciou a produção da plataforma Cidade de Itaguaí, na área de Iracema Norte, no campo de Lula, pré-sal da Bacia de Santos, e que o pico de produção da unidade deve ser atingido no início de 2017. A área é operada pela Petrobras, com 65% de participação, em parceria com a BG, com 25%, e a Petrogal (joint venture formada pela Galp Energia e pela Sinopec), com 10%.

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Bradesco (BBDC3, R$ 27,40, -0,94%; BBDC4, R$ 26,43, -3,12%)
A grande notícia do dia foi a compra das operações brasileiras do HSBC para o Bradesco por um valor acima do esperado pelo mercado, de US$ 5,2 bilhões, o que puxa as ações para baixo hoje. O Bradesco, no entanto, disse que o valor é justificado pela inclusão do segmento de seguros e melhores perspectivas de suas operações.

Apesar do valuation mais caro do que o mercado esperava, analistas doo Credit Suisse e Brasil Plural comentaram que a transação faz sentido, sendo estrategicamente importante para o Bradesco. O Credit Suisse estima sinergias de R$ 6 bilhões, principalmente com o corte de custos. 

Em conferência com a imprensa, o presidente do Bradesco, Luiz Trabuco, disse que a aquisição preserva o lucro por ação e que não vai reduzir o payout (dividendos/lucro líquido) por conta da operação. Ele comentou ainda que a aquisição leva a ganho de escala e que confia que o atual ciclo econômico é passageiro.

Educacionais
As ações das educacionais acentuaram as perdas durante a tarde, com os papéis da Estácio (ESTC3, R$ 13,23, -6,83%) e Kroton (KROT3, R$ 9,18, -4,38%) entre as maiores quedas do Ibovespa. Fora do índice caíram forte também as ações da Anima (ANIM3, R$ 14,91, -5,93%), enquanto Ser Educacional (SEER3, R$ 10,60, -1,61%) teve queda mais amena. Desde o dia 16 de julho esses papéis já caíram entre 20% e 30% na Bolsa. O movimento acompanha o anúncio do governo de corte adicional do Orçamento em 2015, com redução para o setor de R$ 1 bilhão. 

Além disso, segundo notícia de ontem da coluna Radar, da Veja, o governo deixou de repassar às instituições de ensino R$ 7,5 bilhões do Fies. Ambas as ações listadas na Bolsa mencionadas acima têm exposição ao programa. 

Ainda sobre o setor, o Ministério da Educação, por meio do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), reabriu o prazo para adiamento de contratos com recursos do Fies do 1° semestre, no período de 10 de agosto a 31 de outubro. É a quarta vez que o MEC amplia o prazo para esses aditamentos. De abril para cá, houve três prorrogações e agora está sendo aberto esse novo período, de mais quase três meses. 

Nova prévia do Ibovespa
A BM&FBovespa divulgou nesta manhã a nova prévia da carteira teórica do Ibovespa, que vigorará de setembro a dezembro deste ano. A primeira prévia confirmou a entrada de Raia Drogasil (RADL3, R$ 42,00, -3,47%) e a saída das ações da Gafisa (GFSA3, R$ 2,57, +0,78%), Marcopolo (POMO4, R$ 2,29, -0,43%) e Santander (SANB11, R$ 16,29, +1,81%).

Veja mais em: Santander dá adeus ao Ibovespa e Raia Drogasil entra no índice em 1ª prévia

Elétricas
O dia foi de alta para as ações do setor elétrico, com destaque para a Cemig (CMIG4, R$ 9,48, +0,42%), Eletropaulo (ELPL4, R$ 15,38, +1,79%), Eletrobras PN (ELET6, R$ 8,85, +3,63%) e Light (LIGT3, R$ 14,39, +2,13%).

Acontece hoje, no Ministério de Minas e Energia, uma nova reunião entre governo e agentes do setor sobre o risco hidrológico (GSF), o déficit na geração de energia elétrica. O governo propôs na semana passada aos agentes produtores de eletricidade transferir o risco dessa falta de energia dos geradores para os consumidores finais a partir de 2017.

Segundo o presidente da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica), Nelson Leite, que participou do encontro, para compensar esse custo adicional para a população, haverá uma contrapartida de redução dos preços na geração

Vale (VALE3, R$ 17,59, -1,57%; VALE5, R$ 14,38, -1,84%)
As ações da Vale caíram nesta segunda-feira apesar da alta dos preços do minério de ferro. A commodity subiu 4,57% no porto de Qingdao, a US$ 55,89 a tonelada. Notícias vindas da China podem contribuir para o movimento do dia. O PMI industrial chinês caiu para 47,8 pontos em julho, bem abaixo dos 50 pontos que são o limiar entre avanço e contração e também abaixo dos 48,2 pontos de leituras preliminares. Acompanharam o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 9,63, -2,13%), holding que detém forte participação na mineradora. 

SulAmérica (SULA11, R$ 17,85, +3,30%)
As ações da SulAmérica subiram forte pelo sexto pregão seguido, renovando sua máxima histórica. Na semana passada, a companhia divulgou que teve lucro líquido de R$ 123,5 milhões no segundo trimestre, uma alta de 130,4% em relação ao mesmo período do ano passado. A companhia apurou R$ 4,278 bilhões em receitas com seguros, uma evolução de 13,2% na comparação com igual termo de 2014.  

Sabesp (SBSP3, R$ 17,59, +0,69%)
A Sabesp terá que diminuir em 26% sua captação de água do Sistema Cantareira a partir de novembro deste ano. A medida foi divulgada na última sexta-feira pela ANA (Agência Nacional de Águas). Na última terça-feira, o governo estadual havia autorizado o aumento da retirada de 13,5 mil litros por segundo para 14,5 mil litros por segundo. Entretanto, as agências reguladoras voltaram atrás e decidiram reduzir a captação para 10 mil litros por segundo.  

Gafisa (GFSA3, R$ 2,57, +0,78%)
Além da exclusão das ações da companhia na primeira prévia da carteira teórica do Ibovespa, a Gafisa tem no radar a notícia de que estaria aproveitando o momento de deterioração da demanda no setor imobiliário para comprar um grande volume de imóveis de concorrentes com descontos. A companhia conta com um caixa robusto avindo da venda da Alphaville e se aproveita do momento do setor.  

Iguatemi (IGTA3, R$ 23,56, -1,55%)
A administradora de shopping centers adquiriu 3,75% dos imóveis que compõem o Condomínio Comercial Shopping Pátio Higienópolis I, por R$ 51,5 milhões. A Iguatemi já era administradora do Pátio Higienópolis desde 2013 e há algum tempo considerava virar sócia. 

Weg (WEGE3, R$ 18,77, -0,16%)
O HSBC reiterou classificação de compra para a Weg e elevou o preço-alvo de R$ 18,50 para R$ 20,50 por ação. Segundo os analistas Alexandre Falcao, Ravi Jain e Gustavo Gregori, do banco, a companhia continuará a penetrar participação no mercado de maneira agressiva no exterior com a desvalorização do real em cerca de 50% nos últimos doze meses e que o enfraquecimento da margem Ebitda (Ebitda/Receita Líquida) é “temporário” e deve subir gradualmente, atingindo a média histórica de 17% a 19%.

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 3,37, -6,39%)
As ações da Magazine Luiza chegaram a cair 11%. O movimento ocorreu após disparada de 31,8% na sexta-feira depois de divulgação do resultado do segundo trimestre, que mostrou forte retração do lucro, mas dentro do que já era esperado pelo mercado. A varejista viu seu lucro líquido cair 88,6% entre os meses de abril a junho de 2015 ante um ano antes, para R$ 3 milhões. O segundo trimestre da companhia acompanhou o momento ruim enfrentado pelo setor de varejo, com queda na receita líquida e no resultado líquido nos dois períodos comparativos semestrais.