Ata do Copom, relatório do emprego nos EUA e 44 resultados devem agitar a Bolsa

Mercado aguarda novas sinalizações do BC sobre política monetária e possíveis indicações das agências de classificação de risco Moody's e Fitch sobre a nota de crédito do Brasil

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Apesar da alta desta sexta-feira (31) e do melhor desempenho semanal em 3 meses, a Bolsa não teve uma grande notícia esta semana, mas o que poderia ser uma grande pressão com a S&P revisando para negativa a perspectiva de rating do Brasil, acabou sendo “ignorado” pelo mercado. Enquanto isso, o Copom elevou mais uma vez a Selic, agora para 14,25% ao ano, mas também sinalizou que o ciclo de alta pode ter chegado ao fim. Em meio a tudo isso, o Ibovespa terminou julho com queda 4,17%.

Depois de pregões agitados nesta semana, a próxima sequência que marca o começo de agosto tende a ser mais tranquila em relação à divulgação de indicadores. De qualquer modo, o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, destaca dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos e a ata do Copom por aqui como importantes sinalizadores para o mercado. “O relatório do emprego tem sido importante por conta da indefinição da política monetária americana”, disse. Na maior economia do mundo, o início da esperada retomada das altas na taxa de juros pelo Federal Reserve ainda é alvo de grandes especulações. Há quem pense que isso ocorrerá em setembro, enquanto aqueles que defendem postura mais “dovish” acreditam que a decisão será postergada para o ano que vem.

No plano doméstico, a ata do Copom deve dar novas dicas sobre a política monetária adotada pelo Banco Central no combate à inflação. “O mercado vai ficar mais de olho em novas sinalizações de quanto tempo a taxa de juros vai ficar em 14,25%, já que ficou entendido que o ciclo terminou”, afirmou Agostini. Segundo ele, o mercado também vai digerir os dados recentes referentes às contas públicas do governo, atento ainda a possíveis posicionamentos das agências de classificação de risco Fitch e Moody’s.

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Além da agenda econômica, eventos corporativos devem trazer ainda mais emoção ao mercado nos primeiros dias de agosto. Entre os destaques ficam a divulgação de resultados de grandes companhias, como o Itaú Unibanco (ITUB4) e a Petrobras (PETR3; PETR4), além da volta das atividades no Congresso após o recesso, o que deve alimentar a tensão política, que havia diminuído na última semana.

Entre os principais dados que serão apresentados, devem chamar atenção a ata da reunião do Copom desta semana, podendo apresentar mais detalhes sobre o possível fim do ciclo de alta da Selic. No exterior a semana contará com a divulgação do relatório de emprego nos EUA, indicador importante para acompanhamento da evolução da economia norte-americana e possível elevação dos juros no país.

Confira os principais eventos da agenda desta semana:

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Ata do Copom
O comunicado, divulgado após a reunião desta semana, que elevou a Selic para 14,25%, incluiu o seguinte comentário: “O Comitê entende que a manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no final de 2016”. Segundo o Credit Suisse o comentário é uma forte sinalização que a taxa Selic será mantida em 14,25% na reunião de 2 de setembro do Copom.

“A ata discutirá o balanço de riscos para a inflação e, possivelmente, apresentará sua leitura sobre a decisão recente em relação à redução da meta de superavit primário para 2015, 2016 e 2017”, disseram os analistas.

Relatório de Emprego nos EUA
Um dos prinicpais indicadores utilizados pelo Federal Reserve para a decisão do momento ideial sobre a elevação dos juros no país. O documento reúne dados de remuneração do trabalhador, horas trabalhadas, empregos gerados e o principal: taxa de desemprego.

IPCA
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é utilizado pelo Banco Central como indicador oficial de inflação no País. O Credit projeta um resultado de 0,60% em julho, ligeiramente superior à inflação IPCA-15 de julho (0,59%), mas ficando abaixo do de junho (0,79%).

Radar político
No plano político, merece destaque a volta das atividades no Congresso após duas semanas de “recesso branco” para deputados e senadores. As expectativas dos especialistas são de que, em um primeiro momento, a presidente Dilma Rousseff enfrente mais resistência após o maior contato dos parlamentares com as reclamações e críticas de suas bases. Além disso, serão vistos os primeiros efeitos práticos da decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de abandonar a base do governo e embarcar na oposição, após delação feita por Júlio Camargo sobre um suposto recebimento de propina de US$ 5 milhões.

Temporada de resultados
Pelos balanços corporativos referentes ao segundo trimestre deste ano, ao menos 44 empresas prestarão contas com seus investidores entre os dias 3 e 7 de agosto. Entre elas, destacam-se Itaú Unibanco, Petrobras, Eletropaulo (ELPL4), Cetip (CTIP3), Totvs (TOTS3), Ultrapar (UGPA3) e muitas outras.

Para conferir o calendário completo, confira a agenda InfoMoney clicando aqui.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.