O que pode estar por trás da disparada de até 8% das elétricas hoje?

Cesp e Cemig aparecem entre as maiores altas do Ibovespa, tendo subido até 8%, depois de dias amargos na Bolsa; de maio até ontem, esses papéis caíram 20% e 40%, respectivamente

Paula Barra

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SÃO PAULO – As ações das elétricas disparam até 8% nesta quinta-feira (30) apesar da queda do Ibovespa, que depois de uma abertura positiva virou para baixa com notícias vindas dos Estados Unidos. Entre as maiores altas do índice aparecem as ações da Cesp (CESP6, R$ 19,13, +7,72%) e Cemig (CMIG4, R$ 9,38, +4,45%), tendo registrado na máxima do dia valorização de até 8%, depois de fortes quedas na Bolsa nos últimos dias. Do topo registrado neste ano – ambas em maio – até ontem, esses papéis caíram 20% e 40%, respectivamente.

Mas não são só elas que se destacam hoje. Os papéis da Eletropaulo (ELPL4, R$ 15,16, +6,01%), Light (LIGT3, R$ 14,08, +5,07%), CPFL Energia (CPFE3, R$ 18,96, +3,32%) e Energias do Brasil (ENBR3, R$ 13,11, +3,23%) subiam mais de 3%, segundo cotação das 12h08 (horário de Brasília). Eletrobras (ELET3, R$ 5,57, +2,20%; ELET6, R$ 8,45, +3,43%), Copel (CPLE6, R$ 34,17, +2,00%), AES Tietê (GETI4, R$ 18,07, +1,23%), Taesa (TAEE3, R$ 20,33, +1,60%) e Alupar (ALUP11, R$ 16,18, +0,50%) também operam em alta hoje. Neste momento, o índice das elétricas (IEE) subia 2,1%. 

Sobre o movimento de hoje, analistas consultados pelo InfoMoney disseram que deve-se a expectativas sobre reembolsos às geradoras pelo chamado risco hidrológico (GSF). Eles comentam, no entanto, que essa alta das ações de até 8% de alguns papéis parece “exagerada”. 

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As expectativas do mercado crescem diante de notícias de que o governo estuda mudar de forma significativa sua proposta em relação ao risco hidrológico. A questão do déficit de geração das hidrelétricas se tornou relevante porque há meses as usinas estão sendo obrigadas a gerarem menos eletricidade para pouparem água de seus reservatórios. Isso tem feito as empresas a terem que comprar energia mais cara no mercado de curto prazo para honrarem contratos de fornecimento.

O que aparece no noticiário agora é que o governo e as geradoras devem chegar a um acordo que as geradoras abaixariam as tarifas mas teriam uma compensação com perdas com GSF. Pela primeira vez foi ventilada a possibilidade de um reajuste retroativo, comentou o Credit Suisse. 

Caso isso seja confirmado, os analistas do banco veem um cenário positivo, principalmente para Cesp e Cemig, apesar de reforçarem que ainda há potenciais riscos de desvalorização desses papéis. Eles não negam, no entanto, que a notícia pode gerar um bom momento para investidores zerarem uma eventual posição “short” (vendida) nos papéis. 

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Segundo cálculos do banco suíço, nos moldes atuais, com o déficit de geração podendo chegar a 20%, isso poderia equivaler a 14% do valor de mercado da Cesp e 8% da Cemig. Para AES Tietê e Copel, seria correspondente a 4% do valor de mercado, enquanto para Energias do Brasil e Tractebel, de cerca de 3%. Já para Alupar e CPFL Energia esse déficit corresponde a 1,5% do valor de mercado. 

Vale mencionar que, fora esses rumores, aparece no radar da Energias do Brasil hoje o resultado do segundo trimestre, que foi bem recebido pelo mercado. O Santander destacou que o resultado foi bom, diante de receitas fortes em função de melhor estratégia de alocação, ganhos de capital com a consolidação de Pecém e melhores preços de tarifas.