Vale e Bradesco caem mais de 2% e Ibovespa acelera perdas; dólar sobe a R$ 3,374

A queda ocorreu simultaneamente ao começo das operações nas bolsas norte-americanas, onde o dado de crescimento de 2,3% do PIB deixou mais perto um aumento dos juros pelo Federal Reserve em setembro

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa virou opera em queda de quase 1%, tendo virado para baixa logo após a abertura das bolsas dos Estados Unidos. Nos EUA, o dado de crescimento de 2,3% do PIB (Produto Interno Bruto) deixou mais perto um aumento dos juros pelo Federal Reserve em setembro segundo alguns analistas. No entanto, já há quem alerte no mercado financeiro para uma falta de fundamento nesta explicação

Às 11h29 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira recuava 1,05%, a 49.715 pontos. Com isso, o índice fica bem longe das máximas, tendo chegado a operar em alta de 1% no começo do pregão. Ao mesmo tempo, o dólar comercial subia 1,34%, a R$ 3,3738. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 recuava 0,35 ponto percentual, a 13,52%, enquanto o DI para janeiro de 2021 caía 0,19 p.p. a 12,85%. 

Nos Estados Unidos, os índices Dow Jones e S&P 500 recuam após o Fomc (Federal Open Market Comittee) acenar para uma alta dos juros em setembro. Além disso, o PIB (Produto Interno Bruto) do país cresceu 2,3%, abaixo da mediana das projeções de analistas, que era de expansão a 2,5%. 

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O número de trabalhadores norte-americanos que entraram pela primeira vez com pedido de auxílio-desemprego subiu 12 mil na semana encerrada em 25 de julho, para 267 mil, de acordo com Departamento do Trabalho dos EUA. Apesar do avanço, o resultado ficou abaixo da previsão dos analistas consultados pela Dow Jones Newswires, que esperavam aumento a 270 mil.

Virada brusca
Pela manhã, o Ibovespa subia por conta da decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), que elevou a taxa básica de juros Selic em 0,5 ponto percentual a 14,25%, indicando o fim do ciclo de alta dos juros no comunicado. Ainda trazia otimismo a temporada de resultados, com gigantes como Ambev (ABEV3), Bradesco (BBDC3BBDC4) e Vale (VALE5) superando expectativas dos analistas. 

Destaques de ações
As ações da Vale (VALE3, R$ 17,84, -2,78%; VALE5, R$ 14,78, -2,18%) viraram para queda depois de chegarem a disparar quase 8% na máxima do dia. A companhia divulgou um lucro acima do esperado no segundo trimestre de 2015, chegando a R$ 5,14 bilhões. O minério de ferro spot no porto de Qingdao recuou 0,45%, a US$ 55,64. 

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As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 EMBR3 EMBRAER ON 22,13 -7,02
 ESTC3 ESTACIO PART ON 15,21 -4,94
 KROT3 KROTON ON 9,21 -4,86
 PETR4 PETROBRAS PN 10,30 -3,92
 BRAP4 BRADESPAR PN 9,67 -3,49

Do lado das perdas quem também puxa a trajetória negativa do índice é o Bradesco (BBDC3, R$ 26,91, -2,46%; BBDC4, R$ 26,86, -2,68%). O segundo maior banco privado do país, informou nesta quinta-feira (30) lucro líquido de R$ 4,473 bilhões no segundo trimestre, crescimento de 18,4% frente a igual período do ano anterior. Excluindo efeitos extraordinários, o lucro da instituição foi de R$ 4,504 bilhões entre os meses de abril a julho, aumento também de 18,4% sobre um ano antes. A média das projeções compiladas pela Bloomberg apontavam para lucro recorrente de R$ 4,402 bilhões.

Apesar do lucro praticamente em linha com o esperado e o guidance para a margem financeira ter sido elevado no ano, os analistas do Credit Suisse acreditam que a deterioração nos indicadores de qualidade dos ativos (embora ainda sob controle) podem trazer preocupação, especialmente considerando na cobertura provisionada, que pode indicar maiores provisionamentos nos próximos trimestres.

As ações da Petrobras (PETR3, R$ 11,40, -3,39%; PETR4, R$ 10,31, -3,82%) subiam pela manhã, mas acabaram virando para queda em meio à piora no cenário para o mercado em geral. 

Do lado das quedas opera também Cielo (CIEL3, R$ 43,57, -3,24%). A operadora de cartões de crédito reportou seu balanço do segundo trimestre deste ano com números levemente abaixo do que se esperava. A companhia administradora de cartões fechou o período com lucro líquido atribuível aos acionistas de R$ 869,44 milhões, uma alta de 9% sobre o mesmo período de 2014, mas ficando abaixo dos R$ 893,00 milhões esperado pelo mercado. Porém, o resultado ajustado, incluindo os números da Cateno – joint-venture com o Banco do Brasil – foi de R$ 936,9 milhões.

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 JBSS3 JBS ON 14,95 +5,65
 CESP6 CESP PNB 18,79 +5,33
 HGTX3 CIA HERING ON 12,16 +4,47
 CPFE3 CPFL ENERGIA ON 18,99 +3,49
 PCAR4 P.ACUCAR-CBD PN ED 75,70 +3,44


Já a cervejaria Ambev (
ABEV3, R$ 18,90, +0,80%) sobe, mas amenizou após a piora generalizada do mercado. A companhia registrou um lucro líquido de R$ 2,83 bilhões no segundo trimestre, alta de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado, informou nesta quinta-feira. A média das expectativas dos analistas eram de uma alta de 17,17% no resultado líquido da empresa, atingindo R$ 2,545 bilhões. 

O resultado vem positivo mesmo com efeitos negativos como a desaceleração econômica no Brasil, que afeta o consumo em geral e o benchmark elevado do balanço do 2º tri de 2014, quando ocorreu a Copa do Mundo. O evento alavancou as vendas de cerveja no País. 

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