S&P corta perspectiva de 41 empresas de estável para negativa; confira

Lista inclui Ambev, Arteris, Braskem, CCR, Cesp, Coelce, Ecorodovias, Eletrobras, Multiplan, Tractebel, Taesa e Ultrapar, segundo comunicado da agência

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após rebaixar sua perspectiva de rating do Brasil no início da tarde da última terça-feira (28) para negativa e, durante a noite, cortar a perspectiva de rating para os três maiores bancos do país, Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC3BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3), além do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), a agência de classificação de risco Standard & Poor’s fez diversas revisões para empresas dos mais variáveis setores. São cerca de trinta empresas de diversos setores que tiveram sua perspectiva revisada para negativa, além das 11 instituições financeiras, o que totalizam 41 empresas. 

Na manhã desta quarta-feira (29), a S&P revisou de estável para negativa a perspectiva das companhias do setor elétrico brasileiro. Entre eles, a Eletrobras (ELET3;ELET6), a Cesp (CESP6), Tractebel (TBLE3), Duke Energy Paranapanema, Itaipu Binacional, Elektro, Coelce (COCE5) e Transmissora Aliança. Os ratings de todas as empresas foram mantidos. 

Fora do setor elétrico, foram revisadas as perspectivas de rating de estável para negativa de outras empresas, como Comgas (CGAS5), CCR (CCRO3), Autoban, Ecovias, NET, Globo, Votorantim, Ambev (ABEV3), Braskem (BRKM5), Ultrapar (UGPA3) e Multiplan (MULT3). 

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 Por outro lado, a S&P manteve perspectiva estável de Aché Laboratorios, BRF (BRFS3), Embraer (EMBR3), Fibria (FIBR3) e Raízen. A agência manteve perspectiva negativa para Natura (NATU3) e Vale (VALE3;VALE5). 

Ontem, incluindo os bancos, foram 11 instituições financeiras com suas perspectivas pioradas, incluindo a Caixa Econômica e a BM&FBovespa (BVMF3). Todas as instituições estavam com expectativa “estável”, passando agora para “negativa”. Completam a lista: Itaú Unibanco Holding, Citibank, Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul), Santander Brasil e Banco do Nordeste. 

Segundo a S&P, as classificações das empresas de serviços financeiros poderão se estabilizar na sequência de uma ação similar sobre o rating soberano, “caso melhorem as condições para a execução de políticas consistentes em todas as áreas do governo para estancar a deterioração fiscal”.

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“Em nossa opinião, essa melhora poderia dar suporte a uma rápida recuperação, que permitiria ao Brasil sair do atual quadro de recessão, permitindo melhora do resultado fiscal e proporcionando mais espaço para manobras diante de choques econômicos consistentes com um baixo nível de grau de investimento”, disse a agência em relatório.

A decisão já poderia ser esperada dado que, ontem, a agência anunciou o rebaixamento da perspectiva da nota de crédito do Brasil, apesar de manter o rating soberano. A expectativa é que o Brasil registre uma retração da economia da 2% neste ano, enquanto em 2016 não haverá crescimento. Apenas em 2017 a agência projeta um crescimento modesto da economia.

A S&P disse que as investigações em curso nos casos de corrupção contra políticos e empresas de alto perfil – em ambos os setores público e privado, e em todos os partidos – levaram a uma alta da incerteza política no curto prazo. A agência afirmou que este cenário coloca um grande risco nas implementações de novas políticas, principalmente nas votações do Congresso.

Segundo a agência, desde que o rating do País foi reafirmado, em 23 de março, os riscos de um downside da nota soberana aumentaram. “O Brasil enfrenta circunstâncias políticas e econômicas desafiadoras, apesar do que nós consideramos ser uma correção política significativa durante o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff”, afirmou a S&P em relatório.

“Revisamos a perspectiva para negativa porque, apesar das mudanças políticas atualmente em curso, que têm o apoio da presidente, os riscos de execução subiram. Em nossa visão, esses riscos derivam de ambas as frentes políticas e econômicas”, afirma a S&P.

Segue abaixo a lista completa das empresas que tiveram a perspectiva alterada para negativa:

— AmBev – Companhia de Bebidas das Américas (AmBev);

— Atlantia Bertin Concessões S.A. (AB Concessões) e suas subsidiárias, Rodovia das Colinas S.A. e Triângulo do Sol Auto-Estradas S.A.;

— Arteris S.A. e sua subsidiária, Autopista Planalto Sul S/A.;

— Braskem S.A.;

— CCR S.A. e suas subsidiárias, Autoban – Concessionária do Sistema Anhanguera Bandeirantes S.A., Concessionária da Rodovia Presidente Dutra S.A., e Rodonorte Concessionária de Rodovias Integradas S.A.;

— CESP-Companhia Energética de São Paulo;

— Companhia de Gás de São Paulo – Comgás;

— Companhia Energética do Ceará – Coelce;

— Duke Energy International Geração Paranapanema S.A. (Duke);

— Ecorodovias Concessões e Serviços S.A. e Concessionária Ecovias dos Imigrantes S.A.;

— Elektro Eletricidade e Serviços S.A. (Elektro);

— Eletrobras-Centrais Elétricas Brasileiras S.A.;

— Globo Comunicação e Participações S.A. (Globo);

— Itaipu Binacional;

— Multiplan Empreendimentos Imobiliários S.A. (Multiplan);

— Net Serviços de Comunicação S.A. (Net);

— Samarco Mineração S.A.;

— Tractebel Energia S.A.;

— Transmissora Aliança de Energia Elétrica S.A. (TAESA);

— Ultrapar Participações S.A. (Ultrapar); e

— Votorantim Participações S.A. e suas subsidiárias, Votorantim Industrial S.A. e Votorantim Cimentos S.A.

Abaixo segue a lista das empresas que tiveram mantidas as notas de crédito e a perspectiva, em estável:

— Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A.;

— BRF S.A.;

— Embraer S.A.;

— Fibria Celulose S.A.; and

— Raízen

Abaixo seguem as empresas que tiveram mantidas as notas de crédito e a perspectiva, em negativa:

— Natura Cosméticos S.A.; e

— Vale S.A. e sua subsidiária, Vale Canadá Ltd.

Abaixo segue a lista das empresas que não foram afetadas pela ação envolvendo o rating do Brasil:

— Klabin S.A.;

— Neoenergia S.A.;

— Odebrecht Engenharia e Construção S.A.; and

— Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras.

(Com Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.