Dia de repique: Braskem sobe 12%; Vale, CSN e Usiminas disparam até 10%

Confira os destaques do pregão desta terça-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – A decisão da agência de classificação de risco Standard & Poor’s de colocar a nota soberana brasileira “BBB-” em perspectiva negativa provocou forte volatilidade na Bolsa. O revisão significa que a agência pode reduzir a nota do Brasil no curto prazo. 

A notícia trouxe até chegou a amenizar os ânimos dos investidores, mas depois de sete quedas seguidas, analistas comentam que investidores estavam em busca de barganhas, fazendo o mercado “ignorar” nesta tarde os efeitos da decisão. O Ibovespa subiu 1,68%, a 49.552 pontos. 

Dos “pesos pesados”, Petrobras e Vale voltaram a subir forte, assim como os papéis das siderúrgicas, enquanto os bancos, que haviam virado para queda, passaram a subir novamente. A exceção era o Banco do Brasil, que caiu depois de alta mais forte na véspera com notícia de que o Fundo Soberano encerrou as vendas das ações do banco neste mês. Atenção ainda para a Braskem, que depois de afundar ontem em meio à denúncias sobre um contrato de nafta com a Petrobras, disparou nesta sessão. Confira os destaques:

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Petrobras, siderúrgicas e Vale
Depois de sete quedas seguidas, a Bolsa passou por uma correção técnica, com investidores buscando “pechinchas” no mercado após vários papéis irem para suas mínimas em muitos anos.

Lideraram a ponta positiva as ações da Petrobras (PETR3, R$ 10,98, +5,37%PETR4, R$ 9,97, +4,84%), Vale (VALE3, R$ 18,09, +7,94%; VALE5, R$ 14,86, +6,14%) e siderúrgicas Usiminas (USIM5, R$ 4,05, +8,29%), CSN (CSNA3, R$ 4,18, +10,00%) e Gerdau (GGBR4, R$ 5,94, +5,88%), que subiram depois de fortes perdas. 

Sobre Petrobras, vale destacar ainda que as ações subiram hoje depois de terem caído 20% pelos últimos sete pregões (sem pausa para alta). O movimento hoje se intensifica com a virada do preço do petróleo para alta no mercado internacional. O petróleo WTI, negociado no Texas, registrava alta de 0,7%, a US$ 47,72, neste momento. Além disso, a reestruturação e venda de ativos da TAG (Transportadora Associada de Gás), que opera os gasodutos da Petrobras, foi aprovada pelo conselho de administração da estatal na reunião de sexta-feira, segundo fontes disseram à Agência Estado. 

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Em relação à Vale, as ações acompanharam também o preço do minério de ferro, que subiu 2,1%, a US$ 53,45 a tonelada, segundo cotação do porto de Qingdao, na China. Seguem o movimento os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 9,86, +6,25%), holding que detém forte participação na mineradora. 

Entre as siderúrgicas, merece menção a Gerdau. O BB Investimentos cortou nesta terça-feira o preço-alvo das ações da companhia, de R$ 15,90 para R$ 10,00, mas manteve recomendação outperform (desempenho acima da média). 

Braskem (BRKM5, R$ 12,18, +12,47%)
As ações da Braskem mantiveram forte alta nesta tarde e lideraram os ganhos do Ibovespa. O movimento ocorre após derrocada de 10% ontem (pior desempenho diário do índice). Em relatório de hoje, o BTG Pactual comentou que, embora a empresa tenha uma história de tipicamente ir bem no ambiente econômico atual, graças a suas vantagens competitivas, força estrutural e receita em dólar, os desdobramentos da Operação Lava Jato são impossíveis de se prever, sendo, no momento, melhor ficar à margem da ação.

Ontem, os papéis desabaram com informações de que o contrato de nafta firmado com a Petrobras entre 2009 e 2014 trouxe prejuízo de R$ 6 bilhões à estatal. Conforme denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa teria recebido propina da Odebrecht para manter os preços da matéria-prima favoráveis à Braskem. 

BR Malls (BRML3, R$ 12,28, -0,24%)
A BR Malls divulgou sua prévia operacional ontem à noite. A companhia viu suas vendas nos shoppings crescerem 0,3% no segundo trimestre, para R$ 5,4 bilhões. No segmento “mesmas lojas”, o avanço no trimestre foi de 3,6%. Segundo a XP Investimentos, a desaceleração no indicador “mesmas lojas” reflete dificuldades enfrentadas pelo varejo frente o cenário macroeconômico mais desafiador, com as vendas sendo impactadas negativamente pela baixa performance das lojas eletrônicas. Desconsiderando as lojas eletrônicas, o segmento “mesmas lojas” da companhia seria de 5,9% no trimestre.
 

Para a corretora, a prévia operacional da companhia só demonstra o cenário desafiador do setor. Vale destacar o cenário negativo para varejo de eletroeletrônicos, pois afetaram negativamente as vendas da companhia, nesse caso Via Varejo (VVAR11) e Magazine Luiza (MGLU3), comentaram os analistas.

Duratex (DTEX3, R$ 7,00, +2,04%)
A companhia divulgou seu resultado nesta manhã. O lucro líquido da fabricante de painéis e pisos laminados caiu 36,4% no segundo trimestre deste ano, ante o mesmo período do ano passado, para R$ 36,6 milhões. No semestre, o lucro líquido da companhia teve queda de 52,8%, para R$ 103,79 milhões, apesar do crescimento de 4,2% da receita líquida, para R$ 1,966 bilhão.   

Cemig (CMIG4, R$ 9,28, +0,43%)
A Cemig informou que sua subsidiária Cemig Geração e Transmissão e outros obtiveram na Justiça Federal liminar para se proteger contra as perdas provadas pelo déficit de geração de energia, conhecido pela sigla GSF. Nas últimas semanas, outras geradoras obtiveram da Justiça liminares que mitigavam o efeito do GSF a um patamar de 5% do déficit. Ontem, foi a vez da Light.

Além disso, o presidente da Cemig disse que até o final do ano a empresa, juntamente com o seu principal acionista, o governo estadual, conseguirá uma solução favorável às concessões das usinas de Jaguara, São Simão e Miranda – que representam 40% da divisão de geração da empresa. Segundo a Rico Corretora, sem dúvida, esse é o principal ponto pela qual as ações da companhia caíram fortemente nas últimas semanas e vale ficar de olho nessa questão. Do topo de maio até agora, os papéis já caíram 40% na Bolsa. 

M.Dias Branco (MDIA3, R$ 75,50, -5,24%)
A M.Dias Branco registrou lucro líquido consolidado de R$ 190,8 milhões no segundo trimestre, resultado 30% acima do registrado no mesmo período do ano passado. Em relatório, a companhia disse que os resultados foram influenciados pela desaceleração da economia brasileira, que causou retração no consumo dos produtos. Após o balanço, a empresa teve sua recomendação rebaixada pelo Itaú BBA, para underperform (desempenho abaixo da média). O Bradesco BBI citou que volumes fracos de biscoitos e macarrão refletem a desaceleração econômica do País, mas espera expansão das margens à frente. 

Via Varejo (VVAR11, R$ 8,56, -3,93%)
A ViaVarejo, dona das Casas Bahia e Ponto Frio, registrou prejuízo de R$ 13 milhões no segundo trimestre, contra lucro líquido de R$ 187 milhões no mesmo período do ano anterior. Segundo o Itaú BBA, os números foram fracos e o ambiente consumidor desafiador provavelmente limitarão o desempenho da ação no curto prazo. A Citi Corretora rebaixou o preço-alvo dos papéis da varejista para R$ 10,30.