Começou a temporada de balanços! Veja quais devem ser os vencedores e perdedores do 2º tri

Temporada será fundamental para ver que empresa e setor resiste melhor à crise econômica atual

Equipe InfoMoney

Publicidade

SÃO PAULO – Nesta segunda-feira (22), a Natura (NATU3) abriu a temporada de resultados das empresas com ações listadas na BM&FBovespa. Analistas já avisam que esta temporada será mais importante do que as outras, já que o investidor poderá ver o resultado prático nas empresas da estagnação econômica que já vemos em indicadores de inflação, crescimento e do PIB (Produto Interno Bruto) e desemprego. Dentro disso será importante ficar atento para ver quais empresas estão resistindo melhor aos problemas econômicos. 

A opinião de que os balanços das empresas neste segundo semestre são primordiais é corroborada pelo economista da Elite Corretora, Hersz Ferman. Para ele, mesmo que nos primeiros três meses de 2015 o Brasil já estivesse mergulhado em uma crise econômica e no ajuste fiscal, uma boa prova de que o “grosso” do impacto foi sentido no último trimestre se dá pela análise do Relatório Focus, do começo do ano para cá. Ele lembra que no primeiro Focus de 2015 a mediana das expectativas de economistas e analistas era de um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 0,5%. Hoje, ela já caiu para uma retração de 1,7% da economia brasileira.

Em relatório assinado por Daniel Gewehr e João Noronha, o Santander diz esperar uma temporada de resultados levemente negativa. “Enquanto esperamos 14,4% de crescimento de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), acreditamos também em uma desaceleração para 8,1% de expansão dos lucros”, escreve o research. O banco também projeta que 59% dos setores apresentem lucros negativos na base de comparação anual. 

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

A equipe de análise da corretora Socopa concorda que o trimestre não será de muito crescimento para a maior parte das companhias. “Olhando para as empresas que compõem a carteira teórica do Ibovespa, devemos notar forte contração de margem Ebitda (Ebitda dividido pela Receita Líquida) e ligeiro crescimento real do top line – reflexo da combinação de atividade econômica fraca e inflação elevada neste ano”, diz o research assinado pelos analistas Marcelo Varejão e Nicolas de Paula. 

Setores com bons prospectos
Para o Santander, papel e celulose, alimentos e bebidas e financeiras são os segmentos que devem se destacar nos resultados positivos. Do outro lado, mineração, siderurgia, óleo e gás e transportes devem ser os setores de pior desempenho. A opinião é compartilhada pela Socopa para os melhores desempenhos, trocando apenas financeiras por companhias de plano de saúde e educação. 

Segundo a Socopa, o setor de alimentos e bebidas deverá apresentar receita líquida de R$ 65,7 bilhões, um aumento de 31% na comparação anual. Já o Ebitda deve chegar a R$ 9,06 bilhões, uma alta de 27% nesta base de comparação, e o lucro líquido deve ficar em R$ 4,02 bilhões, um avanço de 50%. “O forte desempenho está associado, principalmente, ao melhor mix de venda em dólares, que associado a preços relativamente estáveis de grãos, deve favorecer ganhos de margens operacionais”, explica o relatório.

Continua depois da publicidade

A top pick do setor será BRF (BRFS3) para a equipe de análise da corretora, sendo que o frigorífico deverá entregar um crescimento de 2,6 pontos percentuais na margem Ebitda. 

Já em papel e celulose, o setor deve entregar receita líquida de R$ 6,2 bilhões, um crescimento de 36% ante o mesmo período de 2014. Ebitda e lucro líquido devem somar R$ 2,9 bilhões e R$ 1,5 bilhão, respectivamente. O grande salvador para o segmento deve ser novamente o câmbio mais depreciado. As melhores perspectivas estão com Suzano (SUZB5), que ganha um impulso com a nova planta no Maranhão. 

Por fim, saúde e educação devem entregar receita líquida de R$ 2,5 bilhões no segundo trimestre, alta de 52% ano a ano, um Ebitda de R$ 839 milhões (avanço de 50%) e um lucro líquido de R$ 564 milhões, sendo uma expansão de 37%. “As empresas de educação devem ser o principal destaque, favorecidas pela continuidade do ritmo de crescimento da base de alunos e melhor ticket médio nos cursos de graduação presencial”, diz a Socopa. A top pick será Estácio (ESTC3), com receita líquida devendo atingir R$ 738 milhões. 

O Santander indica outros possíveis destaques positivos em BB Seguridade (BBSE3), Raia Drogasil (RADL3), Sul América (SULA11), JBS (JBSS3) e Fleury (FLRY3). As mais negativas para a equipe de análise da instituição financeira são Via Varejo (VVAR11), Randon (RAPT4) e Usiminas (USIM5).