Petrobras cai 5% com multa, PDG desaba 15% após saída de CEO; apenas 7 ações sobem

Confira os principais destaques da Bovespa no pregão desta sexta-feira

Paula Barra

Publicidade

SÃO PAULO – A Bolsa desabou após a declaração do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que decidiu romper com o Governo após denúncias surgirem contra ele. Diante disso, apenas 7 ações das 66 do Ibovespa registraram ganhos, enquanto 10 papéis tiveram perdas de mais de 4%.

Entre as quedas, pesaram para o índice as fortes perdas de Petrobras, Vale e bancos. Confira os destaques da sessão desta sexta-feira (17):

Blue chips
As ações das principais blue chips da Bolsa caíram hoje em meio ao mau humor do mercado com as falas de Eduardo Cunha, que trouxeram ainda mais pressão no campo político.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Nos destaques, as ações da mineradora Vale (VALE3, R$ 17,45, -1,08%; VALE5, R$ 14,60, -1,55%); os bancos do Banco do Brasil (BBAS3, R$ 22,60, -2,38%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 31,19, -0,61%) e Bradesco (BBDC3, R$ 27,90, -0,82%; BBDC4, R$ 28,72, -0,62%); e os papéis da Petrobras (PETR3, R$ 12,62, -4,90%; PETR4, R$ 11,40, -4,36%). 

Sobre a Petrobras, destaque ainda para a notícia de que a companhia realizou ontem o pagamento de R$ 1,6 bilhão à Receita Federal após derrota em processo administrativo sobre incidência de IOF em transações no exterior. Desse montante, R$ 1,2 bilhão será pago à vista e R$ 400 milhões com prejuízos fiscais. O pagamento será reconhecido nas demonstrações financeiras do segundo trimestre, com impacto negativo de R$ 1,4 bilhão, líquido de impostos.

O Morgan Stanley ressaltou em relatório, divulgado hoje, que a notícia pode ser a ponta do iceberg da estatal, citando riscos ao lucro da empresa, dividendos e alavancagem se mais notícias como essa aparecerem durante esse ano. Segundo o banco, se isso ocorrer, a companhia poderá, novamente, não pagar os dividendos mínimos para os acionistas preferenciais. 

Continua depois da publicidade

Veja mais em: Ponta do iceberg? Multa de R$ 1,6 bi da Petrobras coloca dividendos em risco

A Planner Corretora também cita que a notícia é negativa para os investidores, que verão os resultados do segundo trimestre diminuírem, com a consequente redução das expectativas de dividendos. Além disso, o pagamento determina um desembolso de caixa importante em um momento que a empresa tem de administrar um enorme endividamento e uma geração de caixa de recursos aquém de suas necessidades, comentaram os analistas. 

Suzano e Fibria 
As ações das exportadoras do setor de papel e celulose Suzano (SUZB5, R$ 14,00, -5,47%) e Fibria (FIBR3, R$ 40,05, -4,35%) voltaram a cair na Bolsa após notícias sobre queda nos preços de celulose na China, ofuscando a alta do dólar nesta sessão. Essas ações tendem a acompanhar a variação da moeda americana já que suas receitas são atreladas ao dólar. No entanto, essa é a oitava queda em nove sessões da Suzano, sendo que no único que não caiu encerrou estável. No período, os papéis desabam 17%, no menor patamar desde 28 de abril deste ano. Nesses últimos nove pregões, a Fibria, por sua vez, recuou 6%. 

Veja mais em: Ação da Suzano não sabe o que é subir há 9 pregões e a resposta vem da China

Nesta manhã, o RISI, maior provedor de informações da indústria global de produtos florestais, publicou nota sobre os preços da celulose mais baixos na China, o segundo maior comprador do mundo. Ele afirma que os compradores chineses estão resistindo a compra tanto de fibra longa quanto curta no atual nível de preços e, consequentemente, exercendo pressão para queda dos preços. Os fornecedores de celulose têm sido forçados a reduzir os preços ao longo das duas últimas semanas na China.

Segundo o Credit Suisse, a notícia é negativa para as produtoras de papel e celulose da América Latina, reforçando sua visão de que os preços do papel seguirão sob pressão após agosto/setembro, alcançando US$ 720 a tonelada no final desse ano. Vale mencionar, no entanto, que o real depreciado ajuda a manter a saúde das margens Ebitda (Ebitda/Receita Líquida) das produtoras de papel e celulose brasileiras.  

Embraer (EMBR3, R$ 24,24, +0,83%)
Como era de se esperar em dias como hoje com a forte alta do dólar, as ações da Embraer subiram na Bolsa, aparecendo entre as poucas altas do dia no Ibovespa. A fabricante de aeronaves é beneficiada pela alta da moeda norte-americana já que sua receita é atrelada ao dólar.   

Gerdau (GGBR4, R$ 6,24, -4,44%)
As ações da Gerdau renovaram mínima de julho de 2005 em sessão negativa no mercado, acompanhadas pelos papéis da Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,40, -6,38%). Desde março, os papéis da Gerdau já caíram 44%, enquanto os da Metalúrgica Gerdau recuaram 63%. Nessa semana, as ações devem encerrar como as maiores quedas do Ibovespa depois da companhia ter informado na noite de terça-feira que iria reestruturar suas operações – um anúncio que foi mal visto pelo mercado por conta do momento ruim para o setor e o preço pago pela operação. 

Nesta tarde, a Gerdau reiterou, no entanto, que as aquisições decorreram de oportunidades de mercado e, na percepção da administração, de que foram realizadas com preços adequados. A companhia confirmou que o Itaú Unibanco e ArcelorMittal foram os vendedores em fatias minoritárias de suas controladas. A questão era uma das grandes dúvidas do mercado sobre a operação de reestruturação da siderúrgica.

As demais siderúrgicas da Bolsa também operam em queda hoje: CSN (CSNA3, R$ 4,50, -1,75%) e Usiminas (USIM5, R$ 4,00, -3,61%). 

Shoppings 
O Credit Suisse divulgou relatório hoje analisando a potencial magnitude da desaceleração no crescimento das vendas “mesmas lojas” dos shoppings, além de ter revisado para cima a recomendação para Aliansce (ALSC3, R$ 14,40, -0,48%) para outperform (desempenho acima da média), enquanto rebaixou a Sonae Sierra (SSBR3, R$ 17,20, -2,33%) para neutra.  

Os analistas do banco mostraram-se mais animados com a Aliansce devido à baixa performance e o sucesso na estratégia de desalavancagem. O indicador dívida líquida/Ebitda, que mensura em quantos anos a companhia pagará sua dívida líquida pela geração de caixa, passou de 6 vezes no terceiro trimestre de 2013 para 3,7 vezes agora. 

Já sobre Sonae Sierra eles comentaram que, desde que elevaram o papel, a empresa subiu 14% na Bolsa e performou seus pares e o índice. Além disso, a deterioração macroeconômica deve fazer com que o “ramp-up” nos ativos mais novos da empresa levem mais tempo para se maturar. Para eles, a companhia é uma das empresas com maior potencial de queda em um cenário mais pessimista. No ranking de recomendações para o setor do Credit, a Aliansce aparece em primeiro lugar, seguida por Multiplan (MULT3, R$ 47,13, +0,28%), Sonae Sierra, BR Malls (BRML3, R$ 14,08, -1,33%) e Iguatemi (IGTA3, R$ 26,06, -0,34%).    

PDG Realty (PDGR3, R$ 0,34, -15,00%)
A PDG anunciou na quinta-feira mudanças em seu alto escalão, com a substituição de executivos que assumiram a construtora e incorporadora em 2012 com objetivo de sanear as finanças da empresa e devolver crescimento à companhia. A presidência da PDG será assumida a partir de 17 de agosto por Márcio Tabatchnik Trigueiro, que ficará no lugar de Carlos Piani. A empresa não informou os motivos da saída de Piani, que permanecerá como membro do Conselho de Administração. A companhia também anunciou mudança na vice-presidência financeira, que será assumida por Mauricio Fernandes Teixeira a partir também de 17 de agosto. Teixeira vai substituir Rafael Espírito Santo.

A Elite Corretora comentou que a notícia é negativa dado que a empresa passa por um processo de difícil recuperação de seus negócios. Da mesma forma, o Credit Suisse apontou que as saídas ocorrem em um momento delicado, quando a PDG tem R$ 2 bilhões de dívidas vencendo nos próximos 12 meses. O lado positivo é que tanto o Márcio Trigueiro quanto o Maurício Teixeira são experientes, apesar de não ter experiência no setor de construção civil. 

Cia Hering (HGTX3, R$ 12,12, -3,73%)
Em entrevista ao Valor, o presidente da Cia Hering, Fabio Hering, falou que a empresa só deve retomar o crescimento de vendas em dois anos. Segundo a Elite Corretora, a notícia é ruim, pois a varejista vem enfrentando fortes quedas em vendas e, na última divulgação de resultado, comentou que a normalização dos resultados deveria acontecer no final deste ano.  

JHSF (JHSF3, R$ 2,18, +6,34%)
As ações da small cap JHSF dispararam nesta sessão após prévia do segundo trimestre dos shopping centers operados pela companhia. As vendas dos lojistas atingiram R$ 532 milhões no período, com crescimento de 34,4% frente a igual período de 2014. Segundo a companhia, o desempenho foi impactado por crescimento generalizado das operações e pela inauguração do Catarina Fashion Outlet (CFO) em outubro do ano passado. “Sem incluir o efeito da consolidação do CFO, o crescimento é de 16,2%. Os shoppings Cidade Jardim (SCJ) e Bela Vista (SBV) foram os que mais se destacaram”, afirmou a empresa. 

MRV Engenharia (MRVE3, R$ 7,97, -2,09%)
A construtora e incorporadora mineira MRV divulgou ontem à noite sua prévia operacional do segundo trimestre. A companhia viu suas vendas contratadas entre abril e junho caírem 5,6% ano a ano, mas aumentarem 4,9% na comparação trimestral, encerrando o período em R$ 1,434 bilhão. 

Segundo o BTG Pactual, os números de vendas e volumes foram fortes no segundo trimestre, podendo ser bem recebidos pelo mercado, apesar dos desafios que vêm sendo enfrentados pelo setor. Para a XP Investimentos, dado o atual cenário macroeconômico, os dados de vendas e volumes foram positivos, porém, a corretora segue cética em relação ao setor, não recomendando exposição a essas ações. 

No segundo trimestre, a MRV alcançou a marca de 92,3% das unidades vendidas no projeto “venda simultânea”, que necessita da aprovação de crédito pelo banco antes da conclusão da venda. Normalmente, o banco avalia a possibilidade de financiamento no momento do repasse do imóvel ao cliente. No mesmo período do ano passado esta fatia era de 16,5%, disse o diretor executivo de finanças e relações com investidores, Leonardo Corrêa.

Sabesp (SBSP3, R$ 18,53, -2,32%)
A Sabesp negou em comunicado publicado no final da noite de quinta-feira que esteja negociando com a prefeitura da capital paulista repassar a consumidores receitas que atualmente remetem ao Fundo de Saneamento Ambiental da cidade. 

A negativa foi divulgada ao mercado em referência à notícia publicada na quinta-feira pelo jornal O Estado de S.Paulo, que afirma que a empresa estaria negociando com a prefeitura de São Paulo o repasse aos consumidores dos 7,5% da receita que é obrigada a enviar ao fundo. Ontem, as ações da Sabesp subiram 5,1% com a notícia. 

Cielo (CIEL3, R$ 45,39, +0,93%)
As ações da Cielo viraram para alta nesta tarde em meio à revisão no preço-alvo pelo Credit Suisse. Os analistas do banco suíço elevaram o target de R$ 44,00 para R$ 50,00 por ação, com recomendação de compra, citando que o racional parece muito bem fundamentado.

Segundo os analistas, a empresa tem feito um trabalho “excepcional” nos últimos anos. Para eles, o segundo trimestre será emblemático, em mostrar que mesmo em um cenário de baixo crescimento e custos/opex ainda altos, a companhia deve conseguir compensar o ambiente adverso de ganhos com um resultado sólido vindo do POS, forte receita de pré-pagamentos e também da contribuição da Cateno.