Desinvestimentos da Petrobras, corte de rating de 2 empresas e mais 10 ações no radar

Confira os principais destaques desta quinta-feira (16)

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Depois do dia negativo na Bolsa ontem, esta quinta-feira (16) começa agitada com destaques para os cortes de rating da Cemig e da Oi, enquanto a lista de desinvestimentos da Petrobras volta ao radar dos investidores. Confira os destaques desta quinta-feira:

Petrobras
O jornal O Globo, citando uma fonte próxima da estatal, afirmou que a Petrobras (PETR3; PETR4) estuda se desfazer de 10% de sua participação no pré-sal da Bacia de Santos. Com isso, a fatia da estatal passaria de 40% para 30%, o mínimo exigido pela lei. De acordo com a publicação, a Petrobras tem pressa em tocar seu plano de desinvestimentos, que prevê arrecadação de US$ 15,1 bilhões só neste ano. Além de Libra, a estatal já abriu data room virtual (área com documentos dos ativos à venda) para a venda de participações acionárias em seis blocos exploratórios, dos quais um no pós-sal e cinco no pré-sal na Bacia de Santos.

Enquanto isso, o jornal O Estado de S. Paulo diz que o Conselho da estatal pode analisar novas vendas de ativos já na próxima reunião do dia 24 e acelerar estudos para vendas programadas para 2017-2018 como forma de responder às desconfianças do mercado sobre a viabilidade do plano de vender até US$ 57 bi em ativos.

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De acordo com a publicação, o Conselho deve aprovar no próximo encontro algumas transações em nível avançado, como a venda da Gaspetro. O foco inicial é fechar a venda na área de gás, considerada a de maior potencial para atrair investidores; Transportadora Brasileira Gasoduto Brasil-Bolivia (TBG) deve ser vendida, diz O Estado citando fonte com conhecimento do assunto.

Vale
Enquanto a Rio Tinto e a BHP Billiton enviam mais minério de ferro do que nunca para a China, as mineradoras australianas enfrentam a forte disputa da Vale (VALE3; VALE5) por fatia de mercado, o que ameaça deixar os preços já fracos ainda mais baixos. Nesta quinta, o minério de ferro subiu 0,22%, para US$ 50,66 a tonelada.

As companhias australianas devem divulgar saltos na produção de minério de ferro, com a Rio Tinto nesta quinta-feira revelando um aumento de 9% na produção do segundo trimestre. A BHP também deve publicar um ganho sólido de produção em 22 de julho, enquanto mineradoras correm para manter as exportações para impulsionar lucros, com preços menores comendo as margens.

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Cemig
A agência de classificação de risco Fitch cortou a nota de crédito nacional da Cemig (CMIG4) de “AA” para “AA-”, graças à perspectiva de queda na geração de caixa e maior alavancagem após o vencimento das principais concessões de geração da companhia. A perspectiva do rating é negativa, o que indica que novos rebaixamentos podem ocorrer no médio prazo.

A companhia mineira “brigava” na Justiça para continuar com as concessões de suas três principais hidrelétricas, Jaguara, São Simão e Miranda, que tem um total de 2,5 mil MW, mas teve uma liminar que garantia a manutenção dos empreendimentos derrubada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) na semana passada.

Oi
A Fitch Ratings rebaixou o rating da Oi (OIBR4) para ‘BB’, de ‘BB+’ e o rating nacional de longo prazo da companhia e de suas emissões de debêntures para ‘AA-(bra)’ de ‘AA(bra)’. A perspectiva é negativa. O rebaixamento reflete, principalmente, o ambiente operacional negativo no Brasil e a fraca posição de mercado da Oi, assim como a contínua geração negativa de fluxo de caixa livre da companhia, que, segundo as expectativas da Fitch, não será controlada a curto e médio prazos.

“O perfil financeiro da empresa continuou deteriorando-se e já não é considerado forte dentro da categoria de rating ‘BB’. Além disso, a baixa probabilidade de uma potencial consolidação da indústria no Brasil é negativa para a Oi. Sem isso, a Fitch não prevê melhoria substancial nos fundamentos operacionais da Oi a médio prazo.”, afirmou o relatório da agência.

CCR
Segundo a coluna Painel da Folha de S. Paulo, construtoras citadas na Lava Jato tentam entrar nas primeiras obras do programa de concessões do governo e devem firmar parcerias com parte das 49 empresas que manifestaram desejo nos projetos. De acordo com a publicação, no caso das estradas, o grupo CCR (CCRO3), que tem participação acionária da Andrade Gutierrez e da Camargo Corrêa, se interessa por alguns trechos.

Energias do Brasil
A Energias do Brasil (ENBR3), holding que possui investimentos no setor de energia, informou hoje que assinou contrato de venda da Pantanal Energética para a Cachoeira Escura Energética por R$ 390 milhões. A Pantanal tem capacidade instalada de 51,1 megawatts e duas Centrais Hidrelétricas no Mato Grosso do Sul, a UHE Assis Chateubriand (Mimoso) e a PCH Paraiso I, com capacidade instalada de 29,5 MW e 21,6MW, respectivamente, disse a empresa.

A companhia também divulgou hoje release ao mercado com as informações referentes ao mercado de energia elétrica do segundo trimestre de 2015 e no acumulado do primeiro semestre de 2015 dos segmentos de atuação da companhia e de suas controladas. O consumo por cliente residencial apresentou queda de 4,1% e 4,4% na EDP Bandeirante e na EDP Escelsa, respectivamente, refletindo os efeitos econômicos, afirmou o relatório.

Segundo a equipe do Bradesco BBI, o acordo confirma compromisso da gestão da EDP em melhorar eficiências, elevar sinergias, enquanto vende ativos não estratégicos e conclui projetos em andamento. “A notícia é positiva e aumenta ainda mais nossa confiança de que companhia está na direção correta, enquanto reconquista gradualmente a confiança do mercado”, disseram os analistas.

Triunfo
Segundo prévia divulgada hoje, o volume de veículos equivalentes nas rodovias de concessão da Triunfo (TPIS3) atingiu 53,4 milhões no acumulado de 2015 até o mês de junho, numa queda de 6,9% em relação ao mesmo período de 2014. As concessionárias Concer, Triunfo Concepa, Triunfo Econorte e Triunfo Transbrasiliana registram quedas no tráfego de veículos de 16,0%, 1,5%, 4,7% e 5,2%, respectivamente.

“Todas as concessões foram impactadas negativamente pelo arrefecimento econômico, pela Lei dos Caminhoneiros (Lei 13.103/2015), que entrou em vigor em 17 de abril de 2015, com a isenção da cobrança de pedágio sobre os eixos suspensos de caminhões que circulam vazios, e pela greve dos caminhoneiros, que paralisaram as rodovias do país em fevereiro de 2015”, disse a companhia.

No segmento de geração de energia, o total de energia vendida foi de 752.958 megawatts-hora (MWh) no ano. A garantia física vendida pela Rio Verde totalizou 48.816 MWh e a da Rio Canoas totalizou 41.445 MWh, sendo 70% disso para o ambiente de contratação regulado e 30% para o mercado livre.

Eletrobras
A Eletrobras (ELET3;ELET6) divulgou comunicado ao mercado em geral e acionistas, afirmando que a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) homologou um valor de R$ 1,007 bilhão correspondente à parcela dos ativos de transmissão de energia elétrica existentes em 31 de maio de 2000 ainda não amortizados. A homologação ocorreu  para fins de indenização das instalações da denominada Rede Básica Sistema Existente – RBSE e demais instalações de transmissão.

OSX Brasil
A OSX (OSXB3) afirmou hoje que o Nordic Trustee ASA, agente fiduciário dos detentores de bonds emitidos pela companhia, votou contra o deferimento definitivo do procedimento suspensão dos pagamentos da subsidiária indireta da empresa em audiência realizada hoje.

A companhia ressaltou que a decisão pode ser recorrível e que o voto do agente foi baseado em direito de crédito questionado por outros credores relevantes durante a audiência e ainda esclareceu que a decisão não afetará a recuperação das empresas do grupo OSX no Brasil, que vão continuar desenvolvendo suas atividades visando ao cumprimento do Plano de Recuperação Judicial.

Cyrela
A Cyrela (CYRE3) comunicou hoje a prévia de seus resultados operacionais do segundo trimestre 2015 e do primeiro semestre de 2015, em comparação aos mesmos períodos de 2014. 

O volume de lançamentos chegou a R$ 1.066 milhões no segundo trimestre deste ano, um aumento de 20% ao realizado no mesmo período do ano passado (R$ 890 milhões). As vendas líquidas contratadas no trimestre somaram R$ 814 milhões, queda de 35% em relação ao segundo trimestre de 2014 (R$ 1.258 milhões).

Light
A Light Energia (LIGT3) assinou contrato para a venda de 50,56 milhões de ações da Renova Energia, segundo comunicado na noite de quarta-feira. As ações correspondem a 15,87% do capital social total da Renova. Segundo a nota, a Light receberá novas ações a serem emitidas pela SunEdison, sendo que a quantidade de ações a serem recebida será calculada com base no preço médio das ações da SunEdison nos 10 pregões imediatamente anteriores ao 1º dia útil antes do fechamento de ontem.

Kroton
De acordo com matéria da revista Exame, a Kroton (KROT3) fez uma oferta para comprar o Ibmec. A matéria destaca que o valor estimado da operação é de R$ 700 milhões. O grupo Anima (ANIM3) e os americanosDeVry e Kaplan também teriam interesse na compra, informa a revista.

Sabesp
Após dois reajustes tarifários em seis meses, a conta de água e esgoto pode subir de novo para os consumidores da capital paulista. A Sabesp (SBSP3) quer repassar para a fatura dos clientes paulistanos o encargo de 7,5% da receita bruta obtida na cidade que é obrigada a depositar no Fundo Municipal de Saneamento Ambiental e Infraestrutura para execução de obras.

O repasse para os consumidores foi autorizado em março de 2013 pela Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo), que fiscaliza os serviços da Sabesp, mas foi suspenso no mês seguinte a pedido do governo Geraldo Alckmin (PSDB), com o argumento de que estudaria “métodos de redução nos impactos aos consumidores”.

Em abril do ano passado, quando a Arsesp autorizou um reajuste de 5,4% na tarifa cobrada pela Sabesp em todo o Estado, o governo Alckmin e a gestão Fernando Haddad (PT) pediram que o órgão mantivesse a suspensão da medida até a conclusão da revisão do contrato entre a Prefeitura e a companhia, que deve ocorrer em dois meses, segundo a administração municipal.

(Com Reuters e Agência Estado)

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.