China proíbe grandes acionistas de venderem ações nos próximos 6 meses; bolsas disparam

Bolsa de Xangai registrou ganhos de 5,76%, em sua maior alta diária em 6 anos; principais índices da região também subiram

Rodrigo Tolotti

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PEQUIM/XANGAI – A agência reguladora de valores mobiliários da China tomou a medida drástica de proibir que acionistas com participações superiores a 5% vendam seus papéis nos próximos seis meses, numa tentativa de conter uma queda nos preços das ações que está começando a perturbar os mercados financeiros globais.

A China Securities Regulatory Commission (CSRC) afirmou em seu site na noite desta quarta-feira que irá tratar com severidade qualquer violação da regra. A proibição também parece se aplicar a investidores estrangeiros que detêm participações em empresas listadas nas bolsas de Xangai ou Shenzhen, embora a maioria de suas participações seja inferior a 5%.

Separadamente, os principais acionistas dos maiores bancos chineses, incluindo ICBC, e empresas, como a Sinopec, prometeram manter suas participações e aumentar suas cotas nas companhias listadas.

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Enquanto isso, a bolsa de Xangai tenta se recuperar da forte queda da quarta-feira, quando recuou 5,9%. Nesta quinta-feira (9), o principal índice chinês fechou com fortes ganhos de 5,76%, com seu maior ganho diário em 6 anos. A alta acabou influenciando as demais bolsas da região. O índice Hang Seng, de Hong Kong, subiu 3,73%, enquanto o Nikkei 225, de Tóquio, registrou valorização de 0,60%. Em Seul, o Kospi subiu 0,6% fechando em 2.207,81 pontos.

Os anúncios ocorrem após o mercado de ações da China mostrar sinais de congelamento nesta quarta-feira, depois que as empresas correram para escapar da turbulência ao suspender suas ações e a CSRC alertou para um “sentimento de pânico” atingindo os investidores.

As ações chinesas perderam mais de 30% dos seus valores desde meados de junho. Para alguns investidores globais, o medo de que a turbulência no mercado chinês desestabilize a economia real é agora um risco maior do que a crise na Grécia.

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De fato, o governo dos Estados Unidos está preocupado que a quebra do mercado acionário poderia atrapalhar a agenda de reforma econômica de Pequim.

“A preocupação, que é real, é sobre o que isso significa em relação ao crescimento de longo prazo na China”, disse o secretário do Tesouro norte-americano, Jack Lew, nesta quarta-feira, durante um evento em Washington sobre a estabilidade financeira.

“Como é que as autoridades chinesas reagirão a isso e o que isso significa em termos de condições fundamentais da economia?”

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Mais de 500 empresas chinesas listadas anunciaram a suspensão das negociações de suas ações nas bolsas de Xangai e Shenzhen na quarta-feira, elevando o total de suspensões a cerca de 1.300 – 45% do mercado ou cerca de US$ 2,4 trilhões em ações, com as empresas procurando se afastar da carnificina.

Com Reuters

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.