PetroRio dispara 9%, enquanto Gerdau e Gol recuam para novas mínimas do ano

Confira os destaques da Bolsa nesta quinta-feira (2)

Paula Barra

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SÃO PAULO – Após cair na terça, o Ibovespa voltou a subir nesta quinta-feira (2), favorecido por uma alta da Petrobras e dos bancos, enquanto o cenário econômico mundial teve um dia mais “tranquilo” aguardando o plebiscito na Grécia domingo. Por outro lado, siderúrgicas seguiram em desvalorização pressionadas pela forte queda do preço do minério de ferro.

Confira os destaques da Bolsa nesta quinta-feira:

Petrobras (PETR3, R$ 13,64, +0,89%; PETR4, R$ 12,30, +0,99%)
As ações da Petrobras voltaram a subir mais forte nesta sessão depois de praticamente zerarem os ganhos mais cedo. No radar, há notícias sobre vendas de ativos e IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês) da BR Distribuidora. Segundo o Bank of America Merrill Lynch, a estatal poderia levantar de US$ 2 bilhões a US$ 3,6 bilhões com a oferta de sua subsidiária.

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Além disso, a estatal assinou ainda, com a PetroRio (PRIO3, R$ 4,33, +9,07%), antiga HRT, os contratos para a venda de sua participação de 20% nas concessões dos campos de Bijupirá e Salema, atualmente operados pela Shell.

Ainda sobre a empresa, o projeto que retira a obrigatoriedade da Petrobras em ter participação mínima de 30% nos consórcios do pré-sal foi adiado. A votação está prevista para ocorrer na próxima terça-feira. 

Vale (VALE3, R$ 18,07, -0,22%; VALE5, R$ 15,46, +0,26%)
Depois de buscar uma ligeira alta, as ações da Vale fecharam sem direção definida nesta sessão mesmo com a queda do minério de ferro, diferentemente dos papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 10,26, -0,68%), holding que detém participação na mineradora, que acabou o dia em queda. O preço da commodity cotado no porto de Qingdao, na China, desabou 6% em meio a declarações do CEO da Rio Tinto, Sam Walsh, que preferiu ignorar previsões mais pessimistas, dizendo que terá um “final feliz” para o produto e que manterá sua produção elevada.

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“Ciclos da indústria podem ter apanhado alguns despreparados e deixado outros à procura de respostas”, disse o CEO da segunda maior mineradora do mundo, em discurso em Londres ontem à noite. Enquanto pequenos produtores podem quebrar, Walsh disse que é importante a Rio Tinto ver sua expansão de 10 anos se concretizar. 

Mais informações em: Má notícia para Vale: minério desaba 6% com declarações do CEO da Rio Tinto

Siderúrgicas
As ações da Gerdau (GGBR4, R$ 6,90, -3,90%) e a holding Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,81, -3,33%) seguiram em forte queda por três dias seguidos e registraram hoje a maior queda do setor, que acompanha movimento negativo. Quem também caiu foi CSN (CSNA3, R$ 4,98, -2,54%), que recuou pressionada pela queda do minério. Já Usiminas (USIM5, R$ 4,11, +0,49%) fechou em alta após cair pela maior parte do pregão. 

Em relatório do início desta semana, o BTG Pactual admitiu que o “call” de compra de Gerdau, feito no começo deste ano, tem sido um dos mais de doloridos, visto a queda que a ação acumula em 2015 (-25%), mas afirmou que o valuation da empresa parece atrativo abaixo dos R$ 8,00, nível perdido na virada do mês, mesmo incorporando o cenário adverso para a indústria. 

Gol (GOLL4, R$ 6,89, -3,23%)
As ações da companhia aérea caíram forte no pregão e já recuam 11% na semana. “Os números estão muito ruins de receita por passageiro e os custos estão subindo”, disse o estrategista-chefe da XP Investimentos, Celson Plácido. O setor aéreo já enfrenta dificuldades há muito tempo com a rentabilidade em queda. Os papéis estão na mínima do ano, com desvalorização de 54,61%, afetados pela alta do dólar e a recente recuperação do petróleo. 

Teles
Os presidentes das quatro maiores operadoras do País – Vivo (VIVT4, R$ 44,58, +0,72%), Claro, Oi (OIBR4, R$ 5,66, +1,25%) e TIM (TIMP3, R$ 10,39, +2,36%) – se reuniram na quinta-feira com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Tarcísio Godói, para discutir a taxa do Fistel (Fundo de Fiscalização das Telecomunicações). O objetivo do encontro era mostrar para o governo que o aumento proposto de 189% na taxa causaria um forte impacto nas companhias e nas contas dos consumidores. 

Segundo o Valor, não houve nenhuma promessa dos representantes dos dois ministérios sobre a não elevação do Fistel, mas a compreensão deles sobre os impactos já deixaram os executivos otimistas sobre um possível acordo. 

BR Properties (BRPR3, R$ 10,30, -1,72%) 
As ações da BR Properties caíram em meio à informação de que o Fundo Bridge deve cancelar a oferta pública voluntária para aquisição do controle da companhia. O BTG e Brookfield anunciaram em fevereiro o plano de realizar a OPA pelo controle da empresa a R$ 12,00 por ação. 

JBS (JBSS3, R$ 16,20, +1,89%)
A JBS, via sua controlada, Swift Pork, comprar a Cargill Pork por US$ 1,45 bilhão. Após a aquisição, os papéis da companhia subiram na Bolsa, enquanto suas concorrentes Marfrig (MRFG3, R$ 5,47, -3,19%) e Minerva (BEEF3, R$ 10,90, -3,54%) recuaram forte. 

A JBS espera sinergias de US$ 75 milhões, além de créditos fiscais que serão usados na JBS USA. Nos últimos três meses, a JBS fez a compra de três empresas por US$ 4,2 bilhões (Primo, na Austrália; Moy Park, no Reino Unido; e, agora, a Cargil Pork, nos EUA). As compras diversificam, geograficamente, as receitas da empresa, aumento de exposição a moedas fortes e aumentam a porção do negócio em produtos de maior valor agregado, o que deve contribuir para o aumento das margens da empresa.

Qualicorp (QUAL3, R$ 21,25, +3,61%)
As ações da Qualicorp figuraram como a segunda maior alta do dia e acumulam seu terceiro pregão seguido de ganhos, período em que acumulam valorização 10,8% na Bolsa. 

Contax (CTAX11, R$ 5,40, -1,64%)
As units da Contax fecharam em queda, em meio à notícia da coluna Radar, da Veja, que aponta que Carlos Jereissate e Sergio Andrade voltaram a botar combustível no processo de venda do controle da empresa, a maior de call center do Brasil. A avaliação é que a empresa valha algo em torno de R$ 3 bilhões. 

Segundo o Credit Suisse, a notícia é positiva para a companhia embora veja o valor de R$ 3 bilhões como improvável, que é bem acima ao atual valor da empresa e implica em um múltiplo acima do seu principal par competitivo (a Atento). No entanto, os analistas ressaltam que, mesmo com um desconto significativo no preço, a venda poderia ser muito positiva para os acionistas da empresa, que têm direito a 100% de tag-along com base na atual estrutura de unidade.

Duratex (DTEX3, R$ 7,53, +2,17%)
A Duratex chegou à sua segunda alta consecutiva após informação da aquisição da Duchacorona, segundo comunicado de ontem à noite. O valor da compra é de R$ 116,2 milhões. O valor total ficou acima dos R$ 88,5 milhões previstos em março, quando a empresa anunciou o negócio. Segundo a Duratex, o valor do negócio aumentou porque o imóvel da unidade da Corona localizado em Guarulhos foi incluído na aquisição.

A Duratex destacou em comunicado ao mercado que a operação foi aprovada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em 14 de maio. No ano, as ações da companhia têm queda de 50%.

Tegma (TGMA4, R$ 10,62, -3,45%)
As ações da Tegma tiveram a nona baixa na Bolsa e testaram seu menor nível desde setembro de 2009. As ações da companhia de logística e transporte de veículos teve a série mais prolongada de baixa desde dezembro de 2013. Na semana passada, a empresa anunciou que Gennaro Oddone foi eleito presidente e diretor de relações com investidores da empresa, em substituição à renúncia de Fabio Murilo Carvalho. No dia posterior ao anúncio, as ações da companhia desabaram 8% na Bolsa.  

Valid (VLID3, R$ 52,00, +4,04%)
A PF deflagrou uma operação com o objetivo de verificar fraudes em contrato da SICOBE (sistema de controle de produção de bebidas) que é de responsabilidade da Casa da Moeda. A suspeita é que o contrato, que foi vencido pela Sicpa, no valor de R$ 6 bilhões, envolveu propina de R$ 100 milhões para os servidores da Receita Federal e Casa da Moeda. A questão é que a Valid era um dos principais competidores da Sicpa para ganhar o contrato, o que abre a possibilidade da companhia voltar a disputar o contrato caso sejam constatadas as irregularidades.