Investidores “voltam” para bancos, Vale cai 2% com minério e OSX chega a subir 55%

Confira os principais destaques desta terça-feira

Lara Rizério

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Bancos
Após fecharem em leve queda na véspera, os bancos voltam a subir na Bovespa, com destaque para as ações do Banco do Brasil (BBAS3, R$ 23,03, +2,54%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 33,93, +1,68%), Bradesco (BBDC3, R$ 27,02, +1,08%, BBDC4, R$ 27,98, +1,34%).

Conforme destaca o estrategista-chefe da XP Investimentos, Celson Plácido, o movimento coincide com o vencimento de opções sobre ações e pelo fato de muitos investidores terem zerado suas opções vendidas em ações do setor. Vale destacar que as opções de venda dos papéis preferenciais do Itaú a R$ 35,04 foram as mais negociadas e, agora, com o vencimento de opções, os papéis voltam a registrar melhor desempenho na Bolsa.

Os papéis, além disso, registrando pior desempenho em relação a outras blue chips, como Petrobras e Vale, em meio ao noticiário ruim para o setor, em relação a rumores – depois afastados – da defesa por setores do governo de novo aumento da CSLL e fim do juros sobre capital próprio. “As ações do setor de bancos estão baratas”, afirma Plácido, destacando a avaliação dos investidores que, sem “ter outras opções” no setor, o mercado se volta para as ações do setor bancário, que são mais resilientes ao cenário negativo brasileiro, apesar de sentirem negativamente a desaceleração econômica. 

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Vale (VALE3, R$ 19,99, -1,72%; VALE5, R$ 17,16, -1,66%)
As ações da Vale registram um novo dia de queda, seguidas por siderúrgicas. Os papéis da Usiminas (USIM5, R$ 4,58, -1,93%), CSN (CSNA3, R$ 5,93, -1,50%) e Gerdau (GGBR4, R$ 8,31, -1,54%) também registram queda.

Os preços do minério de ferro no mercado à vista da China caíram pelo terceiro dia consecutivo nesta terça-feira, pressionados pela fraca demanda por aço. O minério com entrega imediata no porto de Tianjin caiu 3,72 por cento para 62,10 dólares por tonelada nesta terça, segundo o The Steel Index (TSI), após ter atingido na semana passada 65,40 dólares, o maior nível em cinco meses.

Os contratos futuros do vergalhão de aço na bolsa de Xangai caíram mais de 2 por cento para bater um recorde de baixa nesta terça-feira, pressionados por uma fraca demanda, que pesou sobre o apetite pelo minério de ferro, sua matéria-prima.

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Além disso, as vendas de aço plano por distribuidores de aço do Brasil recuaram 27 por cento em maio sobre o mesmo mês de 2014, segundo dados do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda) compilados por analistas do setor. Na comparação com abril, houve queda de 9 por cento.

Veja mais: Relação “fiel” com o minério de ferro indica: ação da Vale pode cair muito mais

Mills (MILS3, R$ 7,47, -2,86%)
A Mills vê seus papéis em queda após ter sua recomendação cortada para underperform (desempenho abaixo da média) pelo Itaú BBA, enquanto o preço-alvo foi reduzido de R$ 10,00 para R$ 8,00. 

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Segundo as analistas Renata Faber e Thais Cascello, apesar do grande esforço da companhia para melhorar a sua rentabilidade, o valuation ainda parece pouco atrativo. Além disso, a expectativa de que o cenário seguirá adverso em 2015 e 2016 trazem perspectivas pouco positivas, com baixa utilização da capacidade instalada e preços sob pressão. Por outro lado, a Mills está se ajustando para um “novo normal” e, após a fase de ajustes, ela deverá ser uma empresa menor em termos de ativos, mas com menor dívida e melhores margens, além de melhor ROIC (Retorno sobre o capital investido). 

Em 2015, a empresa enfrenta um cenário de “tempestade perfeita”, avaliam as analistas, em meio à combinação de demanda fraca e dívidas. Em termos de receitas, a divisão de infraestrutura continua a ser a mais resistente, dado o perfil de longo prazo de seus contratos. Por outro lado, esta margem de divisão deve ser afetada pela aumento da provisão de créditos. Quanto à divisão de aluguel, a baixa utilização e os preços mais baixos vão continuar a colocar alguma pressão sobre as receitas e margens.

Veja mais: Uma das promessas de 2014, Mills enfrenta cenário de “tempestade perfeita” em 2015

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Kroton (KROT3, R$ 12,82, +1,58%)
As ações da Kroton têm a 8ª sessão seguida de alta na Bovespa e já acumulam ganhos de 12% no mês, seguindo as mudanças no Fies, após terem sofrido no início do ano com as mudanças do programa.

O setor de ensino superior privado está considerando positivas as mudanças a serem implantadas no segundo semestre deste ano no programa de financiamento estudantil do governo, o Fies, apesar da redução no número de novos contratos. O novo modelo, ainda não anunciado oficialmente, terá alta de juros e redução do limite de renda dos alunos atendidos.

Petrobras (PETR3, R$ 14,19, -0,14%;PETR4, R$ 13,00, +0,00%)
A Petrobras abriu em leve alta, mas voltou a registrar baixa na Bolsa já na primeira hora do pregão e oscila entre leves perdas e ganhos. O grande destaque fica para a notícia de que a petrolífera estuda dividir sua subsidiária de gás e energia, a Gaspetro, em duas empresas para colocá-las à venda, segundo a Agência Estado. A estratégia faz parte do plano da empresa de vender ativos para reforçar o caixa e reduzir o endividamento. Segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, de um lado estaria todo o negócio de comercialização de gás, que inclui participações em distribuidoras e gasodutos de transporte do combustível. Do outro, as usinas térmicas.

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As negociações, intermediadas pelo banco Itaú BBA, estão avançadas. A empresa mais cotada para fechar negócio é a japonesa Mitsui Gás e Energia, interessada na área de distribuição. Ela já é sócia da Petrobras em oito distribuidoras e é alvo de investigação da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

OSX Brasil (OSXB3, R$ 0,25, +38,89%)
As ações da OSX chegaram a subir 55,56%, a R$ 0,28, após a divulgação dos resultados; contudo, vale destacar o baixo valor de face dos papéis, que leva qualquer variação de centavos representar uma forte variação. Em recuperação judicial, a empresa de construção naval , de Eike Batista, conseguiu reverter R$ 2,42 bilhões de prejuízo no primeiro trimestre de 2014 em lucro líquido de R$ 168,9 milhões entre os meses de janeiro a março deste ano. 

A companhia registrou receita operacional líquida no trimestre de R$ 275,1 milhões, contra R$ 118 milhões no mesmo período do ano passado, crescimento de 133%. 

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Veja mais: OSX, de Eike Batista, reverte prejuízo em lucro de R$ 169 mi no 1° trimestre

Frigoríficos
As ações do JBS (JBSS3, R$ 16,18, 1,89%) e do Marfrig (MRFG3) registram alta nesta sessão, em meio à expectativa com plano de exportações de carnes.  Dilma vai anunciar acordo sobre carne em encontro com o presidente Barack Obama, disse Katia Abreu, ministra da Agricultura, em evento em São Paulo.

A liberação de exportações de carne bovina in natura para os EUA deve ocorrer em agosto.

Sabesp (SBSP3, R$ 16,43, -0,90%)
As ações da Sabesp voltam a registrar queda. Ontem, os ativos caíram quase 5% após a Fiesp entrar  com pedido de liminar contra o reajuste de 15,24% nas contas da companhia. 

Hoje, destaque para a notícia da Bloomberg, destacando que o plano de contingência da Sabesp considera, no pior dos cenários, que o reservatório do Cantanteira secaria em julho. O pior cenário possível seria diante de volume de água que chega às represas de menos de 80% do registrado em 2014, e sem obras emergenciais prontas, segundo documento obtido pela Bloomberg.

O plano de contingência considera ainda, no pior cenário, a implementação de um rodízio de 5 dias sem água e 2 dias com abastecimento na região abastecida pelo Cantareira. No melhor cenário, Cantareira chegaria em outubro com mais da metade da primeira reserva técnica recuperada. 

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.