Vale e siderúrgicas despencam, bancos voltam a recuar e small cap sobe 15% com OPA

Confira os principais destaques da Bolsa nesta quinta-feira (28)

Lara Rizério

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Petrobras (PETR3, R$ 13,47, -0,44%;PETR4, R$ 12,54, -0,08%)
A Petrobras vê suas ações abrirem em leve queda, mas depois virarem para alta e logo depois zerarem, em dia de noticiário movimentado para a companhia. De acordo com informações da agência Broadcast, a companhia está abandonando o reajuste trimestral dos preços do gás natural, que vinha sendo feito até agora, e pretende retirar completamente os descontos que concede para o insumo desde 2011, segundo informações da Abegás.

De acordo com a entidade, as distribuidoras estaduais de gás canalizado associadas foram informadas pela Petrobras na última segunda-feira (25) sobre o novo preço do gás natural para os meses de junho e julho, que terá um aumento de R$ 0,06, o que corresponde a uma elevação de 7,59%. No final de abril, a companhia já havia informado uma alta de 1,59% para maio. Com isso, na prática, a estatal aplica dois reajustes no período de três meses, quebrando a periodicidade trimestral prevista em contrato. 

 Além disso, a Petrobras pretende fazer uma oferta pública da BR Distribuidora no segundo semestre deste ano. A estatal estuda combinar uma oferta primária com uma secundária, oferecendo uma parte do capital da BR existente (nesse modelo o dinheiro entra no caixa da holding), junto com um aumento de capital da distribuidora, que assim teria uma injeção de recursos no seu caixa. 

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Vale (VALE3, R$ 20,47, -2,29%;VALE5, R$ 17,14, -2,50%)
As ações da Vale e de siderúrgicas registram queda, apesar das expectativas de desinvestimentos da Vale no Canadá, segundo informações do jornal Globe and Mail.

 Segundo o índice fornecido pelo provedor de dados The Steel Index, o preço do minério de ferro subiu a US$ 62,60 por tonelada na quarta-feira, alta de 0,8% ante a terça-feira e o maior patamar desde 2 de março. Já o preço do minério de ferro no mercado à vista na China fechou em leve queda nesta quinta-feira, após atingir máxima de quase três meses na sessão anterior. O minério de ferro para entrega imediata no porto de Tianjin caiu 0,30 dólar, para 62,30 dólares por tonelada, nesta quinta-feira.

Hoje, o dia foi bastante negativo para as bolsas chinesas, com o índice Shanghai Composite Index fechando com perdas acumuladas na casa dos 6,5% – seu maior recuo em quatro meses, quando registrou perdas de 7,7% (19 de janeiro), após o governo do gigante asiático alterar algumas regras de comércio. Desta forma, o benchmark encerrou a sessão aos 4.620 pontos.

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O movimento desta sessão foi atribuído aos registros de que o China Central Huijin Investment, unidade de fundo soberano do país, reduziu suas participação nos maiores bancos estatais pela primeira vez. O noticiário abalou a confiança dos investidores e estimulou um forte movimento de venda de papéis, sobretudo no setor bancário.

CSN (CSNA3, R$ 6,70, -4,96%
A CSN teve seu preço-alvo cortado em 27% pelo BTG Pactual, para R$ 5,00 por ação. A recomendação também foi revisada para baixo, de neutra para venda. Com isso, as ações da companhia registram queda superior a 2%.

Segundo os analistas Leonardo Corrêa e Caio Ribeiro, que assinam o relatório, o mercado pode estar muito otimista sobre a venda de ativos dadas as condições de mercado. O banco mostra-se cauteloso em relação à demanda e valuation “caro” da ação. 

Eletrobras (ELET3, R$ 7,23, +3,73%; ELET6, R$ 10,26, +2,60%)
As ações da Eletrobras registram um novo dia de alta, com novidades após a aplicação de multa à União pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários)  por conflito de interesse em assembleia na estatal. 

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Segundo informações do Valor, um grupo de acionistas minoritários da Eletrobras estuda ir à Justiça para pedir indenizações ou até mesmo anulação da assembleia da Eletrobras realizada em 2012, quando foi aprovada a renovação antecipada de concessões. 

Nesta semana, a União foi acusada de violar a lei que impede o voto em casos de conflito de interesses. Na assembleia da Eletrobras que aceitou os termos da Medida Provisória 579, que previa medidas para diminuir o custo da energia elétrica no país. A renovação antecipada de concessões previa redução de receita às geradoras.

O governo federal, que controla a Eletrobras, votou pela renovação de contratos feitos com as controladas Furnas, Chesf, Eletronorte e Eletrosul. No relatório do processo desta terça-feira, a diretora da CVM Luciana Dias mencionou que a Eletrobras foi a mais afetada, uma vez que a questão envolvia 47,7% de seus ativos de geração e 91,2% de seus ativos de transmissão.

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 Bancos
As ações dos bancos voltam a cair após a alta da véspera. Ontem, os bancos foram impulsionados pelos dados de crédito do Banco Central referentes ao mês de abril, que mostrou elevação da inadimplência e desaceleração do crédito, mas aumento do spread, o que é bom para as instituições. 

Já hoje, os papéis dos grandes bancos voltam a cair, a sétima baixa em nove pregões: Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 35,06,-1,57%), Bradesco (BBDC3, R$ 26,80, -2,23%BBDC4, R$ 28,69, -1,65%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 23,54, -1,67%) e Santander (SANB11, R$ 15,87, -2,82%) caem. 

No noticiário do setor, o Barclays revisou a sua recomendação para as ações do setor de bancos e elevou de underweight (exposição abaixo da média) para equalweight (exposição em linha com a média) o Bradesco, com um preço-alvo de R$ 32,00. Já o Santander Brasil foi rebaixado de equalweight para underweight, com preço-alvo de R$ 15,30. 

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Portobello (PTBL3, R$ 3,16, +14,91%)
As ações da small cap Portobello sobem 15% após chegarem a disparar 21% na cotação máxima do dia. Hoje, a companhia pediu autorização da CVM para OPA de recompra para proceder com a recompra de ações de sua emissão em montante superior a 10% das ações em circulação para posterior manutenção em tesouraria ou cancelamento. 

“O objetivo da OPA de recompra é realizar a aplicação eficiente dos recursos disponíveis em caixa de modo a maximizar a geração de valor ao acionista por meio da alocação de capital da empresa, por entender que as ações de sua emissão estão sub avaliadas, não refletindo o seu efetivo valor”, afirma.

A OPA de Recompra contemplará a aquisição entre dez milhões e 15 milhões de ações ordinárias de emissão da companhia, correspondentes, respectivamente, a 6,3% e 9,5% do capital social total da Companhia e 13,7% e 20,6% das ações em circulação de sua emissão.

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O preço máximo a ser ofertado pela companhia por meio da OPA de recompra será equivalente a R$ 3,93 por ação ordinária, que representa um prêmio de 25% sobre o preço médio ponderado por volume das ações da Companhia nos últimos 30 dias anteriores ao fechamento do mercado do dia 26 de maio de 2015, inclusive, totalizando o valor da OPA de Recompra entre R$ 39,3 milhões e R$ 58,95 milhões, a depender da quantidade de ações ordinárias a serem adquiridas.

Frigoríficos
As ações de frigoríficos registram queda, em meio às notícias sobre o embargo russo de carne. A 
JBS (JBSS3, R$ 16,39, -1,27%) informou que os contratos firmados com clientes da Rússia não serão prejudicados, mas as ações seguem em baixa. A Marfrig (MRFG3, R$ 4,16, -1,19%) e BRF (BRFS3, R$ 64,05, -1,23%) registram baixa.

Nesta semana, o serviço veterinário russo Rosselkhoznadzor vai embargar a importação de carne de dez unidades de frigoríficos brasileiros a partir de 9 de junho, incluindo abatedouros de bovinos e suínos da JBS, BRF e Marfrig, informou nesta quarta-feira o órgão do governo russo.

O serviço veterinário disse que sua decisão foi tomada depois de um inspeção em unidades brasileiras em março por fiscais russos, segundo a agência Interfax. A Rússia foi o segundo maior importador de carne bovina do Brasil em 2014 e o maior comprador de carne suína brasileira. As maiores companhias que sofreram restrições têm condições de redirecionar as exportações para outras unidades ainda habilitadas, segundo associação de exportadores. As violações descobertas apresentam um significativo grau de risco, disse o Rosselkhoznadzor em comunicado.

Exportadoras
Em dia de alta do dólar, que registra ganhos de cerca de 0,96% e atingem os R$ 3,18 à espera do resultado do governo central, as ações de exportadoras são os destaques de alta, mesmo que tímida, no Ibovespa. Fibria (
FIBR3, R$ 45,13, +0,49%) e Suzano (SUZB5, R$ 16,84, +1,20%) registram ganhos, enquanto Embraer fica próxima da estabilidade.  

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 4,44, +1,14%)
As ações da Magazine Luiza registram leve alta. A companhia  aprovou a criação de um novo programa de recompra de ações, sem redução do capital, para permanência em tesouraria e posterior alienação e/ou cancelamento para fazer frente às obrigações da companhia decorrente do plano de opções de ações dirigido a executivos da empresa. A companhia poderá recomprar até 5 milhões de ações, equivalentes a 2,81% das ações emitidas pela empresa, no prazo de um ano, encerrando-se em 26 de maio de 2016. As operações serão intermediadas pela Itaú Corretora, BTG Pactual Corretora, Credit Suisse e Votorantim Corretora.  

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.