Ibovespa Futuro cai diante de preocupações no exterior; dólar sobe a R$ 3,153

Índice tem queda com rumores de que a China pode adotar medidas para parar o rali da bolsa; votação de MP fica no radar

Equipe InfoMoney

Publicidade

SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em baixa nesta quinta-feira (28), depois da aprovação da Medida Provisória 664, mais uma do ajuste fiscal. A mudança no Fator Previdenciário que veio com ela preocupa o ministro Joaquim Levy e deve ser vetada pela presidente Dilma Rousseff (PT). Lá fora, as bolsas caem com preocupações acerca de possíveis medidas do governo da China contra o rali da bolsa no país e com fala de John Williams, do Federal Reserve, reforçando sinalização da presidente do Fed, Janet Yellen, de que os juros nos EUA devem começar a subir ainda este ano. 

Às 9h09 (horário de Brasília), o contrato futuro do Ibovespa para junho caía 0,32%, a 54.190 pontos, enquanto o dólar futuro para o mesmo período subia 0,37%, a R$ 3,154. 

Depois da aprovação da MP 664, senadores devem votar hoje a MP 668, que trata do aumento das alíquotas de PIS/Cofins para importações. Antes disso, contudo, será divulgado o resultado primário do Governo Central, que deve mostrar superávit de R$ 11,3 bilhões, resultado maior que os R$ 1,5 bilhões de março, mas pior do que os R$ 16,6 bilhões de abril de 2014, de acordo com pesquisa da Bloomberg. 

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Segundo informações do jornal Valor Econômico de hoje, dirigentes petistas teriam dito que se Dilma tiver que decidir entre o Levy e o Nelson, “sem dúvida, sai o Nelson”. A informação reduz um pouco da pressão do cenário político com rumores de discórdia entre Levy e a presidente. 

No noticiário corporativo fica o destaque para as informações do Valor Econômico de que a Petrobras pretende fazer uma oferta pública da BR Distribuidora já no segundo semestre. A Petrobras estuda combinar uma oferta primária com uma secundária, oferecendo uma parte do capital da BR Distribuidora existente junto com um aumento de capital, que assim teria uma injeção de recursos no seu caixa. 

Ainda no radar da companhia, o BTG Pactual cortou em relatório a estimativa de crescimento da produção entre 2016 e 2018. A curva de crescimento passou de leve queda de 0,2% em 2016, alta de 8,2% em 2017 e 16% em 2018 para queda de 0,9% em 2016, alta de 6,3% em 2017 e alta de 15,9% em 2018. Os ADRs (American Depositary Receipts) da estatal negociados no pré-market da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) caíam 0,7%, a US$ 8,54. 

Continua depois da publicidade

China despenca
O ocidente acordou nessa quinta-feira (28) de olho nas fortes quedas do mercado acionário chinês, com o índice Shanghai Composite Index fechando com perdas acumuladas na casa dos 6,5% – seu maior recuo em quatro meses, quando registrou perdas de 7,7% (19 de janeiro), após o governo do gigante asiático alterar algumas regras de comércio. Desta forma, o benchmark encerrou a sessão aos 4.620 pontos.

De acordo com agências internacionais, o movimento desta sessão foi atribuído aos registros de que o China Central Huijin Investment, unidade de fundo soberano do país, reduziu suas participação nos maiores bancos estatais pela primeira vez. O noticiário abalou a confiança dos investidores e estimulou um forte movimento de venda de papéis, sobretudo no setor bancário.

As ações do Banco da China fecharam em queda de 3,71%. As seguradoras chinesas também levaram um duro golpe depois que vários corretores ampliaram suas exigências de margens e com especulações de que governo pode adotar novas medidas contra rali da bolsa no país.

Acompanhando o movimento de maior pessimismo do mercado com relação à China, o índice MSCI dos países emergentes registrou queda pelo 4º pregão consecutivo. No sentido oposto do mercado chinês, o índice japonês Nikkei 225 encerrou o pregão com ganhos de 0,38%, aos 20.551 pontos, em a décima alta consecutiva, a mais longa sequência de ganhos desde fevereiro de 1988 e a máxima de fechamento em 15 anos, impulsionado pelo iene mais fraco.

O mercado australiano devolveu ganhos do início da sessão, com o índice S&P/ASX 200 registrando queda de 0,2% diante de dados mais fracos que o esperado sobre gastos empresariais. Os números sugeriram que os cortes de juros no país não estão conseguindo injetar ânimo na economia como se esperava.

Já na Europa, o dia começou com baixas moderadas, tendo como pano de fundo a notícia de que Alemanha e França advertiram a Grécia sobre negociações com credores. No mercado de commodities, o petróleo interrompeu uma sequência de 3 quedas, mantendo-se ao redor de US$ 57/barril, antes de dados que podem mostrar queda dos estoques americanos. Os metais, no entanto, registam alta.

O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura.

(com Reuters)