Ibovespa Futuro cai com insatisfação de Levy e tensão política na Europa

Ministro da Fazenda estaria frustrado com tamanho do contingenciamento; PF acredita ter reunido indícios para comprovar que esquema de corrupção também ocorreu no mercado do pré-sal

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em baixa nesta segunda-feira (25) em meio a rumores de que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, teria ficado descontente com o tamanho do corte de custos aprovado pelo governo na sexta. Enquanto isso, na Europa, vitórias de partidos de oposição aos planos de austeridade preocupam o mercado. Nos Estados Unidos e no Reino Unido as bolsas estão fechadas por conta do feriado do Memorial Day. 

Às 9h40 (horário de Brasília), o contrato futuro do Ibovespa para junho caía 0,85%, a 54.145 pontos, ao mesmo tempo em que o dólar futuro para o mesmo período subia 0,93%, a R$ 3,132. 

A ausência de Levy no evento mais importante desde que tomou posse na Esplanada – o anúncio do corte do Orçamento, na última sexta-feira (22) -despertou em integrantes do governo preocupações de que o ministro possa jogar a toalha e deixar a Fazenda após cinco meses de sua posse, contrariando a versão oficial de que teria se ausentado por conta de uma gripe. De acordo com notícia veiculada no Valor Econômico, Levy avalia que suas medidas estão sendo desfiguradas no Congresso e queixa-se da falta de apoio do PT. 

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De acordo com a Folha de S. Paulo, o vice-presidente da República, Michel Temer, estaria cobrando empenho do Planalto para garantir apoio do PT na aprovação das medidas de ajuste fiscal. 

No noticiário corporativo, o primeiro destaque é a Petrobras, que trabalha para reduzir alcance de ações judiciais no exterior. A estatal rescindiu contratos com a Schahin e faz assembleia com acionistas para a aprovação do balanço relativo a 2014. O resultado do ano passado foi contestado por investidores. 

Além disso, um ano e dois meses depois de deflagrada a Operação Lava Jato, a força-tarefa responsável pela investigação da corrupção na Petrobras (PETR3; PETR4) acredita já ter reunido indícios para tentar comprovar que o esquema de desvios nos contratos de construção de refinarias da estatal foi também reproduzido no mercado do pré-sal. São obras de plataformas, construção e locação de navios e sondas de perfuração para exploração de petróleo – a maior parte deles vigente – que envolvem volume de investimentos público e privado superior aos projetos até agora sob escopo da operação.

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Deve impactar as ações da Vale (VALE3; VALE5) o fato de que a cotação do minério de ferro spot no porto de Qingdao na China sobe 2,05% nesta segunda, chegando a US$ 59,96. Lá fora, os papéis das outras duas maiores mineradoras do mundo, BHP Billinton e Rio Tinto, subiam. 

Bolsas internacionais
A maioria dos índices acionários asiáticos fechou em alta nesta segunda-feira, com o índice em Xangai registrando a maior alta diária desde 21 de janeiro. O movimento vinha após a aceleração da inflação nos Estados Unidos e discurso da chairwoman do Federal Reserve, Janet Yellen, reforçarem expectativas de que o banco central norte-americano caminha para elevar os juros.

A bolsa de Xangai exibiu o maior ganho em quatro meses, liderada por ações de infraestrutura e transportes, depois que Pequim convidou investidores privados a ajudar a construir US$ 318 bilhões de projetos que vão desde rodovias a túneis. A atividade deve ser contida nesta sessão, com as bolsas em Hong Kong e Coreia do Sul fechadas, enquanto os mercados no Reino Unido e Estados Unidos não abriram devido feriados. A bolsa japonesa avançou, impulsionada pela queda do iene e pelo avanço das exportações japonesas em abril.

Já na Europa, o dia é de leves quedas para os principais índices, com os mercados de olho nas negociações da Grécia; neste fim de semana, as negociações sobre se o país irá pagar ou não a dívida dominaram as atenções no final da última semana. 

A Grécia tem a responsabilidade de pagar seus passivos mas precisa firmar um acordo com seus credores o mais rapidamente possível devido a seu aperto de liquidez, disse o porta-voz do governo nesta segunda-feira, respondendo pergunta sobre se será capaz de fazer um pagamento da dívida em 5 de junho.

Questionado sobre declarações de autoridades, incluindo o ministro do Interior, que afirmaram que a Grécia não tem dinheiro suficiente para fazer esse pagamento, Gabriel Sakellaridis reiterou a postura oficial do governo de que fará seu melhor, mas precisa de mais auxílio financeiro em breve. 

Cabe lembrar que hoje o mercado deve registrar menores volumes em meio ao feriado do Memorial Day nos EUA, em que as bolsas por lá estarão fechadas. 

(Com Reuters)