Bancos e seguradoras afundam com aumento da CSLL e exportadoras disparam com dólar

Confira os principais destaques da Bovespa na sessão desta sexta-feira Bancos e seguradoras afundam com aumento da CSLL e exportadoras disparam com dólar

Paula Barra

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SÃO PAULO – As ações dos bancos voltaram a cair pelo quinto dia após o governo anunciar aumento de tributo e contribuiram para a queda do Ibovespa nesta sexta-feira (22), pressionado também pelos papéis da Petrobras, que tiveram sua terceira queda na semana. Vale, por sua vez, conseguiu driblar o dia negativo e subiu com a disparada do minério de ferro. Já as ações da Eletrobras lideraram as quedas do índice neste momento após ter seu rating cortado pela Moody’s. Confira abaixo os principais destaques da Bovespa nesta sexta-feira: 

Petrobras (PETR3, R$ 14,10, -2,22%; PETR4, R$ 12,99, -3,42%)
Depois de abrirem em alta, as ações da Petrobras viraram forte para queda nesta sexta-feira, deixando para trás a disparada de 5% ontem. Na véspera, os papéis subiram junto com os preços do petróleo no mercado internacional, enquanto hoje a commodity tem alta. Neste momento, o Brent, petróleo negociado em Londres e usado como referência pela Petrobras, registrava queda de 1,76%, a US$ 65,37. 

No radar da petrolífera, a companhia já teria escolhido os ativos que colocará à venda para melhorar o caixa e diminuir seu endividamento. A ideia é vender a participações minoritárias de algumas subsidiárias, como a BR Distribuidora e a Gaspetro, e de seu parque de geradoras de energia térmica, informou o Valor. Segundo o jornal, a estatal quer também alienar fatias em alguns blocos do pré-sal. 

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Bancos e seguradoras
Como esperado, a equipe econômica resolveu elevar a CSLL (Contribuição Social do Lucro Líquido) de instituições financeiras de 15% para 20%, em mais uma medida para melhorar as contas públicas. O último aumento da CSLL ocorreu em 2008, no 2º mandado do presidente Lula, ocasião em que a econômica brasileira também passava por um cenário preocupante na área da política monetária. Na ocasião, a alíquota subiu de 9% para os atuais 15%. Em reflexo, os papéis de bancos e seguradoras voltaram a sofrer hoje.

Aumento de tributo tira R$ 55,5 bilhões da Bolsa em apenas 5 dias

Entre os bancos, destaque para Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 35,30, -2,11%), Bradesco (BBDC3, R$ 27,28, -3,26%; BBDC4, R$ 29,10, -2,12%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 23,35, -3,43%) e Santander (SANB11, R$ 16,56, -1,02%). Nos últimos cinco pregões caíram em todos e acumularam no período quedas de 8,83%, 8,52%, 9,85%, 9,28% e 6,49%, respectivamente.

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Segundo o Credit Suisse, o lucro líquido do Itaú Unibanco será impactado em 5,8% por conta do aumento do imposto em 2016; Bradesco, em 5,9%; BB, em 5,8%; e Santander, em 5,1%.

Já sobre as seguradoras, Porto Seguro (PSSA3, R$ 35,80, -4,00%), Sul América (SULA11, R$ 13,63, -4,69%) e BB Seguridade (BBSE3, R$ 33,83, -3,34%) também caem hoje. Nos últimos cinco pregões, esses papéis acumulam perdas de 7,67%, 4,89% e 6,05%, nesta ordem. O Credit Suisse projeta impacto de 4,7%, 6,6% e 5,5% no lucro líquido dessas seguradoras em 2016.

Vale mencionar ainda que sobre Sul América há no radar a informação de que foi fechado acordo para venda da Sul América Companhia de Seguros Gerais (SASG), unidade que opera exclusivamente ramo de seguro DPVAT, para a Axa Corporate Solutions Brasil. A operação tem valor total de R$ 135 milhões, sujeito a ajustes conforme a variação patrimonial da carteira e da SASG até o fechamento do negócio. 

Exportadoras
As ações das exportadoras apareceram entre as poucas altas do Ibovespa hoje em meio à forte alta do dólar já que suas receitas são atreladas à moeda americana. Nas maiores altas do índice, a fabricante de aeronaves Embraer (EMBR3, R$ 25,17, +2,99%) e as empresas do setor de papel e celulose Fibria (FIBR3, R$ 42,40, +2,91%) e Suzano (SUZB5, R$ 15,49, +1,91%). Neste momento, o dólar registrava alta de 1,5%, a R$ 3,0882 na venda. 

Elétricas 
As ações do setor elétrico voltaram a cair hoje após afundarem na véspera após a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) negar ontem um pedido feito pelas hidrelétricas para que a agência deixasse de cobrar dessas geradoras pelo montante de energia que elas não conseguiram entregar em decorrência da escassez hídrica. Em comentário hoje, o Credit Suisse disse que espera que as geradoras respondam fortemente a essa visão do regulador e continuem a pressionar o Ministério de Minas e Energia para que algum ajuste seja feito no modelo de exposição ao mercado spot. A nota marca a abertura de uma audiência pública para esta discussão e deve ficar aberta à contribuições dos agentes e da sociedade durante os próximos 30 dias.

Diante das notícias, o banco suíço comentou que as mais impactadas são as empresas com grande participação de geração no valuation, como Cesp (CESP6, R$ 19,45, -1,52%), AES Tietê (GETI4, R$ 17,01, -2,24%), Tractebel (TBLE3, R$ 35,17, -0,71%), Cemig (CMIG4, R$ 14,41, +0,07%), Copel (CPLE6, R$ 33,63, -0,21%), Energias do Brasil (ENBR3, R$ 10,75, -1,38%) e CPFL Energia (CPFE3, R$ 19,69, +0,77%). 

Eletrobras (ELET3, R$ 6,70, +1,52%; ELET6, R$ 9,22, -1,07%)
A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou o rating em moeda estrangeira da Eletrobras para “Ba1”, ante “Baa3”, retirando da estatal brasileira o grau de investimento. A Moody’s, que colocou o rating sob revisão para possível novo rebaixamento, disse que as métricas de crédito da Eletrobras não eram condizentes com o grau de investimento, mesmo após a melhora financeira registrada no primeiro trimestre. 

Vale (VALE3, R$ 20,26, +0,05%; VALE5, R$ 17,05, +1,31%)
Os papéis da Vale voltaram a subir com a alta do minério de ferro, que subiu 4% na China nesta sexta-feira, mas fechou a semana em queda de 1,8%, a mais acentuada desde o começo de abril. Acompanharam o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 10,95, +0,55%), holding que detém participação na mineradora.  

A disponibilidade limitada nos estoques portuários e um movimento de recomposição de estoques pelas siderúrgicas levaram a ganhos de mais de 20% nos preços desde abril, mas o posterior aumento da oferta e a fraca demanda por aço continuam a pressionar a cotações.

Educacionais
As ações do setor educacional, que oscilavam entre ganhos e perdas nesta manhã, passaram a cair forte nesta tarde. Até a Kroton, que chegou a disparar 6% mais cedo, virou para o negativo. Segundo fontes disseram à Reuters, o contingenciamento de verbas do setor ficará em R$ 69,9 bilhões. O anúncio será feito nesta tarde. 

Na Bolsa, todas as ações do setor cairam: Kroton (KROT3, R$ 12,56, -0,32%), Estácio (ESTC3, R$ 18,90, -0,53%), Anima (ANIM3, R$ 21,75, -5,35%) e Ser Educacional (SEER3, R$ 14,18, -5,47%).  

Brasil Pharma (BPHA3, R$ 0,85, +1,19%)
As ações da Brasil Pharma voltaram a cair hoje na Bolsa após a Fitch cortar o rating da companhia. No ano, os papéis da companhia já caem 67,9%, figurando próximos a mínima do dia. Ontem, a agência rebaixou a nota de crédito da empresa de “BBB-(bra)” para “BB(bra)”. A Fitch ainda deixou a nota em observação negativa, refletindo o desequilíbrio nas estruturas de liquidez e capital da rede de farmácias. 

Klabin (KLBN11, R$ 19,40, -0,05%)
O Credit Suisse elevou hoje o preço-alvo das ações da Klabin de R$ 18,00 para R$ 24,00, com potencial de valorização de 23%. A recomendação segue em outperform (desempenho acima da média) para o papel. Mesmo após a forte alta das ações nos últimos meses, os analistas veem espaço para arrancada, dado que aumentos de preço recente deve sustentar as mar

Indústrias Romi (ROMI3, R$ 3,26, +7,95)
As ações da small cap Indústrias Romi voltaram a subir na Bolsa depois de uma estrondosa alta na quarta-feira, sem motivo aparente. Naquele dia, os papéis chegaram a subir 36%, mas fecharam em alta de 13,45%, com volume financeiro 20 vezes acima da média. Nesses três dias, as ações acumulam ganhos de 30% e atingem o maior patamar de dezembro do ano passado. 

Além disso, a companhia disse que o laudo à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) certifica R$ 10,7 bilhões em indenizações. A companhia apresentou ontem à agência reguladora laudo de avaliação dos ativos de transmissão de energia elétrica existentes em 31 de maio de 2000. O valor está sujeito à aprovação pela Aneel em até 150 dias.