Credit elenca 7 motivos para ter baixa exposição no Brasil e vê Ibovespa a 58 mil pontos

Banco suíço ressalta decepção continua com o PIB, expectativa de aperto monetário e de desvalorização do dólar e vê upside limitado para o Ibovespa

Lara Rizério

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SÃO PAULO –  Em relatório de estratégia sobre a América Latina, o Credit Suisse destacou a sua estratégia de alocação dentro da região. Com cobertura em cinco países, o banco suíço reiterou a sua recomendação underweight (exposição abaixo da média) para o  Brasil, destacou sete motivos para tanto.

São eles: (i) o crescimento do PIB continuou a decepcionar em relação às estimativas do Credit, que agora estima uma contração de 1,3% para 2015, ii), as expectativas de lucro ainda devem sofrer uma revisão para baixo, iii) a equipe econômica do Credit espera um aperto adicional neste ano na política monetária, com a Selic indo para 13,75% e iv) o real pode voltar a se desvalorizar, com expectativa de atuação do Banco Central e que os EUA subam as taxas de juros.

Além disso, v) as perspectivas para criação de valor são desfavoráveis uma vez que o ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) está abaixo do custo de capital para a maioria das empresas; vi) o Brasil está com um mau desempenho no índice de emergentes de referência do Credit e vii) o valuation parece pobre após o rali deste ano com a relação entre preço e lucro acima dos níveis históricos médios. 

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Enquanto isso, México e Colômbia estão com recomendação marketweight (exposição em linha com a média), enquanto o Chile tem recomendação overweight (exposição acima da média) e o Peru, assim como o Brasil, com recomendação underweight. 

“Nós mantemos a expectativa de que o Ibovespa terminará 2015 a 58 mil pontos, o que implica um potencial de valorização muito limitado em relação aos níveis atuais [alta de 5,24% em relação ao fechamento de quinta-feira]. Os retornos podem ser negativos em dólar devido ao risco de desvalorização do real”, destaca a equipe, ressaltando perspectiva de dólar a R$ 3,40 para este ano. 

Exposições nos setores
A equipe de estratégia do Credit também cortou a exposição em bancos brasileiros de overweight para marketweight após o corte de recomendação da equipe de análise da instituição em abril. Eles destacam que o alerta amarelo para o setor com relação à qualidade dos ativos começou a ser ligado e que os próximos trimestres devem indicar aumento nos provisionamentos e aumento na inadimplência com um cenário econômico menos favorável. 

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A equipe também cortou a exposição em educacionais de overweight para underweight após o relatório da equipe de análise do Credit, destacando piores perspectivas de crescimento e menores margens de rentabilidade com as mudanças no Fies. 

O setor de varejo segue com recomendação marketweight, enquanto o de petróleo e gás e de materiais básicos (mineração e papel e celulose) seguem com recomendação underweight. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.