Emissão inédita da BRF, corte de rating da Sabesp e mais 2 notícias agitam a noite

Confira os destaques da noite desta quarta-feira (20)

Rodrigo Tolotti

(Divulgação/Sabesp)

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SÃO PAULO – A quarta-feira (20) se encerra bastante agitada com novidades de uma emissão de bonds inédita da BRF, enquanto a Sabesp foi rebaixada pela Fitch e a Gol apresentou seus números de abril. Confira os destaques desta noite:

BRF (BRFS3)
A empresa de alimentos BRF realiza na próxima semana reuniões com investidores na Europa para apresentar proposta de realizar o que seria a primeira emissão dos chamados “green bonds” por uma companhia brasileira, numa captação em euros também inédita para a corporação.

A operação está sendo planejada após a empresa ter tido seu rating elevado na terça-feira pela agência de risco Standard & Poor’s de “BBB-” para “BBB”, um degrau acima da classificação de crédito soberano em moeda estrangeira do Brasil.

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“Para a BRF, a possível captação traz três inovações: a primeira emissão com rating ‘BBB’, a primeira em euros e a primeira emissão de ‘green bonds'”, afirmou o diretor financeiro e de Relações com Investidores da BRF, Elcio Ito, à Reuters por telefone. O executivo não revelou o montante que a empresa poderia captar em euros.

O “green bond” é um título de dívida com alguns atributos adicionais, exigindo que os recursos captados sejam aplicados em projetos ambientalmente sustentáveis. Há investidores no exterior que só aplicam nesse tipo de instrumento.

“Isso amplia a base de potenciais investidores”, disse Ito, ressaltando que a empresa já tem projetos sustentáveis para aplicar os recursos que podem ser captados.

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Segundo o IFR, serviço de notícias financeiras da Thomson Reuters, a BRF contratou os bancos BNP Paribas, Bank of America Merrill Lynch, Citigroup, Deutsche Bank, Morgan Stanley e Santander para agendar encontros com investidores na Europa, antes da potencial venda dos títulos verdes.

Quase que simultaneamente à possível captação em euros, a BRF anunciou nesta quarta-feira uma recompra de títulos com vencimentos em 2017, 2020 e 2022.

“São duas operações distintas, mas dentro de estratégias vinculadas”, disse Ito. “Vamos tirar um pouco de dívida do mercado e, ao mesmo tempo, podemos colocar uma dívida nova. Do ponto de vista de caixa, ela é neutra para a companhia, mas estou melhorando o custo do endividamento de forma consolidada, estou diversificando a minha base de investidores.”

O movimento ocorre no momento em que a companhia, maior exportadora de carne de frango do mundo, tem avançado no exterior, com uma unidade industrial de alimentos congelados em Abu Dhabi e também por meio de joint ventures em países da Ásia, como a Indonésia, onde vê um mercado com elevado potencial.

Sabesp (SBSP3)
A agência de rating Fitch cortou a nota da Sabesp de BB+ para BB, com uma pespectiva estável. Segundo a agência, a decisão reflete o enfraquecimento do perfil financeiro da companhia em 2014, sendo que há uma expectativa de maior deterioração em 2015. “A seca afetou duramente os reservatórios da companhia e sua capacidade de atendimento da demanda”, afirmou a Fitch. “A decisão da Sabesp de oferecer desconto a quem conseguir reduzir o consumo também contribui para deteriorar suas receitas e geração de caixa”, completou.

Gol (GOLL4)
A companhia aérea Gol registrou em abril demanda pelo transporte aéreo de passageiros no mercado doméstico 4,3% maior que a apurada em abril de 2014 em termos de passageiros-quilômetros transportados (ou RPK na sigla em Inglês), segundo comunicado divulgado nesta quarta. Já a oferta doméstica em assentos-quilômetros transportados (ou ASK, na sigla em Inglês) cresceu 0,4%, enquanto a taxa de ocupação aumentou 3 pontos percentuais, a 79,8%.

A demanda internacional em abril aumentou 3,8%, levando a taxa de ocupação a 70,2% o que representa um recuo de 0,2 ponto percentual contra abril de 2014. No acumulado do ano, a demanda aumentou 16,6% frente aos mesmos períodos de 2014.

Eletrobras (ELET3; ELET6)
O diretor de Relações com Investidores da Eletrobras, Armando Casado, disse nesta quarta-feira, 20, que a companhia está aguardando a publicação do decreto presidencial sobre a renovação das concessões das distribuidoras de energia para avaliar o que vai fazer com as empresas que fazem parte do grupo. “Assim que saírem as condições vamos avaliar as alternativas”, disse Casado após participar de audiência pública na Comissão de Minas e Energia, da Câmara.

O executivo lembrou que o estudo contratado pela companhia com o banco Santander prevê seis alternativas sobre a estratégia que será adotada para as distribuidoras, que vão desde a venda de participação total, manutenção de participação minoritária, venda em conjunto ou em separado, entre outras.

Casado disse que todas as empresas do setor de energia têm interesse nas distribuidoras da Eletrobras, pois a rentabilidade desse segmento se dá, principalmente, por ganhos de escala. Ele lembrou ainda que recentemente as distribuidoras do grupo Eletrobras foram conectadas ao Sistema Interligado Nacional, o que permite melhores condições na negociação de contratos de energia.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.