Construtoras afundam, Kroton dispara 8,5% após balanço e Vale cai 4%

Confira os principais destaques de ações do pregão desta terça-feira

Paula Barra

Publicidade

SÃO PAULO – A temporada de balanços ganhou destaque nesta terça-feira (12) em meio à disparada das ações da Kroton após números de janeiro a março deste ano, enquanto os papéis da Fibria reagiram positivamente ao reajuste anunciado no preço da celulose. Chamou atenção também a Petrobras, que subiu nesta tarde e ajudou a equilibrar o Ibovespa que era puxado pela queda da Vale e leves recuos dos papéis dos bancos. Confira abaixo os principais destaques da Bolsa nesta sessão:

Kroton (KROT3, R$ 11,67, +8,56%)
A Kroton subiu após divulgação do balanço e puxou junto os demais papéis do setor listados na Bolsa Estácio (ESTC3, R$ 17,79, +0,79%), Ser Educacional (SEER3, R$ 14,15, +1,14%) e Anima (ANIM3, R$ 19,91, +3,16%). A Kroton viu seu lucro líquido ajustado subir 56,9% no primeiro trimestre, com o controle mais rígido de custos e despesas compensando as mudanças no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). A companhia teve lucro líquido ajustado de R$ 455,3 milhões entre janeiro e março, frente a R$ 290,2 milhões no mesmo período do ano passado. Segundo a companhia, parcelamento especial privado, linha criada para alunos ingressantes como alternativa ao Fies, foi um dos fatores que ajudou a empresa a adicionar 319.700 novos alunos de graduação, (+6,2% ante 2014). 

Para a XP Corretora, o resultado foi levemente acima do esperado. Apesar da forte desaceleração na captação e crescimento da base, os números foram acima do projetado pela Kroton. Mesmo com a forte queda na margem, por conta da aquisição da Anhanguera, já observamos uma boa evolução na comparação pro-forma, comentaram os analistas.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Fibria (FIBR3, R$ 44,44, +4,20%)
A Fibria, maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, está anunciando aumento de preços de US$ 20 por tonelada do insumo, válido a partir de primeiro de junho. Com o aumento, os preços na Europa passarão a US$ 810, na Ásia a US$ 700 a tonelada e, na América do Norte, a US$ 900 a tonelada. No fim de abril, a companhia havia afirmado que estava implementando “sem dificuldades” o aumento anunciado para o início daquele mês, diante da boa demanda. “Empresas do setor vem, sequencialmente, anunciando aumento de preços, o que mostra um cenário apertado de oferta, sendo bastante positivo para as empresas”, comentou a Elite Corretora.

O Credit Suisse também comentou o setor, destacando que segue chamando bastante atenção, não só pelo nível do câmbio, que trouxe maior rentabilidade para as empresas, como pela dinâmica de preços, que segue tendência de alta. O anúncio da Fibria ontem veio após a Ibema, terceira maior fabricante de papel cartão, comunicar pela manhã aumento de quase 12% no papel cartão. Para os analistas, isso traz fôlego para a Klabin (KLBN11, R$ 19,37, -0,31%) e Suzano (SUZB5, R$ 15,57, +0,26%), dado que a primeira produz cerca de 750 mil toneladas de produto e se seguir o aumento pode significar elevação de aproximadamente 10% no Ebitda anual, enquanto para a segunda o impacto seria de cerca de 2%.

Já a notícia da Fibria os analistas do banco suíço comentaram que, de certa maneira, surpreende e deve trazer fôlego adicional para as ações. O aumento representa 5% de Ebitda para a Fibria se implementado e 4% para Suzano, se a mesma seguir.

Continua depois da publicidade

Construção Civil
Papeis do setor de construção civil caíram em meio à notícia do Valor de hoje de que tanto o Banco Central quanto o Ministério da Fazenda não estão sensíveis à demanda de dar mais crédito para o setor através de liberação de parte do compulsório da poupança. Entre as maiores quedas estão Tecnisa (TCSA3, R$ 3,49, -3,06%), Direcional Engenharia (DIRR3, R$ 5,79, -2,69%), Even (EVEN3, R$ 4,16, -3,48), Rossi (RSID3, R$ 2,08, -3,70%) e Eztec (EZTC3, R$ 16,90, -4,20%). 

Petrobras (PETR3, R$ 14,70, +0,20%; PETR4, R$ 13,79, +0,51%)
As ações da Petrobras subiram em meio à notícia de que a companhia está se preparando para lançar R$ 3 bilhões em títulos no mercado doméstico na semana que vem, segundo informações da Reuters. De acordo com as fontes próximas ao assunto que pediram anonimato, caso haja lotes suplementar e adicional, a oferta poderá alcançar R$ 4 bilhões.  

Contribuiu para a alta das ações da Petrobras o movimento de valorização do petróleo lá fora. Ações da Exxon, Chevron e BHP Billiton também registraram altas hoje. Nesta sessão, o petróleo Brent, negociado no Texas e usado como referência pela Petrobras, subiu 2,50%, a US$ 66,53. 

Vale (VALE3, R$ 22,33, -4,08%; VALE5, R$ 18,52, -2,78%)
Depois de forte arrancada desde a metade de abril investidores aproveitaram o movimento de baixa do minério de ferro hoje para realizarem o lucro nas ações da Vale, comentou o analista independente Flávio Conte. Acompanharam o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 12,25, -3,62%), holding que detém participação na mineradora. 

Acompanhando o movimento, os papeis do setor siderúrgico, sendo eles, CSN (CSNA3, R$ 8,31, -2,81%), Gerdau (GGBR4, R$ 10,16, -2,68%) ,Usiminas (USIM5, R$ 5,90, -2,80%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 9,86, -3,90%).

Cia Hering
A Cia Hering (HGTX3, R$ 13,65, -2,50%) voltou a cair hoje, pelo terceiro pregão consecutivo, acumulando no período queda de 23,7%. O movimento veio após balanço fraco do terceiro trimestre aliado a perspectivas desanimadoras para o restante do ano. Analistas foram unânimes sobre um cenário desafiado para a empresa, pelo menos, até o final do ano. Com as quedas recentes, a companhia renova seu menor patamar de julho de 2010.

O que veio de tão ruim no balanço para Hering desabar 22% na Bolsa?

Rumo (RUMO3, R$ 1,24, +1,64%)
A companhia apresentou hoje os resultados combinados da Rumo e ALL do primeiro trimestre deste ano e do ano passado, junto com suas demonstrações financeiras referentes aos meses de janeiro e março de 2015. Os números apontam para um prejuízo de R$ 226,2 milhões no período, revertendo um lucro de R$ 27,7 milhões no mesmo período do ano passado. A receita líquida das operações foi de R$ 970,1 milhões, queda de 1,3% na comparação anual.

Segundo o Brasil Plural, os resultados do primeiro trimestre dão evidências de que o caso de investimentos da ALL-Rumo é uma história de reviravolta que vai exigir capacidade de expansão, ganhos de escala e eficiência de custos para alcançar rentabilidade. 

Oi (OIBR4, R$ 5,77, -2,20%)
A Oi contratou o Credit Suisse para vender call centers, informou a Bloomberg. A ideia seria reduzir o endividamento e recuperar a credibilidade do mercado. A venda pode ser fechada nos próximos três meses, disse Bayard Gontijo, presidente da companhia em entrevista à agência de notícias, se recusando a informar o valor da transação.

Segundo a XP, o cenário segue bastante complicado para companhia, com elevado endividamento. A venda de ativos ajuda no curto prazo, mas os ativos vão ficando cada vez mais escassos, com as torres já vendidas, por exemplo. Fora isso, o elevado capex (investimentos em bens de capital), a empresa não entrou na licitação do 4G. 

Iguatemi (IGTA4, R$ 27,00, -1,28%)
O Iguatemi registrou queda de 6% no lucro líquido, para R$ 45,1 milhões, no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. A receita líquida subiu 24,36%, para R$ 148,6 milhões. Para o BTG Pactual, os resultados foram sólidos sem sinais de fortes desaceleração em vendas e locações no segmento “mesmas lojas” (que considera lojas abertas há pelo menos um ano), diferente da maioria dos concorrentes. O banco, no entanto, permanece cauteloso com o setor de shopping centers dada à desaceleração de vendas do varejo. Apesar de destacar que os números vieram bons, o Banco Espírito Santo disse que via impacto negativo nas ações no curto prazo. 

Kepler Weber (KEPL3, R$ 28,33, -4,61%)
A Kepler Weber, fabricante de equipamentos para armazenagem e movimentação de granéis, reportou ontem à noite um prejuízo líquido de R$ 14,3 milhões no primeiro trimestre de 2015, ante resultado líquido positivo de R$ 23,8 milhões no mesmo período de 2014. A receita líquida totalizou R$ 107,9 milhões, um recuo de 37,7% em relação aos R$ 173,3 milhões do mesmo intervalo de 2014.

Segundo o Banco Espírito Santo, o resultado da companhia foi muito fraco, ainda pior do que os analistas do banco estavam esperando. Apesar disso, eles mantiveram a recomendação de compra no papel, com preço-alvo de R$ 29,70. 

JHSF (JHSF3, R$ 1,81, -2,16%)
A incorporadora registrou lucro líquido de R$ 1,038 milhão no primeiro trimestre, queda de 92% contra o mesmo período do ano passado. A receita líquida da incorporadora ficou em R$ 155,956 milhões, ante R$ 147,989 milhões no primeiro trimestre de 2014, uma alta de 5%.  

CSU CardSystem (CARD3, R$ 3,19, +8,50%)
A “small cap” CSU CardSystem disparou na Bolsa após balanço. A companhia fechou o trimestre com lucro líquido de R$ 3,7 milhões, crescimento de 156,6% nos últimos doze meses. A receita líquida foi de R$ 112,618 milhões, com uma diferença positiva de R$ 19,34 milhões em comparação ao primeiro trimestre de 2014. O Ebitda fechou em R$ 15,947 milhões, um aumento de 42,2% em relação aos R$ 11.216 milhões do período do ano passado. A margem Ebitda (Ebitda/Receita Líquida) ficou em 14,2%, 2,1 pontos percentuais a mais que os 12% de 2014. 

Time For Fun (SHOW3, R$ 2,93, +4,64%)
A Time For Fun anunciou os resultados deste primeiro trimestre de 2015 e mostrou prejuízo de R$ 2,3 milhões, contra prejuízo de R$ 22,9 milhões do primeiro trimestre do ano passado. O desempenho foi impulsionado pelo aumento na receita de shows ao vivo e de patrocínios, que praticamente dobraram no período, para R$ 74,1 milhões e R$ 22,1 milhões, respectivamente. No primeiro trimestre, a companhia realizou, em São Paulo, o festival Lollapalooza. O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) reverteu de R$ 25,4 milhões negativos nos três primeiros meses do ano passado e fechou em R$ 2,4 milhões este trimestre. 

Segundo o Credit Suisse, os números foram fracos em função da elevada queima de caixa. Mesmo com aceleração considerável da receita líquida, tanto o Ebitda quanto a última linha do balanço estão em patamar bem abaixo do esperado.

Lopes Brasil (LPSB3, R$ 4,93, -4,87%)
A Lopes Brasil desabou após registrar prejuízo líquido de R$ 13,68 milhões no primeiro trimestre, contra lucro líquido de R$ 6,2 milhões um ano antes. O Ebitda foi negativo em R$ 9,3 milhões, ante valor positivo de R$ 10,95 milhões em 2014. A companhia comercializou R$ 1,83 bilhão em imóveis novos e R$ 566,99 milhões em usados, quedas de 24% e 37%, respectivamente.