Rendendo 25% ao ano, Picasso é investimento duas vezes melhor do que ouro

Semanas depois de gestor da Black Rock falar sobre o potencial de desempenho de obras de arte superando o do ouro em obras de arte, colecionador arrebata Picasso no leilão mais caro da história

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – No fim de abril, o gestor do maior fundo de ativos do mundo já tinha avisado que o ouro como reserva de valor já estava sendo superado por outras formas de investimento consideradas mais seguras. Entre elas, a compra de obras de arte contemporânea. 

Trocar as barras de ouro por pinturas abstratas dos diversos movimentos artísticos do começo do século XX como cubismo, surrealismo, futurismo, fauvismo e todas aquelas outras que conhecemos através das aulas de arte na escola parece no mínimo inusitado, mas é o que defende Laurence D. Fink, chairman da BlackRock. 

Nesta terça-feira (12) vimos a confirmação do que Larry Fink falou: “As Mulheres de Argel”, um harém de formas femininas geométricas e coloridas de Pablo Picasso, foi vendido por US$ 179,4 milhões em leilão. Foi o maior valor já pago para uma obra de arte neste tipo de operação, superando “Três estudos de Lucian Freud”, de Francis Bacon, que foi vendido em 2013 por US$ 142,4 milhões. E, com isso, o comprador representado na sessão por Brett Gorvy, tornou-se dono de uma das maiores obras-primas do principal artista do século XX que não está em museus ou instituições, mas em coleções privadas. 

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Olhando para a tela como um investimento, o seu retorno para o antigo detentor é impressionante. Na última vez que a mesma pintura havia sido vendida, em 1997, o comprador teve que desembolsar US$ 31,9 milhões. Ou seja, de lá para cá, a obra obteve uma valorização de 462,38% em 18 anos. Isso equivale a um rendimento de aproximadamente 25,69% ao ano com riscos bem menores do que os de um investimento em bolsa, por exemplo. Considerada a principal reserva de valor do mundo, o ouro teve um desempenho mais modesto no mesmo período: foi uma alta de 260%, portanto quase duas vezes mais baixa que a da pintura.

No comércio de arte fora dos leilões os valores atingidos podem ser ainda mais altos. A pintura “Duas mulheres taitianas” de Paul Gaugin, foi vendida da fundação de uma família suíça para um grupo de museus do Qatar por US$ 300 milhões em fevereiro. 

Mas isso é uma visão de algumas obras, certo? De fato, mas olhando para o mercado de arte como um todo, uma boa métrica para a sua performance aparece no blog do colunista Geraldo Samor, no site da revista Veja. Lá, Samor mostra que mesmo em prazos mais longos, como 10 anos, o ouro ainda perde da arte contemporânea como investimento (embora ainda ganhe de outros investimentos tidos como mais seguros como imóveis em Nova York). Foram 179% de valorização para o metal contra 252% para pinturas e esculturas do século passado. 

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Claro que para o pequeno investidor é muito mais fora da realidade adquirir um Picasso do que uma barra de ouro ou uma ação, mas para João Correia, sócio-fundador da Art Options, quem quiser entrar no mercado de arte pode começar até mesmo com valores abaixo de R$ 5 mil.

Para quem quer investir e também sabe apreciar arte, pode ser uma maneira quase perfeita de unir o útil ao agradável.