Ibovespa fecha em alta de 1% e fica acima dos 58 mil pontos; dólar cai a R$ 3,07

Índice já sobe 4,7% em três pregões, ganhando força da mineradora e da petroleira; Itaú tem desempenho negativo apesar de lucro de R$ 5,7 bilhões

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa caminha para fechar na sua terceira alta consecutiva. Petrobras, Vale e Eletrobras foram as grandes responsáveis pelo desempenho positivo desta sessão. Além disso, o mercado continuou em espera por votações de medidas do ajuste fiscal, após decepção com o fraco superávit primário em março. Lá fora, as bolsas norte-americanas e europeias tiveram um dia de baixa. 

O benchmark da Bolsa brasileira fechou em alta de 1,22%, a 58.051 pontos, subindo 4,7% em três pregões. O Ibovespa fechou acima de uma importante resistência, embora ainda seja cedo para confirmar o rompimento. Ao mesmo tempo em que o dólar comercial caiu 0,39%, a R$ 3,0682 na compra e a R$ 3,0687 na venda. O volume financeiro negociado na BM&FBovespa neste pregão foi de R$ 8,055 bilhões. 

O analista da Rico Corretora, Roberto Indech, disse que hoje foi mais um dia em que o mercado subiu por conta do fluxo de estrangeiros entrando em papéis de maior liquidez como a estatal e a mineradora. Com dinheiro sobrando nos mercados internacionais em meio a relaxamentos monetários promovidos pelos bancos centrais do Japão e da Europa, somados aos juros próximos de zero nos Estados Unidos, a BM&FBovespa registrou em abril (até o dia 29) o maior saldo positivo de investidores estrangeiros dos últimos anos. Foram quase R$ 8 bilhões de diferença entre compras e vendas por este tipo de investidor de acordo com dados da própria Bolsa. 

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“De Petrobras e Vale não tem outra percepção se não a percepção de fluxo para esta alta tão forte”, explica o analista. 

Em uma perspectiva técnica, para Lauro Vilares, analista da Guide Investimentos, o Ibovespa deve começar a sofrer recuos depois de atingir a importante resistência dos 58 mil pontos. “Iniciar operações de compra para o prazo mais curto tornou-se mais arriscado por causa disso”, avalia o analista. Vilares ainda lembra que se após o recuo, o índice for até 56.500 pontos e voltar a subir, a tendência continua sendo de alta. Já se ele perder os 56.500 pontos, ele voltará a um cenário de indefinição. 

Petrobras e Vale disparam de novo
As ações da Petrobras (PETR3PETR4) fecharam em alta de 4%. Também no holofote, a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) se posicionou, na mesma linha do ministro de Minas e Energia na véspera, Eduardo Braga, favoravelmente a retirar a obrigatoriedade petroleira no pré-sal. Atualmente, a petroleira tem que ter, ao menos, 30% nos blocos exploratórios com potencial na camada do pré-sal que forem leiloados. Apesar de ser favorável, Braga disse na véspera que o governo, no momento, não discute mudanças nessa regra. 

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Um movimento positivo também foi visto entre as ações da Vale (VALE3VALE5) que retomaram a disparada dos últimos dias. Acompanharam o movimento as ações da Bradespar (BRAP4), holding que detém participação na mineradora. 

As ações da Eletrobras (ELET3; ELET6) também tiveram um dia de euforia e dispararam nesta sessão, juntamente com as ações da Petrobras e Vale. Do final de março até agora, os papéis preferenciais da elétrica já subiram 47% em meio ao rali da Bolsa. Fica no radar dos investidores também, a notícia do Valor Econômico de que a CVM marcou para o dia 19 de maio, o julgamento do processo que acusa a União por voto abusivo na aprovação da renovação das concessões da Eletrobras no fim de 2012. Se a União for condenada, a pena máxima seria uma multa de R$ 500 mil. 

Os papéis do Itaú (ITUB4), por outro lado, operaram em queda depois da divulgação do balanço. O banco superou estimativas de lucro no primeiro trimestre, apoiado em margens robustas nas operações de crédito e menores despesas administrativas, mas fez provisões maiores para perdas com calotes e piorou estimativas para despesas e crédito, refletindo a fraqueza da economia do país. De acordo com Roberto Indech da Rico, o mercado se apegou às novas previsões do banco mais do que ao lucro em si.

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As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
 ELET6 ELETROBRAS PNB EJ 10,29 +13,70 +27,26
 ELET3 ELETROBRAS ON 8,39 +12,02 +44,66
 MRFG3 MARFRIG ON 4,74 +9,98 -22,30
 VALE3 VALE ON 27,06 +9,20 +27,60
 NATU3 NATURA ON 32,25 +8,84 +5,09

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
 KROT3 KROTON ON 10,60 -4,50 -31,61
 BRKM5 BRASKEM PNA 13,41 -4,49 -19,32
 CRUZ3 SOUZA CRUZ ON 26,10 -4,04 +38,48
 CSAN3 COSAN ON ED 27,85 -4,00 -2,45
 VIVT4 TELEF BRASIL PN 47,94 -2,94 +8,38

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

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 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1
 PETR4 PETROBRAS PN 14,38 +4,20 1,06B
 VALE5 VALE PNA 20,30 +5,18 817,91M
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN ED 38,57 -0,98 557,99M
 PETR3 PETROBRAS ON 15,66 +4,12 465,07M
 VALE3 VALE ON 27,06 +9,20 371,48M
 BBDC4 BRADESCO PN EJ 32,39 +0,30 292,74M
 ABEV3 AMBEV S/A ON 19,61 +1,34 220,57M
 VIVT4 TELEF BRASIL PN 47,94 -2,94 179,94M
 KROT3 KROTON ON 10,60 -4,50 168,21M
 ITSA4 ITAUSA PN EB 9,62 -1,20 161,85M

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) 

Exterior em queda
O principal índice europeu de ações fechou em queda nesta terça-feira, com renovadas preocupações com as finanças da Grécia pesando sobre as bolsas da região. O índice FTSEurofirst 300 recuou 1,56 por cento, a 1.555 pontos. No mês passado, o índice atingiu a máxima em mais de 14 anos.

O índice ATG, que serve como referência da bolsa de Atenas, caiu 3,9 por cento por preocupações com o impasse das tentativas da Grécia de chegar a um acordo com seus credores internacionais.

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A Grécia intensificou os esforços diplomáticos com seus parceiros da zona do euro nesta terça-feira para evitar esgotar seus recursos neste mês, quando precisa quitar uma grande parcela de sua dívida ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

As negociações continuavam com o FMI, a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu (BCE) para um acordo que concede dinheiro em troca de reformas, mas ainda havia diferenças sérias sobre reformas previdenciárias e trabalhistas e o salário mínimo. “A Grécia não vai resolver isso em breve. Neste momento, estou mais pessimista que otimista e venderia em qualquer rali”, disse o diretor da McLaren Securities Terry Torrison.

Entre os dados econômicos, a União Europeia elevou a previsão do crescimento do PIB da Alemanha em 2015 para 1,9%, de 1,5%, enquanto manteve a previsões para PIB do Reino Unido em alta de 2,6% em 2015 e alta de 2,4% em 2016. 

Já as bolsas da Ásia recuaram nesta terça-feira, em meio a preocupações com o crescimento da região diante da fraqueza da demanda na China, em uma sessão com volume baixo devido a feriados nos mercados do Japão e da Coreia do Sul. 

Na China, o índice de Xangai foi pressionado pelo setor financeiro após a imprensa noticiar que diversas corretoras do país apertaram suas regras relacionadas a margens de financiamento. A apreensão se somou a preocupações sobre liquidez antes de uma nova leva de ofertas iniciais de ações.

O volume de negócios foi baixo nos mercados em geral, com as bolsas do Japão, Coreia do Sul e Tailândia fechadas por feriado e agenda fraca em termos de indicadores econômicos importantes. O relatório de emprego dos Estados Unidos, indicador mais aguardado desta semana, será divulgado na sexta-feira.

(Com Reuters)

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