Vale sobe 8% e puxa o Ibovespa, que supera os 57 mil pontos; dólar sobe a R$ 3,07

Ao mesmo tempo, Relatório Focus registrava primeira elevação das projeções da taxa Selic desde 30 de março

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa opera em alta nesta segunda-feira (4) depois do mercado brasileiro ficar fechado para o Dia do Trabalho na última sexta-feira. O noticiário corporativo permanece no radar com fala do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga sobre a Petrobras e corte de rating da Vale pela S&P. Entre os indicadores econômicos, o Relatório Focus registrou o primeiro aumento das projeções da Selic desde março. Lá fora, as bolsas norte-americanas e europeias têm alta depois que o presidente do Federal Reserve de Chicago, Charles Evans, disse que elevar a taxa juro ainda este ano seria má ideia. 

Às 16h08 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira subia 2,01%, a 57.356 pontos, o maior patamar desde outubro de 2014. Enquanto isso, o dólar comercial tinha alta de 2,35%, a R$ 3,0828 na compra e a R$ 3,0839 na venda. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2016 ficava estável a 13,68%, ao mesmo tempo em que o DI para janeiro de 2020 subia 0,1 p.p., a 12,92%. 

Para Luis Gustavo Pereira, analista-chefe da Guide Investimentos, o índice sobe hoje puxado por um movimento de squeze de Petrobras, Vale e siderúrgicas. Na sua opinião, o custo de carregar posições vendidas nessas empresas aumentou, o que, somado ao fluxo de investimento estrangeiro que ocorre na BM&FBovespa atualmente, não dá espaço para quedas mais fortes do Ibovespa. 

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Vale lembrar que hoje entra em vigor a nova carteira teórica do Ibovespa, sem PDG (PDGR3), Even (EVEN3) e Light (LIGT3), mas com Smiles (SMLE3). 

Aperto monetário continua?
Por aqui, já saiu o Relatório Focus, com a mediana das projeções de diversos economistas, casas de análise e instituições financeiras para os principais indicadores macroeconômicos. A maior surpresa ficou por conta das previsões da taxa básica de juros, a Selic, que saiu de 13,25% ao ano para 13,50% na primeira elevação desde 30 de março. Na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária) elevou os juros de 12,75% para 13,25% ao mesmo tempo em que o superávit fiscal de maio decepcionava os investidores, aumentando as apostas para que o BC seja obrigado a realizar um combate mais firme à inflação. 

A previsão para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2015 oscilou de uma retração de 1,1% para uma de 1,18%. Já no caso do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é o medidor oficial de inflação utilizado pelo governo, as projeções são de que haja um avanço de 8,26% este ano.

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Outro indicador importante, o PMI (Índice Gerente de Compras) mostrou que as condições da indústria brasileira se deterioraram ainda mais em abril diante de reduções nos volumes de produção e de novos negócios, e a contração do setor atingiu o nível mais forte em cerca de três anos e meio. Pelo terceiro mês seguido, o PMI divulgado pelo Markit ficou abaixo da marca de 50, que separa crescimento de contração, ao cair para 46,0 em abril, ante 46,2 em março, nível mais baixo desde setembro de 2011.

Petrobras e Vale em destaque
As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) subiam perto de 4%. O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, afirmou, em vista a Houston para feira internacional de petróleo – a Offshore Technology Conference (OTC) -, que a Petrobras não deve ter obrigação em participar de novos leilões do pré-sal. Pelo atual marco regulatório do pré-sal, a estatal é a operadora única, ou seja, a companhia precisa dar lances com participação de, ao menos, 30% em todos os blocos oferecidos pelo governo. 

Segundo ele, o Congresso está aberto a discutir a atual exigência legal e afirmou que as regras precisam ser revistas antes dos novos leilões do pré-sal. O governo vai abrir novas concessões do petróleo este ano, mas as próximas ofertas no pré-sal podem ser adiadas para 2017, admitiu o ministro. A licitação estava prevista inicialmente para 2016, mas deve ser adiada por conta da volatilidade do mercado petrolífero e à baixa cotação do barril de petróleo atualmente.

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Quem também operava em forte alta era a Vale (VALE3; VALE5), cujos papéis seguem o desempenho dos ADRs (American Depositary Receipts) na sexta-feira e sobem apesar do corte do rating da mineradora pela S&P de “BBB+” para “BBB”, com perspectiva negativa. Novamente o minério de ferro, que subiu 2,4%, a US$ 57,55 no porto de Qingdao, era vetor de alta. Para o analista independente, Flávio Conde, o movimento de maior otimismo de investidores globais com mineradoras deve-se ao fato de estarem acreditando que o pior já teria passado e que agora mineradoras menores com custos altos estariam fechando e ajudando a diminuir a pressão de oferta da commodity.

As ações da Cetip (CTIP3) lideram as perdas do Ibovespa nesta segunda-feira. O movimento ocorre após nova regulamentação anunciada pelo Detran (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo), que potencialmente abre concorrência ao serviço de registro de contratos de financiamento Sircof, segundo publicado no dia 1° de maio no Diário Oficial. A notícia impacta diretamente a Cetip diante de uma possível redução da tarifa cobrada por contrato registrado no Detran pela empresa, disseram os analistas do Itaú BBA. Apesar disso, eles veem como pouco provável que a companhia perca grande fatia desse mercado no Estado. Analistas do Bradesco afirmaram que a empresa não confirmou a renovação desse contrato com o Detran mas que está trabalhando em um contrato alternativo.

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

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Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 BRKM5 BRASKEM PNA 13,94 +10,63
 VALE3 VALE ON 24,61 +8,65
 CSNA3 SID NACIONAL ON 8,70 +7,81
 USIM5 USIMINAS PNA ED 6,40 +7,20
 RUMO3 RUMO LOG ON 1,39 +6,92

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 CTIP3 CETIP ON ED 33,45 -3,18
 CCRO3 CCR SA ON 16,20 -2,41
 CYRE3 CYRELA REALT ON ED 11,54 -1,62
 QUAL3 QUALICORP ON ED 24,18 -0,80
 CRUZ3 SOUZA CRUZ ON 27,29 -0,76
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Mais expectativas de estímulo na China
Os índices asiáticos recuperaram-se de mínimas nesta segunda-feira com a atividade industrial fraca na China reforçando perspectivas de que Pequim adotará em breve novos estímulos à segunda maior economia do mundo.

Na Europa, o dia foi de ganhos, em um pregão no qual as bolsas britânicas estão fechadas por conta de um feriado, mas o clima é de expectativa em meio às eleições por lá. O mercado segue de olho na Grécia: a União Europeia afirmou que é preciso mais trabalho nas conversas com o país. “O grupo de Bruxelas esteve em sessão durante o fim de semana e continua em sessão. As conversas foram construtivas, mas mais trabalho precisa ser feito. A próxima oportunidade para ministros das Finanças fazerem um balanço será na reunião do eurogrupo em 11 de maio”, disse Margaritis Schinas, porta-voz da Comissão Europeia, durante entrevista coletiva. 

Voltando à Ásia, os dados fracos da China seguem-se a uma série de indicadores econômicos decepcionantes divulgados nas últimas semanas que forçaram Pequim a implementar diversas medidas de estímulo neste ano, incluindo ações para impulsionar o crédito bancário e entradas menores para compradores de imóveis.

O Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) do HSBC/Markit mostrou que a atividade das indústrias chinesas sofreu em abril a maior contração em um ano com queda nas novas encomendas.   

O volume de negócios foi menor devido à ausência dos mercados japoneses, que ficarão fechados por feriado até a quarta-feira.

(Com Reuters)

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