Ibovespa sobe com Petrobras e bancos; dólar zera perdas

Índice vira em dia de dados do mercado de trabalho no Brasil e com correção nos mercados internacionais; perspectiva de estímulo na China anima mercados

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa vira para alta nesta terça-feira (28) com bancos e Petrobras preferencial ofuscando queda da Vale. O pregão começou agitado por rumores de estímulo na China e com a revisão para “estável” da perspectiva da Petrobras pela Moody’s depois da divulgação do balanço. Pela manhã também foi divulgada a PME (Pesquisa Mensal do Emprego): o desemprego no Brasil subiu de 5,9% em fevereiro para 6,2% em março, um pouco acima das projeções da Bloomberg, de 6,1% e o maior nível desde março de 2012. Lá fora, as bolsas internacionais passam por uma sessão de correção. 

Às 15h41 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira sobe 0,47%, a 55.794 pontos, enquanto o dólar apresentava volatilidade. Por volta do meio-dia, a moeda chegou a virar para alta, mas voltou a cair e registrava leve alta de 0,17%, a R$ 2,9262 na compra e R$ 2,9267 na venda. 

Para o analista da WinTrade, Bruno Gonçalves, a queda da Bolsa novamente se dá mais por conta de fatores do noticiário corporativo do que de dados macroeconômicos. “Acho que o cenário macro pesou muito forte nos últimos tempos prinicipalmente com a deterioração do quadro político. Com o abrandamento do cenário político, as notícias pontuais das empresas passam a pesar mais”, explica.

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Começam hoje as reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária) aqui e do Fomc (Federal Open Market Comittee) nos Estados Unidos, que terminarão amanhã com as decisões das taxas de juros. As expectativas são de que o nosso comitê eleve a Selic em 0,5 ponto percentual para 13,25% ao ano, enquanto o Federal Reserve mantenha, por enquanto, a banda de juros da maior economia do mundo entre 0% e 0,25%. 

No radar também estão os rumores de que o Banco do Povo da China se prepara para lançar um programa de relaxamento monetário aos moldes do famoso “Quantitative Easing” adotado nos EUA e na Europa. Em relatório divulgado ao mercado, a XP Investimentos lembra que, segundo reportagem do The Wall Street Journal, o BC chinês planeja lançar nos próximos 2 meses um programa que permitirá que bancos troquem bônus de governos locais por empréstimos com o objetivo de ampliar a liquidez, impulsionar o crédito e reduzir as taxas de juros, disseram as fontes. A estratégia é similar às operações de refinanciamento de longo prazo (LTROs) utilizadas pelo BCE (Banco Central Europeu). 

Petrobras e Vale perdem o fôlego
Em destaque, as ações da Petrobras (PETR3PETR4) viraram para alta. A agência de classificação de risco Moody’s confirmou os ratings da Petrobras e mudou a perspectiva da nota da estatal para “estável”, que estava “sob revisão”, eliminando o risco de um novo rebaixamento no curto prazo, após a estatal ter divulgado seu balanço auditado do ano passado. 

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Na opinião de Bruno Gonçalves da WinTrade, boa parte da queda da petroleira na última sessão e durante o começo desta se explica por conta das evidências pós-balanço de que os fundamentos da companhia continuam complicados, principalmente a alavancagem da companhia, que está cada vez mais alta. 

As ações da Vale (VALE3; VALE5) também abriram a sessão registrando ganhos, mas viraram para queda. No caso das ações ordinárias, essa é a primeira queda em quatro pregões, quando subiram 32%. Apesar do movimento, o preço do minério de ferro, que vinha guiando os papéis nos últimos dias, fechou em alta de 0,9% hoje, a US$ 59,20. Acompanham o movimento de correção as ações da Bradespar, holding que detém participação na mineradora.  

“Da Vale ainda acho que pode ser uma realização. Também uma cautela antes do balanço, que pode ser afetado pela queda do minério de ferro”, explica Gonçalves.

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Por outro lado, era destaque de alta o Santander Brasil (SANB11), cujo lucro líquido societário cresceu 32% no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2014, para R$ 684 milhões. A carteira de crédito atingiu R$ 258,14 bilhões, avanço de 15,3% na comparação anual. O índice de inadimplência acima de 90 dias ficou em 3%, queda de 0,8 ponto percentual ano contra ano. 

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 LIGT3 LIGHT S/A ON 17,09 +5,49
 SANB11 SANTANDER BR UNT 15,95 +5,07
 ELET3 ELETROBRAS ON 7,72 +4,32
 KROT3 KROTON ON 11,52 +3,97
 ELET6 ELETROBRAS PNB 8,92 +3,72

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 VALE3 VALE ON 22,58 -3,75
 POMO4 MARCOPOLO PN N2 2,88 -3,68
 MRVE3 MRV ON 8,29 -3,60
 GOLL4 GOL PN N2 8,12 -3,10
 RENT3 LOCALIZA ON 35,15 -2,50
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Correção nos mercados asiáticos
As bolsas asiáticas recuaram nesta terça-feira de máxima de sete anos uma vez que a confiança deu lugar à cautela antes da reunião do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, que vai começar ainda nesta data.

Uma das exceções foi o índice japonês Nikkei, que avançou 0,38% por expectativas de melhores retornos aos acionistas após o peso-pesado do índice Fanuc Corp ter dobrado sua proporção de pagamento de dividendo. “Entrando em outra semana de resultados, os investidores têm se focado nos esforços das empresas para elevar os retornos dos acionistas”, disse Takuya Takahashi, estrategista do Daiwa Securities.

Já Xangai, que vem registrando um forte rali, teve queda de 1,13%, com resultados decepcionantes e advertência do regulador do mercado sobre risco de perdas.

Na segunda-feira, Wall Street encerrou em baixa após o S&P 500 ter atingido recorde intradia, em meio à cautela antes da reunião do Fed.

Analistas não esperam mudança na postura de política na reunião de dois dias que começa nesta terça-feira, após recentes dados domésticos mais fracos do que o esperado e o dólar forte ter afetado as exportações.

As expectativas do mercado para a alta da taxa de juros foram adiadas, com poucos investidores vendo agora um aumento em junho.

O dia também é de baixa para os ativos europeus à espera da reunião do Fomc (Federal Open Market Committee). Se, por um lado, as ações de petróleo e gás têm ganhos, os dados econômicos não animam. O PIB do Reino Unido cresceu 0,3% entre janeiro e março e ficou abaixo da expectativa de expansão de 0,5% em pesquisa da Reuters junto a economistas. Os olhos também ficam atentos para a situação da Grécia.

(Com Reuters)

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