Rating da Petrobras, oferta da Telefônica, BB Seguridade e 2 resultados agitam a noite

Entre os destaques ainda está o balanço da Souza Cruz e a Petrobras ingressando como assistente do MPF na Lava Jato

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após forte queda do Ibovespa na sessão desta segunda-feira (27), o after market da Bolsa segue agitado, com duas empresas apresentando seus resultados do primeiros trimestre, enquanto a Petrobras teve seu rating reiterado pela Moody’s e também enviou um comunicado ao mercado sobre as ações penais que está sofrendo. Confira os destaques:

Petrobras
A Petrobras (PETR3; PETR4) anunciou nesta segunda-feira que pediu o ingresso da companhia como assistente do Ministério Público Federal (MPF) em sete ações penais ligadas à operação Lava Jato, que investiga um bilionário esquema de corrupção na estatal.

“Com essa medida, a Petrobras, que vem colaborando com as autoridades públicas, pretende atuar de forma mais incisiva na busca da reparação do seu prejuízo, visto que a sentença penal condenatória poderá garantir à Petrobras o pagamento de indenização pelos prejuízos oriundos dos delitos”, informou a empresa em comunicado, que acrescenta que o pedido foi feito na última sexta-feira.

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Na semana passada, a Petrobras divulgou seu balanço auditado referente ao ano passado, quando registrou prejuízo de 21,6 bilhões de reais. A estatal informou ainda perdas de 6,2 bilhões de reais por corrupção e redução de mais de 44 bilhões de reais no valor de seus ativos.

A Lava Jato investiga um esquema de corrupção no qual, segundo o Ministério Público, empreiteiras formavam um cartel para vencer com sobrepreço licitações de obras da Petrobras. Em troca, pagavam propina a funcionários da empresa, a operadores que lavavam o dinheiro do esquema e a políticos e partidos.

Além disso, a agência de classificação de risco Moody’s confirmou os ratings da Petrobras e mudou a perspectiva da nota da estatal para “estável”, que estava “sob revisão”, eliminando o risco de um novo rebaixamento no curto prazo, após a estatal ter divulgado seu balanço auditado do ano passado.

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A Moody’s cortou em fevereiro o rating da Petrobras para Ba2, retirando da empresa a classificação de grau de investimento, e colocou o rating sob revisão por conta das investigações de corrupção e pressões de liquidez que poderiam resultar do atraso da divulgação dos resultados.

A publicação do balanço da estatal na semana passada, segundo a Moody’s, elimina a perspectiva de aceleração da dívida no curto prazo, por isso a mudança na perspectiva. Contudo, a agência disse esperar que o desempenho financeiro seja pior do que o previsto anteriormente.

“Embora os riscos de liquidez tenham diminuído acentuadamente desde a última ação de rating da Moody’s em 24 de fevereiro… a classificação Ba2 incorpora avaliação atualizada da Moody’s de que o desempenho financeiro no curto prazo será significativamente mais fraco do que se esperava anteriormente”, disse a agência em comunicado.

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Souza Cruz
A Souza Cruz (CRUZ3) registrou lucro líquido de R$ 469,4 milhões nos primeiros três meses de 2015, uma alta de 3,1% na comparação com o mesmo período do ano passado. O crescimento do lucro refletiu a menor taxa efetiva de imposto de renda. A companhia pagou menos impostos sobre o lucro, depois de abater o subsídio fiscal das suas operações em Cachoeirinha, na região metropolitana de Porto Alegre, e da Usina de Processamento de Fumo de Santa Cruz do Sul.

Apesar disso, o volume de vendas da companhia caiu 11,4% na comparação anual. Enquanto isso, a receita líquida cresceu 3,2%, para R$ 1,478 bilhão e o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) caiu 3,5%, para R$ 678,2 milhões.

M. Dias Branco
A M. Dias Branco (MDIA3) teve lucro líquido consolidado de R$ 125,4 milhões no primeiro trimestre de 2015, 5,1% a menos que no mesmo período do ano passado. O Ebitda caiu 5,5% na comparação anual e ficou em R$ 171,6 milhões. Já a margem Ebitda recuou 0,2 ponto percentual no trimestre para 16,6%.

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Enquanto isso, a receita líquida da empresa caiu 4,4% no primeiro trimestre do ano, para R$ 1,03 bilhão e o volume de vendas de 391,4 mil toneladas no primeiro trimestre de 2015 representou queda de 4,6% na comparação com um ano antes.

Telefônica
A oferta primária de ações ordinárias e preferenciais da Telefônica Brasil (VIVT4) alcançou R$ 16,107 bilhões, segundo dados publicados nesta noite de segunda-feira, 27, no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A oferta, que negociou também parte dos lotes extras, movimentou R$ 4,682 bilhões em ações ordinárias, que saíram a R$ 38,47 por papel, e R$ 11,425 bilhões em preferenciais, no valor unitário de R$ 47. Foram negociadas 121.711.240 ONs e 243.086.248 PNs.

A operação, feita para pagar a compra da GVT, previa a distribuição primária de 113.049.225 papéis ordinários e de 219.950.615 preferenciais. Havia a previsão de um acréscimo à quantidade inicial de ações de um lote adicional equivalente a até 20% do total, em ONs e PNs, incluindo ADS, e de um lote suplementar de 10%, exclusivamente em ações preferenciais, inclusive sob a forma de ADS.

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BB Seguridade
A BB Seguridade (BBSE3) foi rebaixada pelo Credit Suisse de outperform (acima da média do mercado) para neutro com um preço-alvo de R$ 36,00 por ação. Hoje, os papéis da companhia encerraram o pregão cotados a R$ 34,50.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.