Cenário econômico é desanimador, mas bancos continuarão com bons balanços? Confira

O cenário é desafiador para a economia brasileira, mas bancos devem seguir com resiliência; Itaú e Bradesco devem ser, mais uma vez, os destaques

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O cenário é de baixo crescimento econômico, o crédito está ficando mais escasso e o brasileiro, endividado, busca diminuir a sua alavancagem. 

Contudo, os bancos brasileiros devem ter resultados positivos em meio a forte resiliência. E a expectativa da maior parte das casas de análise é de que o Itaú Unibanco (ITUB4) e de que o Bradesco (BBDC4) registrem os melhores resultados. 

“Nós acreditamos que os bancos brasileiros continuarão a entregar resultados saudáveis. Enquanto o crescimento dos empréstimos devem seguir baixos, dado o fraco desempenho econômico, este dado negativo pode ser ofuscado pelas NIMs [Margem Financeira Líquida] resilientes, beneficiadas pela maior taxa Selic e pela menor competição, assim como uma baixa deterioração da qualidade dos ativos e maior controle de custos”, afirma a equipe de análise do Deutsche Bank.

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Segundo os analistas do banco alemão, Itaú e Bradesco continuam a entregar resultados mais mais fortes com ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido) perto ou acima de 20%, enquanto a lucratividade deve ser um pouco mais fraca no BTG Pactual (BBTG11) e Banco do Brasil (BBAS3), enquanto o Santander Brasil (SANB11) deve continuar desapontando, em meio à contração das margens financeiras.

Santander Brasil – 29 de abril: a expectativa é de que haja um fraco resultado, avalia a Deutsche, uma vez que as margens devem cair em meio ao misto de empréstimo de menor risco. Embora o impacto deva ser menor que nos trimestres anteriores, o lucro líquido pode decepcionar. Por outro lado, as despesas podem melhorar, assim como a qualidade de ativos, embora de início o NPL (índice de inadimplência) possam mostrar alguns sinais de deterioração. O lucro líquido esperado pelo Deutsche é de R$ 701 milhões. 

Bradesco – 29 de abril: os bons resultados devem ser impactados pela divisão de seguros, segundo os analistas da Santander Corretora. Os números também devem ser impulsionados pela alta do NII (receita líquida de juros) em meio à expansão de margens e bons retornos no segmento de seguros, uma vez que eles são atrelados à inflação.

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“Na nossa visão, o foco da companhia na eficiência, redução de custos com tecnologia da informação e produtividade/custos de sinergia, podem ajudar o banco a registrar bons resultados”, afirmam os analistas do Santander, que preveem um lucro líquido de R$ 4,505 bilhões, alta de 31% na comparação anual, e um ROE de 20%. Por outro lado, a equipe do Deutsche espera uma deterioração no NPL. A expectativa do Deutsche é de que o Bradesco lucre R$ 4,049 bilhões.

Itaú Unibanco – 5 de maio: de acordo com os analistas do Santander, por mais uma vez, o Itaú deve ter resultados “respeitáveis” de tesouraria dirigidos pelos ganhos com o dólar e de taxa de crescimento da receita. A expectativa para o Itaú é de um lucro de R$ 5,28 bilhões, com crescimento de 20% em relação ao primeiro trimestre de 2014 e um ROE de 22%. Já o Deutsche Bank espera um lucro líquido de R$ 5,84 bilhões.

Banco do Brasil – 14 de maio: os analistas do Santander destacam que o BB deve se beneficiar da reprecificação do portfólio, o que deve aumentar a sua receita líquida de juros. Porém, as provisões mais altas devem ofuscar o efeito de maiores spreads. Excluindo o efeito extraordinário de R$ 3,2 bilhões de ganhos relacionado a joint venture com a Cielo (CIEL3), a expectativa é deum lucro líquido de R$ 2,848 bilhões, uma alta de 6% na comparação anual. A expectativa do Deutsche é de que o banco estatal registre um lucro não recorrente de R$ 2,999 bilhões.  

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.