Petrobras ON desaba 7%, CSN salta 9%, Kroton afunda 6% e Fibria cai 7%

Confira abaixo os principais destaques da Bovespa nesta segunda-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa teve sessão volátil nesta segunda-feira (27) em meio ao embate entre Vale e Petrobras. A mineradora, que chegou a operar no negativo, voltou a subir nesta tarde tendo atingido na máxima do dia alta 7% (no caso das ordinárias) com a alta do preço do minério de ferro, que entrou em “bull market” na sexta-feira, enquanto os papéis da petrolífera desabaram após corte de recomendação pelo Morgan Stanley. Exportadoras caíram forte com queda do dólar. Confira abaixo quais foram os principais destaques da Bolsa neste pregão: 

Petrobras (PETR3, R$ 13,63, -7,28%; PETR4, R$ 12,72, -5,13%)
As ações da Petrobras acentuaram queda hoje após corte de recomendação pelo Morgan Stanley de neutra para underweight (desempenho abaixo da média). O preço-alvo para os ADRs (American Depositary Receipts) é de US$ 8,50. Para o banco, os papéis têm espaço para cair 15% depois do rali iniciado em março, que fez os ativos dispararem 100% até sexta-feira. O banco cortou em 30% a estimativa para o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia para 2015 e 2016. 

Vale (VALE3, R$ 23,75, +2,37%; VALE5, R$ 18,87, +0,86%)
As ações da Vale operaram instáveis hoje, mas voltaram a subir nesta tarde com a alta do preço do minério de ferro. Semana passado os papéis lideraram os ganhos do Ibovespa, com os ordinários atingindo alta de 30%. As ações da Bradespar (BRAP4, R$ 12,10, +0,15%), holding que detém participação na mineradora, tiveram uma queda mais amena. Na China, os contratos futuros da commodity sobem 5,2% pela quarta sessão consecutiva, atingindo a máxima de um mês. Desde a mínima do ano, o preço já sobe mais de 20%, tendo entrado na sexta-feira em “bull market” (que configura uma superior a 20% desde o último fundo). 

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Para o analista Ricardo Kim, da XP Investimentos, os investidores podem estar realizando o lucro hoje depois da disparada do papel, que nas últimas três sessões subiram 25%. “A ação da Vale estava bem esticada e os investidores podem ter aproveitado hoje para realizar os lucros”, disse, lembrando que os pares da empresa negociados lá fora não estavam subindo tanto nesta manhã. Hoje, saiu uma notícia de que a Vale prepara captação de US$ 3 bilhões para financiamento, segundo fontes disseram à Reuters. 

Siderúrgicas
Os papéis das siderúrgicas seguem em ganhos também em meio à continuidade da disparada do preço do minério de ferro. Entre as maiores altas do Ibovespa, aparecem as ações da CSN (CSNA3, R$ 7,91, +9,41%) e Usiminas (USIM5, R$ 6,24, +4,35%).

As exceções ficaram com Gerdau (GGBR4, R$ 10,19, -3,41%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 9,79, -6,49%), que têm leve queda hoje. Para o analista Ricardo Kim, o papel pode estar sofrendo mais hoje por conta do dólar, que acentuou as perdas nesta segunda-feira, citando que a moeda foi um dos principais drivers do papel recentemente. 

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Na quarta-feira, em assembleia geral ordinária e extraordinária, a administração da Gerdau irá propor a saída da companhia do Nível 1 de governança corporativa da BM&FBovespa. Os acionistas controladores da Gerdau, no entanto, comunicaram na sexta-feira a intenção de voto para a assembleia para permanência no Nível 1 da Bovespa.

Educação
As ações da Kroton (KROT3, R$ 11,08, -5,78%) e Anima (ANIM3, R$ 19,25, -6,51%) – as duas que mais subiram semana passada do setor de educação – caíram forte nesta segunda-feira vermelha no mercado. Enquanto isso, os papéis da Estácio (ESTC3, R$ 18,95, -0,26%) e Ser Educacional (SEER3, R$ 15,00, -0,79%), que vinham oscilando menos, tiveram leves baixas hoje. 

Suzano (SUZB5, R$ 13,93, -5,53%) e Fibria (FIBR3, R$ 40,35, -6,75%)
As ações da Fibria e Suzano – ambas do setor de papel e celulose – caíram forte hoje, figurando entre as maiores quedas do Ibovespa. As empresas, grandes exportadoras, foram penalizadas pela forte queda do dólar nos últimos dias. Analistas começam a trabalhar com um cenário mais otimista para o câmbio. Segundo a WIA Investimentos, o real pode começar a queimar a mão de traders de curto prazo com aposta de Federal Reserve mais “dovish” e alta da Selic, abrindo chance para cair para a faixa de R$ 2,85 e R$ 2,90. No caso da Fibria, o Morgan Stanley cortou hoje recomendação para os papéis de neutra para underweight (desempenho abaixo da média). O preço-alvo passou de US$ 13,50 para US$ 13,20. 

Também no setor, mas menos penalizada pelo câmbio por ser menos dependente da exportação, as units da Klabin (KLBN11) caíram 1,37% hoje, a R$ 18,05. A empresa, maior fabricante brasileira de papéis para embalagens, anunciou nesta segunda-feira seu resultado do primeiro trimestre. A companhia registrou prejuízo líquido de R$ 728,6 milhões no período, revertendo o ganho de R$ 607,2 milhões apurado um ano antes.

Diagnósticos da América (DASA3, R$ 10,20, +4,08%)
A empresa de diagnósticos Dasa informou nesta segunda-feira ter recebido correspondência de sua acionista controladora sobre intenção de realizar oferta voluntária de compra de ações da empresa em circulação no mercado. Segundo fato relevante divulgado pela Dasa, a controladora Cromossomo Participações está disposta a oferecer R$ 10,50 por ação da empresa no mercado, preço que poderá ser ajustado. O objetivo é retirar a Dasa do segmento especial Novo Mercado da BMF&Bovespa.

Hypermarcas (HYPE3, R$ 20,11, +0,15%)
Dando continuidade à temporada de balanços, a
 companhia de medicamentos e produtos de consumo Hypermarcas teve lucro líquido de R$ 90,7 milhões no primeiro trimestre deste ano, praticamente em linha com o resultado do ano anterior. A média das estimativas de analistas obtidas pela Reuters apontava lucro de R$ 93 milhões de reais entre janeiro e março. Segundo o Bradesco BBI, a companhia está bem posicionada para ganhar participação no mercado e melhorar a rentabilidade no futuro. A Concórdia Corretora comentou que a empresa continua mostrando resiliência diante do cenário de desaceleração econômica. 

Gafisa (GFSA3, R$ 2,68, -3,25%)
A Gafisa
viu vendas subirem no primeiro trimestre sobre um ano antes, formadas em sua maior parte por unidades em estoque, enquanto os lançamentos recuaram no período. Entre janeiro e março, os lançamentos caíram 41% na comparação anual, a R$ 313,6 milhões. No segmento Gafisa, voltado para imóveis de médio e alto padrão, os lançamentos foram de R$ 75,2 milhões, queda anual de 74%, enquanto na Tenda (baixa renda) foram de R$ 238,3 milhões, alta de 31%.

Gol (GOLL4, R$ 8,38, +1,82%)
A Gol informou nesta segunda-feira que seu yield, indicador que mede os preços de passagens, recuou 8% no primeiro trimestre na base de comparação anual, contribuindo para que a receita por passageiro líquida, Prask, caísse 5,7% no mesmo período. A Gol já havia alertado para uma continuidade na tendência de queda do yield no primeiro trimestre, após o ritmo mais fraco da economia ter contribuído para uma baixa anual de quase 9% do indicador durante o quarto trimestre. Segundo o BB Investimentos, os números da companhia no trimestre indicam uma desaceleração na demanda, mas vê a possibilidade da empresa mostrar uma política de preços mais agressiva para manter a estabilidade na taxa de ocupação (load factor).