Ibovespa cai mais de 1% com blue chips e exportadoras; dólar recua a R$ 2,91

Índice se descola das bolsas internacionais em dia de divulgação do balanço da Apple e opera sem direção definida

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa consolida queda depois de trocar de sinal diversas vezes nesta segunda-feira (27) em um dia de correção geral no mercado. Por aqui, o jornal O Globo diz que um novo pacote de privatizações deve sair em dez dias com a palavra final dada ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Lá fora o movimento é dividido: na Europa as bolsas avançaram com otimismo pela Grécia, enquanto nos EUA, os principais índices viraram para leve queda nesta tarde. 

Às 15h42 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira tinha queda de 1,66%, a 55.654 pontos. Na mínima do dia, o índice chegou a 1,87% de queda e, na máxima, atingiu 0,65% de alta. Enquanto isso, o dólar comercial tinha queda de 1,50%, a R$ 2,9096 na compra e a R$ 2,9106 na venda. 

De acordo com o analista da Leme Investimentos, João Pedro Brugger, os ânimos se acalmam para papéis que subiram muito nas últimas sessões, como Petrobras, Vale e siderúrgicas. Mas a semana promete muita volatilidade na sua opinião, com a agenda do investidor recheada de indicadores importantes. 

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Amanhã terá PME (Pesquisa Mensal do Emprego) do IBGE (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) às 9h e PIB (Produto Interno Bruto) do Reino Unido. Na quarta já teremos reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária) e do FOMC (Federal Open Market Comittee) além de PIB dos EUA. Hoje já tivemos a divulgação do Relatório Focus, com a mediana das projeções de diversos economistas, casas de análise e instituições financeiras para os principais indicadores macroeconômicos.

A previsão para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2015 oscilou de uma retração de 1,03% para uma de 1,10%, mas se manteve para 2016 em um avanço de 1%. Já no caso do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é o medidor oficial de inflação utilizado pelo governo, as projeções são de que haja um avanço de 8,25% este ano.

No exterior, o dia é marcado pelo otimismo com a situação da Grécia. Mais cedo, um funcionário do governo afirmou que o país fez alterações na equipe de negociadores que vem discutindo com credores internacionais sobre o programa de ajuda a Atenas. A decisão pode reduzir a influência que o espontâneo ministro de Finanças do país, Yannis Varoufakis, tem no ritmo lento das conversas.

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As mudanças vieram após ministros de Finanças da zona do euro pressionarem a Grécia e Varoufakis a acelerarem as negociações durante reunião realizada na Letônia, na última sexta-feira, se quiserem selar um novo acordo de financiamento antes que o atual vença no final de junho e evitar que Atenas entre em moratória.

Petrobras cai 2%
A semana inicia agitada com diversas notícias corporativas que ganham atenção do mercado. Entre os destaques, a Petrobras (PETR3PETR4) teve sua recomendação cortada hoje pelo Morgan Stanley, que tem como preço-alvo para os ADRs (American Depositary Receipts) os US$ 8,50. Para o banco, após disparada de 100% desde março, os papéis ficaram “caros” em relação a seus pares e abriu espaço para queda de 15%. As ações da companhia caíam mais de 3%. 

As ações da Fibria e Suzano – ambas do setor de papel e celulose – também caem forte hoje, figurando neste momento como as maiores quedas do Ibovespa. As empresas, grandes exportadoras, são penalizadas pela forte queda do dólar nos últimos dias. Analistas começam a trabalhar com um cenário mais otimista para o câmbio. Segundo a WIA Investimentos, o real pode começar a queimar a mão de traders de curto prazo com aposta de Federal Reserve mais “dovish” e alta da Selic, abrindo chance para cair para a faixa de R$ 2,85 e R$ 2,90.  

Também no setor, mas menos penalizada pelo câmbio por ser menos dependente da exportação, as units da Klabin (KLBN11) caem 1,04% hoje, a R$ 18,11. A empresa, maior fabricante brasileira de papéis para embalagens, anunciou nesta segunda-feira seu resultado do primeiro trimestre. A companhia registrou prejuízo líquido de R$ 728,6 milhões no período, revertendo o ganho de R$ 607,2 milhões apurado um ano antes.

As ações da Vale (VALE3; VALE5), que chegaram a subir 6%, viravam para queda. Os papéis ordinários da mineradora tiveram uma valorização de 10% na sexta-feira. O preço do minério de ferro sobe pela quarta sessão consecutiva, atingindo máxima de um mês. Na sexta, a commodity entrou em “bull market”, subindo 20% da mínima do ano. 

Segundo o estrategista-chefe da XP Investimentos, Celson Plácido, não havia nenhuma notícia forte que causasse a virada dos papéis, mas diante da queda das ações de outras gigantes do setor como Rio Tinto e BHP nos mercados internacionais, os investidores assumem posições mais cautelosas e embolsam os lucros das altas recentes. 

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 FIBR3 FIBRIA ON 40,21 -7,07
 GOAU4 GERDAU MET PN 9,77 -6,69
 KROT3 KROTON ON 11,01 -6,38
 SUZB5 SUZANO PAPEL PNA 13,93 -6,01
 RUMO3 RUMO LOG ON 1,42 -5,96

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 CSNA3 SID NACIONAL ON 7,79 +7,75
 USIM5 USIMINAS PNA 6,19 +3,51
 VALE3 VALE ON EJ 23,69 +2,11
 GOLL4 GOL PN N2 8,39 +1,94
 HGTX3 CIA HERING ON 18,00 +1,87
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Ásia renova máxima de 7 anos
As ações asiáticas voltaram a renovar as máximas em sete anos com as expectativas de mais estímulos de Pequim. Os resultados brilhantes de algumas gigantes norte-americanas de alta tecnologia dão suporte ainda maior a um clima amplamente positivo.

Hoje será divulgado nos EUA o balanço do primeiro trimestre da maior empresa do mundo, a Apple. 

Alguns mercados ficaram ligeiramente mais contidos à medida que o foco passou para as reuniões de bancos centrais nos Estados Unidos e no Japão nesta semana. Vale ressaltar que, nesta manhã, a Fitch Ratings rebaixou o rating de crédito do Japão em um degrau após o governo ter falhado em adotar medidas no orçamento deste ano fiscal para compensar um atraso no aumento do imposto sobre vendas, informou a agência nesta segunda-feira.

Os indicadores na China continental dispararam com a bolsa em Xangai subindo 3 por cento para máximas de sete anos por expectativas de mais estímulos monetários, projetos de infraestrutura e fusões de empresas estatais. O índice japonês Nikkei recuou 0,2%, principalmente devido aos ganhos do iene.

O rali nos mercados asiáticos veio depois que as ações da Amazon.com e Microsoft saltaram mais de 10 por cento na sexta-feira após a divulgação de receitas fortes, impulsionando o índice Nasdaq a uma alta recorde.

Destaque ainda para a entrevista do economista-chefe do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês), Ma Jun, ao jornal estatal People’s Daily. Segundo ele, a economia chinesa, embora passe por uma fase de desaceleração, não precisa de “fortes estímulos” para impulsionar o seu crescimento.

(Com Reuters)

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