Petrobras ON sobe quase 6%, Vale dispara 17% em 2 dias e Marcopolo salta 11%

Confira os principais destaques da Bovespa na sessão desta quinta-feira (23)

Paula Barra

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SÃO PAULO – Depois de um início bastante negativo da Petrobras, as ações amenizaram as perdas, destravando o Ibovespa que alcançou nesta quinta-feira (23) seu maior patamar de fechamento desde 21 de novembro de 2014. Contribuiu para o desempenho do índice, que encerrou com alta de 1,95%, a 55.684 pontos, os papéis das siderúrgicas e Vale, que acumulou hoje valorização de 17% em dois dias. A Usiminas ganhou força em meio à divulgação nesta manhã do seu balanço do primeiro trimestre – bastante elogiado pelos analistas. Confira abaixo os principais destaques da Bolsa nesta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 14,06, +5,63%; PETR4, R$ 12,92, -1,52%)
As ações PN da Petrobras chegaram a cair 9,37% na mínima do dia, mas amenizaram fortemente as perdas ao longo da manhã e sustentam o movimento nesta tarde. Da mínima do dia até o fechamento, os papéis subiram 8,5%. Em destaque, aparece a repercussão da divulgação dos números de 2014, com os papéis PN registrando perdas mais expressivas, enquanto os ordinários oscilam. Os ativos PETR3, que chegaram a cair 6,39%, amenizaram e agora sobem, após oscilarem entre ganhos e perdas. 

A estatal teve um prejuízo de R$ 21,6 bilhões no ano passado, segundo balanço auditado, após contabilizar perdas de R$ 6,2 bilhões por corrupção e reduzir em mais de R$ 44 bilhões o valor de seus ativos. Este é o primeiro prejuízo da companhia desde 1991. A empresa, no centro da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, não pagará dividendos referentes ao exercício de 2014 para preservar caixa, mesmo tendo mais de 100 bilhões de reais em reservas de lucros no fim de dezembro.

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“Tudo isso nos deixa com a impressão de que a Petrobras irá continuar a ser ‘mais do mesmo’: fará apenas o necessário para garantir liquidez e recursos para executar investimentos, mas sem nenhuma urgência para alcançar fluxo de caixa livre positivo ou retornos elevados”, disseram os analistas Andre Sobreira e Vinicius Canheu, do Credit Suisse, em relatório a clientes.

O UBS salientou que o não pagamento de dividendos é muito negativo para as ações preferenciais da Petrobras, mas positivo para as ordinárias. “Isso, no entanto, já está mais do que refletido na diferença de preços entre preferenciais e ordinárias”, disse a analista Lilyanna Yang, do UBS, em nota a clientes.

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Usiminas (USIM5, R$ 6,00, +6,76%)
As ações preferenciais da Usiminas repercutiram positivamente o balanço do primeiro trimestre da siderúrgica. A companhia reverteu o lucro de R$ 222 milhões registrado no primeiro trimestre de 2014 e registrou prejuízo de R$ 235 milhões de janeiro a março deste ano. O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 380 milhões e ficou 42,4% acima do consenso de projeção da Broadcast. De acordo com a análise da XP Investimentos, o resultado ficou acima do esperado e o segmento de mineração, que estava performando muito mal, apresentou uma leve recuperação no trimestre. O segmento de siderurgia também teve uma boa performance. Os papéis de companhias siderúrgicas, além da Usiminas, que divulgou balanço, também registraram fortes ganhos. CSN (CSNA3, R$ 7,05, +7,31%) e Gerdau (GGBR4, R$ 10,23, +4,92%) tiveram fortes altas. Ontem, as ações da CSN dispararam 7%, acumulando nos dois dias alta de 15,8%.

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Vale (VALE3, R$ 21,09, +8,43%; VALE5, R$ 17,54, +6,56%)
As ações da Vale, após abrirem em queda, voltam a subir e registram fortes ganhos em meio à continuidade do movimento de ontem com a alta do preço de minério de ferro e a divulgação do relatório de produção da companhia, que mostrou que a empresa está se ajustando ao cenário mais desafiador para o preço do minério de ferro. Nesses dois dias os papéis já subiram 17%. Acompanharam o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 12,02, +5,44%), holding que detém participação na mineradora.

Marcopolo (POMO4, R$ 2,95, +11,32%)
As ações da Marcopolo dispararam hoje, com a arrancada principalmente a partir das 14h (horário de Brasília), quando registraram alta de 8,5% até o fechamento. Em relatório de hoje o Brasil Plural aponta que a companhia está melhor posicionada do que seus pares Comil e Neobus, citando que o risco/retorno do papel ainda é atrativo e, por isso, mantendo sua recomendação overweight (exposição acima da média) no papel.  

Educacionais
As ações do setor de educação subiram hoje em meio à informação de que o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, garantiu que todos as matrículas do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) serão renovadas e informou que a pasta vai prorrogar o prazo de 30 de abril se for necessário. Na Bolsa, subiram todos os papéis do setor: Kroton (KROT3, R$ 11,15, +6,19%), Estácio (ESTC3, R$ 19,05, +1,28%), Anima (ANIM3, R$ 20,00, +7,12%) e Ser Educacional (SEER3, R$ 15,09, +3,36%). Embora também registre desempenho positivo as ações da Abril (ABRE3, R$ 12,33, +0,24%) ficam de fora da lista por não terem tanta exposição ao programa. 

No caso da Anima, em específico, contribuiu para o desempenho a notícia de que a companhia decidiu desfazer o contrato para unir suas operações com as da norte-americana Whitney University System. Após ter cancelado a compra, a Anima foi elevada de manutenção para compra pelo Santander. As ações oferecem potencial de ganho de 18% após ajuste no preço-alvo para excluir acordo com Whitney, segundo o banco. E, de acordo com o BTG Pactual, o anúncio do cancelamento mitiga riscos de execução e é bem-recebida pelos investidores. 

Rumo (RUMO3, R$ 1,49, -9,70%)
A Rumo 
anunciou nesta quinta-feira que seu plano de investimentos após a fusão da Rumo Logística com a ALL (América Latina Logística) contempla R$ 2,8 bilhões em expansão de operações até o final de 2016 e mais R$ 4,6 bilhões de 2017 até o fim de 2019. Com a conclusão dos investimentos no curto prazo, a companhia projeta crescimento de R$ 500 milhões no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), que deve chegar a entre R$ 2,1 bilhões e R$ 2,2 bilhões até o final do ano que vem. As iniciativas do plano de 18 meses têm início imediato e geram valor independente da extensão do prazo da concessão da ferrovia, com foco no aumento de eficiência operacional e na redução de custos, disseram executivos da empresa em teleconferência com analistas e investidores nesta quinta-feira.

Bancos
Após subirem na véspera em meio ao bom humor do mercado, os bancos voltam a subir hoje: Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 37,90, +2,71%),  Bradesco (BBDC3, R$ 30,96, +0,36%; BBDC4, R$ 31,68, +2,19%), Santander (SANB11, R$ 15,26, +0,99%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 26,29, +3,42%) registraram ganhos. Em relatório divulgado hoje, a Moody’s disse que os grandes bancos estão, em geral, preparados para a deterioração de seus ativos em virtude da piora econômica, citando um risco maior para os bancos médios e instituições públicas.

Suzano (SUZB5, R$ 15,00, -0,0%)
A Suzano realizou um ajuste em US$ 20 por tonelada de fibra curta vendida para a América do Norte. Dessa forma, o novo preço será de US$ 880 por tonelada, e passa a ser válido a partir de maio. Esse mesmo reajuste havia sido feito no mês passado para a celulose de eucalipto. “Ontem, já se especulava sobre esse possível aumento, portanto, as ações da companhia já refletem em grande parte o reajuste”, disse a Guide Investimentos.  

Even (EVEN3, R$ 5,02, +5,02%)
A companhia anunciou a recompra de até 11,66 milhões de ações ordinárias em até 365 dias. A quantidade a ser adquirida representa 5% do total de ações ONs da companhia. Segundo a empresa, o programa tem como objetivo à maximização de valor para os acionistas, levando em conta a cotação das ações da companhia. Além disso, a empresa divulgou seus dados operacionais. A Even teve queda de 25,3%, para R$ 254 milhões, nas vendas contratadas no primeiro trimestre de 2015 em relação ao mesmo período do ano passado. A companhia não lançou empreendimentos no primeiro trimestre.

(Com Reuters)