Time for Fun dispara 17%, bancos caem e Petrobras fecha com sinais opostos; veja destaques

Confira os principais destaques da Bovespa nesta segunda-feira (20)

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Em meio às medidas de estímulo na China e aumento da pressão sobre a Grécia, além da expectativa pela divulgação do balanço da Petrobras, o Ibovespa teve um dia de volatilidade, fechando em queda de 0,36%. Vale ressaltar que hoje foi o vencimento de opções sobre ações, o que ajuda a aumentar a volatilidade das principais ações do índice. Por outro lado, os bancos azedaram no final da sessão, contribuindo para o dia negativa do índice. 

Confira os principais destaques da Bolsa nesta segunda-feira (20):

Time for Fun (SHOW3, R$ 2,85, +16,80%)
As ações da Time for Fun tiveram mais um dia de alta, ainda mais expressiva, após subirem 5,63% na última sexta-feira em meio a um block trade (venda de uma grande parte de participação acionária, desta vez por um acionista não-controlador).

Continua depois da publicidade

Na última sexta-feira, foi realizada uma operação com 3,71% do capital total, representando 2,593 milhões de ações ordinárias ao preço de R$ 2,20 por ação. 

Com uma demanda pelo ativo acima da oferta, as ações da companhia subiram na última sexta-feira e o papel fechou o dia a R$ 2,44. E, nesta segunda-feira, aparentemente sem motivo, os papéis seguiram com fortes ganhos. Mais cedo, os ativos chegaram a subir 27%.

Petrobras (PETR3, R$ 13,24, -0,23%; PETR4, R$ 13,09, +0,61%)
Em meio à expectativa para a divulgação do balanço na próxima quarta-feira (22), as ações da Petrobras tiveram um dia de ganhos, mas amenizaram ao longo do dia e fecharam em sentidos opostos, com a ON caindo e a PN tendo leve alta. Vale destacar o vencimento de opções, que contribui para a volatilidade das blue chips. 

Continua depois da publicidade

A companhia prestou esclarecimentos e disse que, como as demonstrações contábeis do terceiro trimestre de 2014, revisadas pelos auditores independentes e as demonstrações contábeis auditadas do exercício de 2014 serão divulgadas no dia 22 de abril e conforme já divulgado, não há necessidade de renegociação de prazos para a entrega de tais documentos (waiver) aos credores da companhia. Segundo a Veja, o balanço sai às 18h de quarta. 

Além disso, a Pasadena Refining System, subsidiária da Petrobras, divulgou a ocorrência de emissões em sua refinaria de 100 mil barris por dias em Pasadena, Estados Unidos, no domingo, segundo um documento entregue ao regulador de poluição do Estado do Texas.

O documento entregue à Comissão sobre Qualidade Ambiental identificou a unidade número 1 de alquilação como fonte das emissões, mas não especificou se o incidente afetou as operações da refinaria. A companhia não estava imediatamente disponível para comentar.

Publicidade

Na última sexta-feira, a companhia ainda informou que obteve uma série financiamentos e disse que esses empréstimos, juntamente com as operações já executadas em 2015, cobrem todas as suas necessidades para o ano, segundo o fato relevante. Os contratos anunciados podem somar até R$ 18,66 bilhões.

O maior financiamento foi aprovado com o Banco do Brasil, de R$ 4,5 bilhões, na modalidade de nota de crédito à exportação, com prazo de 6 anos. Com a Caixa Econômica Federal, foi aprovado contrato de limite de financiamento pré-aprovado no valor de R$ 2 bilhões e prazo de 5 anos. Outro contrato da mesma modalidade foi aprovado com o Bradesco, de R$ 3 bilhões e prazo de 5 anos.

E, segundo o jornal O Globo, o TCU (Tribunal de Contas da União) constatou que a Petrobras escondeu uma despesa equivalente a US$ 8,1 bilhões noComperj, 59,2% superior ao divulgado. Auditores atravessaram o segundo semestre de 2014 conferindo a contabilidade do projeto e concluíram: “Não é possível identificar de forma precisa os investimentos totais”, tanto os realizados quanto os necessários à conclusão do empreendimento, afirma o jornal

Continua depois da publicidade

Por fim, segundo o jornal Valor Econômico, a Petrobras desistiu de projeto no pós-sal da Bacia de Santos e decidiu devolver à União o campo. O início da produção da área estava previsto no plano de desenvolvimento do campo para 2015, mas o projeto já não era citado no plano de negócios da estatal. 

Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 96,97, -1,06%)
O Pão de Açúcar registrou perdas de 1% após notícia da Época, em que informou que a varejista  teria feito repasses em dinheiro para o advogado e que os valores mais tarde foram entregues ao ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci, um dos investigados na Operação Lava Jato. Segundo a reportagem, os pagamentos teriam sido feitos depois da vitória de Dilma Rousseff nas eleições de 2010. A companhia informou que realizará uma investigação interna para apurar se houve algum pagamento ao escritório de advocacia de Márcio Thomaz Bastos, e indiretamente ao ex-ministro AntonioPalocci. O JBS (JBSS3, R$ 15,49, -0,06%) também foi citado. 

Vale e siderúrgicas
Em meio às notícias de estímulo na China, as ações da Vale e de siderúrgicas fecharam com ganhos em sua maioria. O banco central da China cortou neste domingo a quantia que os bancos devem manter como reservas, a segunda redução em um nível industrial em dois meses, acrescentando mais liquidez à segunda maior economia do mundo para ajudar a incentivar empréstimos bancários e combater a desaceleração do crescimento.

Publicidade

O Banco Popular da China abaixou a proporção de requisição de reserva (RRR) para todos os bancos em 100 pontos básicos para 18,5 por cento, a partir do dia 20 de abril.

Com isso, as ações da Vale (VALE3, R$ 17,73, -0,39%; VALE5, R$ 14,99, +0,27%), CSN (CSNA3, R$ 6,14, +0,66%) e Gerdau (GGBR4, R$ 9,43, +1,84%) tiveram ganhos, mas menores em relação à máxima do dia. No noticiário da CSN, a companhia informou ainda que não há novidades sobre uma possível venda da fatia da Usiminas (USIM3, R$ 16,92, -2,81%; USIM5, R$ 5,41, +3,05%), esta última registrando alta para os ativos PNA e queda para os ordinários.

Para a Usiminas, uma má notícia: a Fitch Ratings rebaixou a Usiminas de BB+ para BB com perspectiva estável. Segundo a agência, a ação reflete expectativa de continuidade da fraca demanda por aço no Brasil, limitada rentabilidade na exportação de aço e sobre oferta de minério que torna negócio de ferro sem lucro. Para a agência, não é provável que o minério de ferro passe de US$ 80 a tonelada pelos próximos dois anos.

BTG e Eneva
Em esclarecimento, o BTG (BBTG11, R$ 29,50, -0,07%) informou que não possui intenção de se tornar controlador da Eneva (ENEV3, R$ 0,29, -6,45%), disse o banco em comunicado ao mercado. Segundo ele, a atuação do BTG Pactual em relação às recuperandas visa exclusivamente maximizar o recebimento dos seus créditos. Na última sexta-feira, em meio aos rumores, as ações da Eneva subiram quase 14%. 

“As recuperandas, de forma a reduzir seu endividamento e a evitar sua insolvência e descontinuidade, apresentaram plano de recuperação em que preveem que, entre outras medidas, os créditos quirografários terão seus valores reduzidos em 20%, bem como parte deverá ser convertida em participação acionária. Assim, em decorrência da eventual aprovação do plano tal como proposto, o BTG Pactual receberá, como consequência involuntária, ações representativas do capital social das recuperandas”, afirmou o banco em comunicado.

Em entrevista à agência Reuters, André Esteves, sócio do BTG, afirmou que o banco está protegido por modelo diversificado.

Bancos
Em meio ao cenário de baixo crescimento na economia e revisão para baixo para os bancos, as instituições financeiras registram mais um dia de queda. As ações do Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 35,90, -1,67%), Bradesco (BBDC3, R$ 30,14, -0,46%; BBDC4, R$ 30,59, -0,68%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 24,43, -0,49%) registraram queda. Além do cenário desafiador, ainda há no mercado a expectativa pelo aumento da alíquota da CSLL (Contribuição Social do Lucro Líquido) de 15% para 17% para os bancos.

Cabe lembrar ainda que a agência de classificação de risco S&P revisou os ratings de quatro bancos de médio porte e mudou de estável para negativa a perspectiva das notas de outros seis bancos, além de ter alterado para negativa a perspectiva da avaliação do sistema brasileiro como um todo. 

Kroton (KROT3, R$ 10,57, +3,12%)
A Kroton fechou a sessão com ganhos. Em relatório, o Santander destacou que está relativamente otimista com a companhia mesmo no curto prazo, apesar das restrições severas por conta das mudanças no Fies. Para os analistas do banco, a recente performance ruim dos papéis representa um ponto de entrada, uma vez que o múltiplo de preço sobre lucro está atrativo em 11 vezes. 

CR2 Empreendimentos Imobiliários (CRDE3, R$ 3,09, +13,19%)
As ações da CR2 Empreendimentos Imobiliários fecharam em forte alta. Contudo, vale lembrar que os papéis tiveram apenas 12 negócios.  

A CR2 informou que aprovou a redução de capital da companhia, objeto da Assembleia Geral de Acionistas de 13 de abril. 

Conforme aprovado na AGE, o montante a ser restituído aos acionistas, no valor total de R$ 48,443 milhões, será pago em quatro parcelas iguais e sucessivas. A companhia esclarece, ainda, que terão direito ao recebimento da restituição de capital todos os detentores de ações na data-base de 27 de abril de 2015, inclusive, sendo que as ações de emissão da companhia passarão a ser negociadas ex-direito redução de capital em 28 de abril de 2015.

CCR (CCRO3, R$ 16,19, +1,19%)
As ações da CCR oscilaram entre leves perdas e ganhos nesta sessão, mas fecharam em alta superior a 1%. 
O presidente da companhia, Renato Vale, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que não vê piora no desempenho dos negócios, mesmo com as sócias Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez citadas na Lava Jato. 

Segundo ele, a CCR não precisa de aporte de acionistas e as dificuldades atuais ocorrem por causa do quadro geral da economia: recessão, inflação elevada e deterioração da confiança. 

Eletrobras (ELET3, R$ 6,22, +0,0%; ELET6, R$ 7,71, +0,92%)
A Eletrobras registrou ganhos superiores a 1% nesta sessão, mas zeraram as perdas. Segundo a coluna Radar Online, da Vejao governo prepara uma mudança no conselho de administração da companhia. O presidente Márcio Zimmermann e outros dois integrantes deixarão o colegiado.

PDG Realty (PDGR3, R$ 0,54, +10,20%)
As ações da PDG registraram ganhos superiores a 10% e acumulam no mês altas superiores a 24%. Contudo, vale destacar o baixo valor de face dos ativos o que, em meio a qualquer aumento de centavos do papel, a variação percentual é muito grande. A companhia informou na sexta que reapresentou a sua Proposta de Administração referente à Assembleia Geral Ordinária que se realizará, em primeira convocação, em 29 de abril de 2015.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.