Petrobras escondeu US$ 8 bi de despesas, investigação no Pão de Açúcar e mais 11 no radar

Destaque ainda para o esclarecimento do BTG ao dizer que não quer assumir controle da Eneva e mais no radar

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Na véspera de feriado, o noticiário segue movimentado para a Petrobras (PETR3;PETR4). A companhia prestou esclarecimentos e disse que, como as demonstrações contábeis do terceiro trimestre de 2014, revisadas pelos auditores independentes e as demonstrações contábeis auditadas do exercício de 2014 serão divulgadas no dia 22 de abril, conforme já divulgado, não há necessidade de renegociação de prazos para a entrega de tais documentos (waiver) aos credores da companhia.

Além disso, a Pasadena Refining System, subsidiária da Petrobras, divulgou a ocorrência de emissões em sua refinaria de 100 mil barris por dias em Pasadena, Estados Unidos, no domingo, segundo um documento entregue ao regulador de poluição do Estado do Texas.

O documento entregue à Comissão sobre Qualidade Ambiental identificou a unidade número 1 de alquilação como fonte das emissões, mas não especificou se o incidente afetou as operações da refinaria. A companhia não estava imediatamente disponível para comentar.

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Na última sexta-feira, a companhia ainda informou que obteve uma série financiamentos e disse que esses empréstimos, juntamente com as operações já executadas em 2015, cobrem todas as suas necessidades para o ano, segundo o fato relevante. Os contratos anunciados podem somar até R$ 18,66 bilhões.

O maior financiamento foi aprovado com o Banco do Brasil, de R$ 4,5 bilhões, na modalidade de nota de crédito à exportação, com prazo de 6 anos. Com a Caixa Econômica Federal, foi aprovado contrato de limite de financiamento pré-aprovado no valor de R$ 2 bilhões e prazo de 5 anos. Outro contrato da mesma modalidade foi aprovado com o Bradesco, de R$ 3 bilhões e prazo de 5 anos.

E, segundo o jornal O Globo, o TCU (Tribunal de Contas da União) constatou que a Petrobras escondeu uma despesa equivalente a US$ 8,1 bilhões no Comperj, 59,2% superior ao divulgado. Auditores atravessaram o segundo semestre de 2014 conferindo a contabilidade do projeto e concluíram: “Não é possível identificar de forma precisa os investimentos totais”, tanto os realizados quanto os necessários à conclusão do empreendimento, afirma o jornal. 

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Por fim, segundo o jornal Valor Econômico, a Petrobras desistiu de projeto no pós-sal da Bacia de Santos e decidiu devolver à União o campo. O início da produção da área estava previsto no plano de desenvolvimento do campo para 2015, mas o projeto já não era citado no plano de negócios da estatal. 

Pão de Açúcar
O Grupo Pão de Açúcar (PCAR4) realizará uma investigação interna para apurar se houve algum pagamento ao escritório de advocacia de Márcio Thomaz Bastos, e indiretamente ao ex-ministro Antonio Palocci, e em que condições o desembolso foi feito. 

Isso após a reportagem da revista Época afirmar que a varejista teria feito repasses em dinheiro para o advogado e que os valores mais tarde foram entregues ao ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci, um dos investigados na Operação Lava Jato. Segundo a reportagem, os pagamentos teriam sido feitos depois da vitória de Dilma Rousseff nas eleições de 2010. 

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“Em razão disso, o Conselho de Administração reuniu-se nesta data e deliberou por unanimidade solicitar ao Comitê de Auditoria que dê início a uma investigação sobre a suposta existência e a origem dos pagamentos realizados, caso se verifique que ocorreram; ) os serviços que a eles corresponderam; e a cadeia de aprovações de tais pagamentos”, informou o Pão de Açúcar.

Segundo a Época, em 2010, Palocci recebeu, ao menos, R$ 12 milhões em pagamentos considerados suspeitos pelo MPF. Além dos pagamentos do escritório de Márcio Thomaz Bastos, supostamente em nome do Pão de Açúcar, os procuradores avaliaram como suspeitos os pagamentos do frigorífico JBS e da concessionária Caoa. Eles somam R$ 6,5 milhões.

BTG e Eneva
Em esclarecimento, o BTG (BBTG11) informou que não possui intenção de se tornar controlador da Eneva (ENEV3), disse o banco em comunicado ao mercado. Segundo ele, a atuação do BTG Pactual em relação às recuperandas visa exclusivamente maximizar o recebimento dos seus créditos.

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“As recuperandas, de forma a reduzir seu endividamento e a evitar sua insolvência e descontinuidade, apresentaram plano de recuperação em que preveem que, entre outras medidas, os créditos quirografários terão seus valores reduzidos em 20%, bem como parte deverá ser convertida em participação acionária. Assim, em decorrência da eventual aprovação do

plano tal como proposto, o BTG Pactual receberá, como consequência involuntária, ações representativas do capital social das recuperandas”, afirmou o banco em comunicado.

Em entrevista à agência Reuters, André Esteves, sócio do BTG, afirmou que o banco está protegido por modelo diversificado.

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CCR
O presidente da CCR (CCRO3), Renato Vale, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que não vê piora no desempenho dos negócios, mesmo 
com as sócias Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez citadas na Lava Jato. 

Segundo ele, a CCR não precisa de aporte de acionistas e as dificuldades atuais ocorrem por causa do quadro geral da economia: recessão, inflação elevada e deterioração da confiança. 

CSN
Em esclarecimento sobre matéria que falava da venda de sua participação na Usiminas (USIM5), a CSN (CSNA3) informou que ainda não existe, no momento, qualquer evento que constitua fato relevante nos termos da legislação em vigor.

Direcional
As vendas brutas da Direcional Engenharia (DIRR3) atingiram R$ 97 milhões no primeiro trimestre do ano, período em que os distratos apresentaram queda nominal em relação ao registrado nos primeiros três meses de 2014 e totalizaram R$ 61 milhões. Com isso as vendas líquidas contratadas totalizaram valor geral de vendas (VGV) de R$ 36 milhões no trimestre. A empresa não divulgou a variação entre períodos em prévia operacional. De acordo com a companhia, 59% das unidades distratadas de janeiro a março foram revendidas durante o próprio trimestre.

A Direcional lançou mais algumas torres da segunda etapa do empreendimento Conquista Residencial Ville, localizado em Luziânia (GO), totalizando 256 unidades e VGV de R$ 19,5 milhões. “O empreendimento vem apresentando forte demanda desde o lançamento da primeira etapa no segundo trimestre de 2014”, informa a companhia.

No primeiro trimestre, a incorporadora entregou quatro empreendimentos/etapas, totalizando 846 unidades e VGV de R$ 85 milhões. Deste total, 47% referem-se a entregas de projetos enquadrados no segmento Minha Casa, Minha Vida Faixa 1.

Eletrobras
Segundo a coluna Radar Online, da Veja, o governo prepara uma mudança no conselho de administração da Eletrobras (ELET3;ELET6). O presidente Márcio Zimmermann e outros dois integrantes deixarão o colegiado.

Eternit
O Conselho de Administração da Eternit (ETER3) aprovou o cancelamento do programa de ADR (American Depositary Receipts) da companhia, conforme informado em comunicado ao mercado. 

Marfrig
Segundo entrevista ao Valor, a Marfrig (MRFG3) vê retomada de margens de bovinos em março e reforça a aposta na exportação. Segundo o diretor-presidente da Marfrig Beef Brasil, Andrew Murchie, o mercado externo superou o momento delicado no primeiro bimestre deste ano e agora começa a colher os benefícios do real mais competitivo para a exportação.

Smiles
A Smiles (SMLE3) informou ter aprovado R$ 202,3 milhões em dividendos completementares.

Rossi
A Rossi Residencial (RSID3) informou que os controladores celebraram acordo de acionistas. 

Weg
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente da Weg (WEGE3) Harry Schmelzer Jr. disse que a companhia vai crescer mais no exterior do que no Brasil e que depende mais do mercado externo para garantir sua meta de crescimento de 17% ao ano. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.