Gringos derrubam Bolsa em 3 atos; Petrobras e inflação também pesam na semana

Na semana terminada neste dia 17, o benchmark da Bolsa brasileira recuou levemente e trouxe cautela depois de duas semanas de rali

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em queda de 0,48% nesta semana depois de um rali de 8,10% de alta nas duas semanas anteriores. Analistas viram uma semana de correção frente aos fortes avanços dos últimos 11 pregões, ajudado não por um aumento nas tensões políticas, grande driver das semanas anteriores, mas por acontecimentos negativos vindos do exterior. 

Veja os 3 eventos externos que explicam a Bolsa:

1. Tensão na Grécia
Quando tudo parece ter melhorado no cenário grego, a situação do país novamente ganha contornos de tragédia. Depois de anunciar que pagou a parcela de março, trazendo alta aos mercados, o governo do país voltou a ter discussões mais intensas com a troika (composta por FMI, BCE e Comissão Europeia). Ontem, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, foi firme na resposta e afirmou que tem alertado o ministro de Finanças do país, Yannis Varoufakis, contra adiar os pagamentos devidos ao fundo. “Isso claramente não é um trajeto de ação que cairia bem ou seria recomendado”, disse Lagarde em entrevista. Os próximos atos ficarão para a semana que vem. 

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2. PIB da China
A segunda maior economia do mundo cresceu 7% no primeiro trimestre, o que seria bom em qualquer outra situação, mas é a comparação com os últimos crescimentos do PIB (Produto Interno Bruto) chinês que assustam. O desempenho do gigante asiático foi o pior desde 2009. Não bastasse, a Balança Comercial registrou uma inesperada queda de 15% nas exportações do país. Tudo isso com a Bolsa de Xangai subindo sem parar nos últimos pregões, o que faz com que investidores se preocupem com a possibilidade de uma bolha. Hoje, só para piorar tudo, surgiram rumores de que o governo chinês esteja preparando mudanças regulatórias, incluindo restrição a compras alavancadas e à facilitação de vendas a descoberto na China.

3. BCE mantém QE com ou sem protesto
Poucas reuniões do BCE (Banco Central Europeu) ou discursos do presidente da autarquia, Mario Draghi, ficam marcados na memória. O protesto de uma manifestante que interrompeu o discurso de Draghi e atirou confetes nele enquanto pedia pelo fim da “ditadura” da autoridade monetária, no entanto, acabou se tornando imagem marcante do último encontro. De novidade, apenas que não haverá suspensão do programa de estímulos por meio de compras de ativos dos 19 países da zona do euro. Segundo Draghi, o “quantitative easing” continua até setembro de 2016. 

Fora do exterior, duas coisas marcaram a semana: 

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1. Petrobras
Ação subiu 40% em abril com maiores indicações de que o balanço do terceiro trimestre de 2014 finalmente será publicado. A Pwc (PricewaterhouseCoopers) já começa a auditar os resultados. O anúncio de que a estatal conseguiu um empréstimo de US$ 3,5 bilhões, somado à venda de participação na Braskem como parte de um grande plano de desinvestimento, também ajudaram a alta. Contudo, nos últimos dois dias, a situação voltou a ficar nebulosa. A petroleira comunicou que não venderá os ativos ligados ao pré-sal e que não distribuirá dividendos relativos ao exercício de 2014. 

2. Inflação
Mais uma vez a inflação surpreende negativamente. O IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), subiu 1,07% entre os dias 15 de março e 15 de abril, ou 8,22% no acumulado de 12 meses. Foi acima da mediana das expectativas dos analistas e a taxa mais elevada para meses de abril desde o longínquo 2003. Com isso, os próximos passos do governo ficam cada vez mais difíceis: subir juros mais forte e arriscar a expansão da economia? Realizar um aperto fiscal maior do que o previsto com a crise de governabilidade que a gestão atual já enfrenta? A resposta será dada nas próximas semanas. 

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