Vale rebate acusação, BTG quer controlar Eneva e esclarecimentos da Petrobras agitam radar

Petrobras segue com um noticiário movimentado, em meio às notícias de que não distribuirá dividendos e esclarecimentos da empresa; MRV, EzTec e Kroton no radar

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O último dia da semana segue com um noticiário bastante movimentado para as principais companhias do Ibovespa e, como no restante da semana, o destaque é para a Petrobras (PETR3;PETR4). A companhia reiterou que as demonstrações contábeis da empresa serão divulgadas no próximo dia 22.

E, de acordo com informações da Agência Estado, a petroleira não deve distribuir dividendos sobre o resultado de 2014 aos seus acionistas. De acordo com as informações, a companhia deve zerar seu lucro do ano por conta das perdas que serão lançadas no terceiro e quarto trimestres. Em esclarecimento sobre a nota, a companhia disse não serem “legítimas outras estimativas que não sejam aquelas divulgadas pela própria companhia através de comunicados e fatos relevantes ao mercado”. “Considerações sobre os resultados de 2014 estão sendo inferidas a partir de documentos já divulgados, ou seja, tornados públicos pela própria Petrobras, assim como por estimativas de terceiros que utilizam metodologias e princípios contábeis de domínio público”, afirmou a companhia.

E, segundo o Valor, a Petrobras garante “waiver” com credor e  tem garantia de que dívidas não serão executadas mesmo que balanço não saia no prazo.

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 A Petrobras anunciou ainda na quinta-feira que sua produção total de petróleo e gás natural no Brasil em março foi de 2,574 milhões de barris de óleo equivalente (boed), volume 1,4 por cento inferior ao de fevereiro, porém 10,4 por cento acima do volume de março do ano passado.

A produção total operada pela companhia no Brasil, incluindo a parcela operada para as empresas sócias, foi de 2,834 milhões de boed, 0,7 por cento inferior ao patamar registrado em fevereiro.

A produção de petróleo operada no país foi de 2,297 milhões de bpd, 0,9 por cento inferior à do mês anterior. Segundo a companhia, a redução na produção em março deveu-se, principalmente, à parada temporária da plataforma P-58, que entrou em operação em 17 de março de 2014 e passa por fase final de testes e ajustes.

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E, em meio à crise causada pelas investigações sobre corrupção, que afeta a geração de lucro, a estatal alterou a política de salários da sua diretoria, que, neste ano, passa a depender menos do sucesso da empresa. A participação no resultado perdeu peso nos ganhos totais, ao mesmo tempo que cresceram os ganhos fixos – com salário, benefícios e encargos sociais. Destaque ainda para a notícia da Agência Estado de que a estatal pagará o empréstimo chinês no valor de US$ 3,5 bilhões com petróleo. 

Por fim, a empresa recebeu aval da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para a venda de participação em uma área na Bacia de Potiguar, para a BG, e de outra na Bacia de Pelotas, para a Total. Além disso, a estatal anuncia nova descoberta na Bacia de Amazonas. 

Vale
A mineradora Vale (VALE3;VALE5) rebateu as acusações de desrespeito aos direitos humanos e ambientais, que constam do Relatório de Insustentabilidade da Vale 2015, divulgado hoje (16) pela organização Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale, no qual fazem contraponto ao Relatório de Sustentabilidade da Vale.

Em nota divulgada no início da noite, a mineradora negou que haja licenciamento irregular, sem realização de audiências públicas e de consultas prévias, para ampliação da produção, em Carajás (PA), com a duplicação da Estrada de Ferro Carajás. Segundo a empresa, todos os processos de licenciamento ambiental para os projetos seguem rigorosamente a legislação sobre o tema.

Em referência a denúncias de condições análogas ao de trabalho escravo, em Itabirito (MG), a Vale garante que suas instalações têm condições adequadas de segurança e conforto para seus trabalhadores, sejam próprios ou terceirizados. “A empresa repudia toda e qualquer atividade que envolva condições inadequadas de trabalho e reitera seu compromisso com o cumprimento das normas e leis vigentes de saúde e segurança do trabalhador”, ressalta o texto.

A empresa também negou que suas operações de embarque e desembarque de minério estejam prejudicando pescadores no Brasil, no Peru e na Malásia, com a contaminação das águas, conforme a denúncia da Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale. De acordo com a mineradora, todos os processos são monitorados por entidades independentes e com grande conhecimento no assunto.

Sobre acusações constantes no relatório, a partir de denúncia de um ex-empregado, de que a Vale praticava espionagem, infiltrando pessoas em movimentos sociais e grampeando telefones, inclusive de jornalistas, a empresa declarou que “não comenta o assunto, pois o processo envolvendo o ex-empregado segue em segredo de Justiça”.

Quanto à acusação trazida no documento, de que a empresa ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKSA), da qual a Vale é acionista, estaria poluindo o mar na Baía de Sepetiba, no Rio de Janeiro, além de ter elevado em 76% as emissões de gás carbônico, e de operar sem licença ambiental, a assessoria da TKSA enviou nota rebatendo as informações.

De acordo com a TKSA, a siderúrgica tem o menor índice de emissão de carbono entre as siderúrgicas do mundo, com tecnologias de reaproveitamento de gases e vapores para a geração de energia. A qualidade do ar na região de Santa Cruz, segundo a Vale, é avaliada, em tempo real, por três estações automáticas de monitoramento de qualidade do ar ambiente, no entorno da planta. A empresa alegou, também, que está em conformidade com o licenciamento ambiental e que o declínio da pesca na Baía de Sepetiba acontece desde a década de 1970, sem influência da empresa, que iniciou suas obras em 2005 e começou as operações em junho de 2010.

E, de acordo com o jornal Valor Econômico, a Vale negocia com um sindicato de bancos a captação de um empréstimo de US$ 3 bilhões, disse o diretor da área de empréstimos sindicalizados do BNP Paribas, Ernest Meyer, durante evento ocorrido ontem em São Paulo.

Eneva
A Eneva (ENEV3) suspendeu assembleia de credores e a retomará em 30 de abril. A companhia informou que a proposta dela visou a atender a recentes solicitações de credores das recuperandas para concessão de prazo adicional para análise dos termos e condições da versão ajustada do Plano de Recuperação das Recuperandas, apresentado perante o Juízo da 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro, em 10 de abril de 2015.

E, segundo o Valor Econômico, o BTG Pactual negocia o apoio do Itaú BBA e do Citi para assumir o controle da Eneva, empresa controlada por Eike e pela E.ON. Os três bancos são credores da empresa e esperam reativar a ex-MPX. 

CCR
A CCR (CCRO3) disse que, a partir da meia noite desta sexta-feira, suas concessionárias controladas de rodovias estaduais e federais do Paraná e Rio de Janeiro deixam de cobrar pedágio relativo aos eixos suspensos de caminhões vazios, enquanto as concessionárias do Estado de São Paulo manterão a cobrança, conforme decisão da Artesp, agência reguladora do Estado.

A medida ocorre em cumprimento à lei 13.103/2015, conhecida como Lei dos Caminhoneiros, afirmou a concessionária de infraestrutura em comunicado divulgado na noite de quinta-feira.

As concessionárias da CCR ViaOeste e Autoban disseram separadamente que manterão a cobrança normalmente por decisão da Artesp, que definiu que as disposições da lei não se aplicam às rodovias paulistas.

“A perda de receita decorrente da referida medida legal é passível de reequilíbrio contratual, nos termos das normas que regem a concessão”, afirmou a CCR sobre as rodovias no Paraná e Rio de Janeiro que deixarão de realizar a cobrança.

As concessionárias de rodovias vêm afirmando que, com as quedas nas receitas e aumentos de custos causados pela nova lei, têm direito a reequilíbrio dos contratos, com aumento da tarifa de pedágio.

Decreto publicado pela Presidência nesta sexta-feira no Diário Oficial prevê que órgão do governo federal, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios irão dispor sobre medidas técnicas e operacionais para viabilizar a isenção da cobrança de pedágio sobre os eixos suspensos.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicará em até 180 dias a regulamentação de medidas técnicas e operacionais a serem aplicadas em rodovias federais.

Kroton
O Conselho de Administração da Kroton Educacional (KROT3) aprovou em reunião na última quinta-feira orçamento de 186 milhões de reais para 2015.

A proposta será levada à aprovação de acionistas em assembleia geral ordinária e extraordinária marcada para 29 de abril. A maior parte dos recursos, no valor de 78 milhões de reais, serão destinados a obras de expansão e maturação de unidades.

Outros 31 milhões de reais vão para máquinas e equipamentos, 30 milhões de reais para equipamentos de informática, 24 milhões de reais para projetos de tecnologia da informação, 12 milhões de reais para livros e, finalmente, 11 milhões de reais para móveis e utensílios.

MRV
A MRV Engenharia (MRVE3) teve queda de vendas e lançamentos de imóveis no primeiro trimestre ante o mesmo período do ano passado, informou a construtora nesta quinta-feira.

As vendas tiveram queda anual de 11,1 por cento enquanto os lançamentos recuaram 19,1 por cento no mesmo período.

A companhia apurou vendas contratadas de 1,367 bilhão de reais, que corresponderam a 9.040 unidades residenciais. O preço médio por unidade subiu 5,5 por cento no período, a 151 mil reais.

Já os lançamentos do primeiro trimestre somaram 937 milhões de reais, equivalendo a 6.282 unidades. O preço médio por unidade lançada foi de 149 mil reais, elevação de 1 por cento sobre os três primeiros meses de 2014.

Vivo
A espanhola Telefónica anunciou hoje que completou uma emissão de 3,05 bilhões de euros (US$ 3,28 bilhões) em ações para financiar a compra da operadora brasileira GVT do grupo francês Vivendi.

Em comunicado, a Telefónica informou que vendeu um pouco mais de 281 milhões de ações por meio de uma emissão de direitos. Os recursos da operação serão usados para subscrever um aumento de capital da Telefônica/Vivo (VIVT4), que está adquirindo o controle da GVT, numa transação de 7,24 bilhões de euros, envolvendo dinheiro e ações.

Em setembro do ano passado, a Telefónica concordou pagar à Vivendi 4,66 bilhões de euros em dinheiro e ações da Telefônica/Vivo e da Telecom Italia em troca da GVT.

A compra da GVT fortalece a posição de liderança da Telefónica no Brasil.

EzTec
Os lançamentos da Eztec (EZTC3) no primeiro trimestre de 2015 somaram R$ 72 milhões em valor geral de vendas (VGV), o que representa queda de 77% ante o mesmo período do ano anterior. No período, foi lançamento um projeto residencial na zona sul de São Paulo, com 44 unidades de alto padrão. “Esse é um projeto cujas unidades vendidas a partem de R$ 1,5 milhão e estava 64% vendido até o final do trimestre, já gerando receita a partir do 1T15”, diz a companhia, no comunicado.

A Eztec afirma que tem a sua disposição mais de R$ 2 bilhões em projetos em aprovação ou aprovados “e entendeu que, considerando o momento econômico e político atual, deveria privilegiar a venda de estoques prontos e em fase de construção, fazendo lançamentos passo a passo”.

“Para o segundo trimestre, já temos preparados lançamentos em Osasco e na Vila Carrão, Zona Leste da cidade de São Paulo, cujo VGV Eztec pode superar R$ 220 milhões”, afirma.

Cosan
A Cosan (CSAN3) propôs dividendo de R$ 125 milhões dentro de excesso de reserva de lucro. A administração propõe que o excesso da reserva de lucros seja destinado através de três etapas consecutivas: (i) consumo da reserva de lucros a realizar de R$ 46.552.535,00; (ii) distribuição de dividendos de R$ 125.000.000,00, sendo na presente data o dividendo por ação a ser distribuídos de R$ 0,307990394/ação e (iii) capitalização do excesso das contas de reserva de lucros e de outras reservas para aumento de capital social, no montante de R$ 190.493.844,09. 

Caso aprovado em Assembleia Geral Ordinária, o pagamento dos dividendos deverá ser realizado em dinheiro, em até 60 dias contados da data da referida Assembleia. 

Rumo
A Rumo (RUMO3) pretende emitir R$ 1,4 bilhões em debêntures de três anos, de acordo com comunicado da companhia de ontem. 

CPFL Energias Renováveis
A CPFL Energias Renováveis (CPRE3) comunicou que a Aneel (Agência Nacional da Energia Elétrica) autorizou a entrada em operação comercial em 16 de abril de 2015 do parque eólico Morro dos Ventos II, cuja entrada em operação estava inicialmente prevista para o primeiro semestre de 2016. O parque eólico Morro dos Ventos II totaliza 29,2 MW de capacidade, com garantia física de 15,3 MWm e está localizado no município de João Câmara, no Rio Grande do Norte. A partir da data do despacho, a energia gerada por este parque será injetada no sistema e vendida no mercado de curto prazo até o início do contrato de venda de energia do leilão A-5 de 2011 que passa a vigorar a partir de Janeiro de 2016.

Braskem
A Braskem (BRKM5) aprovou comitê para acompanhamento de investigação voluntária a ser implementada nos termos do Plano de Trabalho apresentado, tendo sido delegado ao Comitê, na pessoa de seu coordenador.

(Com Reuters, Agência Estado e Agência Brasil)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.